O voto de Minerva
Segundo o último censo do IBGE, Caraguatatuba possui uma população idosa de 11.305 pessoas, entre homens e mulheres. De um universo de 100.840 habitantes, é algo realmente considerável e sem dúvida uma força eleitoral de grande poder de fogo.
As estatísticas dizem mais quando levamos em conta apenas o número de eleitores da cidade – 69.387, em setembro/2011. Neste caso, o percentual representado por aqueles de 60 anos de idade ou mais chega a 16,30%. Facultativamente ou não, os idosos são todos eleitores e podem decidir uma eleição de prefeito e ofertar quase dez vezes mais votos do que obteve, por exemplo, o vereador Lobinho nas eleições de 2008.
Estamos falando de votação direta pelos idosos. Se computarmos a liderança que cada um exerce dentro do seio da família, capitaneando apoio político de filhos, genros, noras e netos, esse percentual seguramente irá se triplicar. Isto é realidade.
No entanto, a nossa representação política ainda não se deu conta disso. Pelo menos, é o que explica o fato de nenhum vereador até agora ter abraçado a causa dos idosos como uma bandeira de trabalho rendosa em dividendos, como acertadamente fez, no âmbito federal e com grande sucesso, o deputado Arnaldo Faria de Sá.
Verdade é que quando precisaram dos vereadores ou do prefeito de Caraguá, as entidades que congregam os nossos idosos sempre tiveram um esmerado atendimento. Mas foram em situações pontuais, sem um comprometimento mais efetivo com a causa daqueles que já ingressaram na melhor idade.
As carências dos idosos são muitas. O Estatuto do Idoso, editado em 2003, traça uma série de direitos relativos a saúde, transporte, situações de violência e abandono. Muitos, no entanto, ainda repousam no papel, havendo necessidade de um enfrentamento político de maior vigor para sua efetivação.
Sem querer desmerecer o discernimento dos mais jovens quando estão frente a frente com as urnas, podemos afirmar que, mercê de toda uma história de vida, de experiências acumuladas ao longo das décadas, o idoso oferece verdadeiramente um voto de qualidade.
Pode-se até dizer que o voto da melhor idade, se não o melhor dos votos, é pelo menos o voto que faz a diferença. Mas que ninguém, em Caraguá, ainda se dispôs a conferir conforme se espera. Uma pena.
Editorial do jornal A Melhor Idade – novembro/2011
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