Para atingir a meta de 100% dos esgotos tratados até 2014 em
todo o interior do Estado, a Sabesp investirá uma média de R$ 830 milhões ao
ano no período 2011 a 2014. Já foram concluídas 30 estações de tratamento, 38
estão em andamento e mais 13 serão licitadas ainda este ano. Ao todo, serão 81
estações.
Relatórios da agência ambiental do Estado (Cetesb) e da
Agência Nacional de Águas (ANA) já demonstram os efeitos positivos desses
investimentos, destacando a evolução da porcentagem do tratamento dos esgotos
domésticos em São Paulo ao longo dos últimos anos.
O relatório da ANA - “Conjuntura dos Recursos Hídricos no
Brasil- Informe 2012” utiliza o IQA
(Índice de Qualidade das Águas) para mostrar a evolução alcançada na qualidade
de alguns dos principais rios paulistas.
Um dos destaques é o Rio Paraíba do Sul. Formado pelos rios
Paraitinga e Paraibuna, deságua no oceano Atlântico, na altura do município de
São João da Barra, no Rio de Janeiro. Sua bacia ocupa uma área em torno de 55
mil quilômetros quadrados, passando por três estados, 180 municípios,
abastecendo cerca de 14 milhões de pessoas.
A ANA mostrou que, graças a investimentos em saneamento, a
qualidade das águas do Paraíba subiu em
quatro pontos de medição, espalhados por três cidades – São José dos Campos,
Jacareí e Lorena. Não é à toa que os peixes voltaram, como atestam pescadores e
moradores da região. O resultado é fruto de investimentos pesados em novos
sistemas: construção de uma estação de tratamento em Guararema; entrega da
estação de tratamento de Taubaté e Tremembé, além da estação de bombeamento
Vidoca, em São José.
No trecho de São José, o oxigênio dissolvido na água subiu
de 0,5 miligrama por litro, em 2009, para 5,2 miligramas por litro, em 2011. O
pico de oxigenação ocorre em Pindamonhangaba, chegando a 6 miligramas por
litro.
No litoral, um dos destaques foi o Rio Cubatão, que teve a
qualidade de suas águas elevada de regular para boa. O salto se deve aos
investimentos do Programa Onda Limpa – implantação de uma nova estação de
tratamento de esgoto, melhoria no sistema da estação de tratamento existente e
expressivo aumento na coleta, que praticamente dobrou.
O principal rio paulista, o Tietê, é beneficiado não apenas
por investimentos do Projeto Tietê, voltado ao trecho da Região Metropolitana
de São Paulo, como também, no interior, por várias obras a cargo da Sabesp em
cidades que estão em sua bacia. Apenas na região do Médio Tietê estão em
andamento, simultaneamente, 17 estações. Há obras em Anhembi, Boituva, Dourado,
Sarapuí, entre muitas outras. E as obras entregues em Conchas e Laranjal
Paulista já trazem melhorias para os rios afluentes – Conchas e Sorocaba,
respectivamente. Ambos registraram aumento no volume de oxigênio dissolvido. Os
dados, ainda preliminares, estão sendo monitorados e analisados.
O mesmo se espera da bacia dos rios Piracicaba, Capivari e
Jundiaí (PCJ), onde a Sabesp é responsável pelo saneamento em 23 municípios.
Apenas nessa região foram instaladas pela companhia 23 estações de tratamento
de esgoto e está em pré-operação o sistema integrado de Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista. São
R$ 113 milhões investidos em coletores-tronco (grandes tubulações que levam o
esgoto para tratamento), estações de bombeamento, entre outros equipamentos,
além da estação de tratamento, beneficiando diretamente cerca de 180 mil
pessoas das duas cidades e contribuindo para a despoluição do Rio Jundiaí, um
dos importantes afluentes do Rio Tietê.
Ainda na bacia do PCJ há obras em Águas de São Pedro e nos
municípios da região bragantina, onde o tratamento de esgoto garante a
preservação dos rios Jaguari, Jacareí, Atibainha, Limeira, Cachoeira, Rio do
Pinhal e Rio do Peixe. Ao todo, a região é atendida por cinco estações de
tratamento e vai receber mais três:
Vargem, Socorro e Bragança Paulista, beneficiando 195 mil pessoas.
Poderiam ser citados muitos outros investimentos da
Sabesp. A empresa segue firme para
cumprir determinação do governo de São Paulo no sentido de alcançar a
universalização em parceria com os municípios atendidos.
A sociedade também tem papel importante nesse processo.
Entre as principais formas de colaborar estão conectar os imóveis às redes
coletoras de esgoto e não jogar lixo ou entulho em locais proibidos, combatendo
a poluição difusa, que também dificulta a limpeza de nossos cursos de água.
Na busca por um meio
ambiente mais saudável, por uma vida melhor, todos temos a contribuir.
Luiz Paulo de Almeida
Neto é diretor da Sabesp para o interior e litoral.
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