O folclórico
cidadão conhecido em Caraguá como Papudo anda meio sumido.
Ele sempre era
visto em qualquer ponto da cidade, falando alto, gesticulando, promovendo
verdadeiras polêmicas diante da exposição do seu modo de pensar e de ver as
coisas.
A verdade é
que as pessoas gostavam de ouvir o Papudo, que dizia sempre o que pensava “na
lata”, sem se importar com as consequências.
O Caraguablog relembra aqui uma crônica
publicada em 25 de julho de 2012 enfocando o jeito de ser desse cidadão, que
agora parece fazer falta, já que tudo anda tranquilo demais por estas plagas,
algo de dar nos nervos:
Crônica: Que fim levou o Papudo?
Papudo, ou
melhor, Carlos Eduardo Viana, foi candidato em 2008 a um cargo de vereador na
Câmara Municipal de Caraguá. Filiado ao Partido Verde, o PV, falou às toneladas
por aí, fazendo uma pregação daquilo que faria se eleito fosse. Aliás, como
todo bom candidato.
Papudo, tipo
popular de Caraguá, não quis ser candidato a vereador nas eleições de 2012.
Papudo é
desses tipos que não têm trancas na língua. Deu vontade, fala mesmo – doa a
quem doer. E fala alto, bom som, na praça, na rua, na padaria ou mesmo dentro
dos corredores da prefeitura e da Casa de Leis municipais. Não tá nem aí para
eventuais críticas sobre o seu modo de ser e de viver.
Não foi
eleito, mas teve mais de uma centena de votos, um número de sufrágios
significativo para quem debutava na política. Pessoas que certamente
acreditaram na sua proposta como político e que até o anteviam na tribuna da
Câmara de Caraguá, passando seus sermões, alfinetando uns e outros com sua
verborragia incontida. Como a política é uma espécie de caixa de ressonância do
que vai pela sociedade local, achavam que ele estaria no local certo.
Muito até
adoravam ouvir as pregações do Papudo, encantavam-se com suas palavras ditas
“na lata”, sem meios termos, rodeios ou contornos sutis. Concordavam em muitas
coisas, discordavam em tantas outras. Mas o fato é que o folclórico cidadão
suscitava vivas polêmicas.
E aí, o que
aconteceu?
As eleições
se foram, Papudo enfim encontrou sua cara-metade, casou-se, teve filhos. Virou
homem de responsabilidade. Será que foi por isso que se retraiu e não mais quis
papudear por aí? Ora, todos esperavam que novamente fosse candidato a vereador
nestas eleições de 2012, para continuar o trabalho político já iniciado. Mas o
Papudo não quis saber mais disso.
Sumiu.
Seria
interessante se neste período pré-eleitoral pudéssemos todos ouvir certas
verdades que precisam ser ditas por aí, mas que ficam entaladas na goela. Por
interesses inconfessáveis, comodismo, medo, canalhice.
Ah! Quanta
coisa ainda precisa ser dita e explicada nesta Caraguá...
Seria
necessário que tivesse alguém com a coragem do Papudo para que certos desmandos
fossem postos a descoberto, falados, ditos em bom som. Na praça, na rua, na
padaria, nos corredores da prefeitura e da Câmara Municipal. Ou em qualquer
outro local, ao abrigo da chuva ou não.
Muito há
para ser dito, que sufoca cá dentro do peito, mas que fica entalado na goela.
Por medo, por comodismo, capachismo ou sei lá o quê.
Pena que
Papudo só existe um. E hoje ele está comprometido, cuidando do seu querido lar,
da esposa e filhinho.
Ah! Meu
Deus! Como faz falta o Papudo...
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