Existiam cerca de 6 bilhões
de usuários de telefonia celular no mundo no fim do ano passado. Desse total,
somente 7,4 milhões já eram atendidos pela telefonia celular de quarta geração
(4G), com previsão de chegar ao Brasil no próximo ano.
Mais do que serviços novos, o
4G traz a banda larga de verdade para o celular. O grande salto será nos
serviços de vídeo streaming, transmitidos em tempo real, que têm desempenho
sofrível nas redes de terceira geração (3G), atualmente disponíveis no País.
Os Estados Unidos e o Canadá concentravam a maioria dos usuários de 4G, com 71% do total, segundo dados da associação 4G Americas. Mas existe um problema de compatibilidade da América do Norte em relação ao mundo: o 4G deles funciona na faixa de 700 MHz, diferentemente das licenças que serão vendidas aqui, em 2,5 GHz. A Europa e a Ásia usam a mesma faixa que o Brasil adotará para o 4G.
Por causa disso, existem
aparelhos que funcionam no mercado americano e que não vão funcionar em 4G por
aqui, como é o caso do novo iPad. Esse problema de incompatibilidade chegou a
render problemas em vários países, como na Austrália, em que a Apple está sendo
acusada de propaganda enganosa.
A velocidade teórica
(conseguida em laboratório) do 4G é de 100 megabits por segundo (Mbps). Chega a
ser 100 vezes a velocidade média de uma conexão 3G no Brasil. No início, as
operadoras devem instalar a tecnologia somente nos lugares em que há grande
concentração de público, principalmente para descongestionar a rede.
As novas frequências, que serão
vendidas na semana que vem, representam um aumento de capacidade para as
operadoras, que lutam para atender à demanda crescente de comunicação móvel de
dados nos grandes centros.
Para o governo, a preocupação
é ter a tecnologia disponível para os grandes eventos, a começar pelas
cidades-sede da Copa das Confederações, no ano que vem. Pelo cronograma do
edital, o 4G também estará disponível nas sedes e subsedes da Copa do Mundo de
2014.
Novas licenças. Com o leilão
da faixa de 4G marcado para a semana que vem, a expectativa das empresas deve
se voltar para a faixa de 700 MHz, hoje ocupada pelos canais analógicos da TV
aberta no Brasil.
O decreto presidencial que
institui o Sistema Brasileiro de TV Digital determinou que as emissoras devem
devolver os canais analógicos em 2016, ficando somente com os canais digitais.
Atualmente, cada emissora opera dois canais: um digital e outro analógico.
A Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) já começou a discutir essa transição. Nos EUA, o 4G
ocupou essa faixa depois de as emissoras devolverem os canais analógicos. Mas,
mesmo lá, a transição para a TV digital demorou mais que o esperado. O governo
teve de dar mais prazo antes de desligar o analógico.
O Estado de S.Paulo - Renato Cruz – 06/junho/2012
O Estado de S.Paulo - Renato Cruz – 06/junho/2012
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