Na noite de ontem terça-feira (5/6/2012), o Teatro Mario Covas ficou lotado durante o
encontro que discutiu o Estudo de Impacto e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima)
da obra do Contorno Norte de Caraguatatuba a Ubatuba, de responsabilidade do
DER (Departamento de Estradas e Rodagem) e Dersa (Desenvolvimento Rodoviário
S/A).
O projeto
apresentado pelo Estado prevê 6 km de estrada em pista simples, com velocidade
máxima de 80 km e um túnel de 410 metros. O cronograma estabelece que a licença
prévia seja em agosto de 2012, a licença de instalação nos primeiros meses de
2013 e o início das obras ainda no primeiro trimestre do mesmo ano.
Durante
quase três horas, o corpo técnico da empresa responsável pelos estudos da obra
explanou o documento para o público. O Contorno Norte passa por estudos de
traçados pelo DER desde 1990 e tem o objetivo de levar os motoristas que descem
a Rodovia dos Tamoios sentido Caraguá para a SP-55 (Rodovia Rio-Santos), após a
área central do município, no km 99, nas proximidades dos bairros Casa Branca e
Olaria, altura da Martin de Sá.
A
coordenadora da JGP Consultoria (uma das empresas responsáveis pela elaboração
do EIA/Rima), Ana Maria Iversson, explicou que as alças de acesso aos Contornos
Sul (até São Sebastião) e Norte estão previstas para serem implantada no bairro
Ponte Seca e que, com isso, haverá desapropriações para que as estradas sejam
implantadas. Ela disse que as edificações afetadas no bairro caíram de 78 para
52, número que poderá diminuir ainda mais com as propostas protocoladas e
enviadas pela prefeitura de Caraguá.
Ana Maria
disse ainda que o EIA preliminar previu que 352 edificações serão afetadas, mas
que o estudo atual apontou 279, sendo que 190 poderão ser desapropriadas pelo
valor de mercado e outras 89 são reassentamentos. “O empreendimento será
considerado viável quando todos os trâmites forem concluídos como o cadastro
das famílias e o levantamento exato das residências a serem desapropriadas. A
obra não começa sem que as famílias recebam as indenizações ou reposições
habitacionais”, acrescentou a coordenadora da empresa de consultoria.
Prefeitura irá protocolar sugestões
para alterar traçado
Moradores
dos bairros Cidade Jardim, Jardim Terralão e Canta Galo foram os que mais
fizeram uso da palavra para questionar o projeto, principalmente com relação às
desapropriações para que a obra saia do papel. O prefeito de Caraguá, Antonio
Carlos da Silva, afirmou que o Governo Municipal também não concorda com pontos
do projeto apresentado, mas a nova estrada precisa ser construída.
“A
prefeitura vai protocolar nos próximos dias uma proposta de alteração do
traçado para diminuir ainda mais as desapropriações. Nós temos comprometimento
com a habitação e políticas públicas para todos os moradores da cidade e
ninguém vai perder seus direitos e ter prejuízos. Essa obra é muito importante
para Caraguá e o governador Geraldo Alckmin teve sensibilidade em priorizar os
contornos antes da duplicação do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios”,
garantiu Antonio Carlos.
O secretário
adjunto de Urbanismo, Paulo André Cunha Ribeiro, informou que a prefeitura
pretende sugerir o deslocamento do traçado no trecho dos bairros Cidade Jardim
2, Jardim Terralão e Casa Branca para que nenhuma casa seja afetada. Além
disso, será sugerida a duplicação da SP-55 na altura do bairro Casa Branca até
o Massaguaçu e a compensação ambiental do empreendimento com investimento no
Parque Natural do Juqueriquerê, cujo projeto já está pronto.
Nas
considerações finais, Ana Maria Iversson disse que o projeto ainda passará por
alterações antes de ser aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente
(Consema). Segundo a coordenadora, a audiência pública constatou que o custo
social do empreendimento foi considerado alto tanto pela população quanto para
a prefeitura de Caraguá. “Vamos estudar uma forma para que a obra ocorra com
impactos menores, já que a construção da estrada é necessária”, afirmou.
Comunicação Social/ Fotos: Sergio
Inoue/PMC
Caraguablog/JFPr
1 comentários:
Infelizmente o que se ve é o desespero de famílias que tem seu futuro incerto enquanto não se define o que irá acontecer pais de familías perdem noites de sono. E o valor que será dado em troca dos imóveis será compatível? Vão conseguir comprar outra residência com o mesmo conforto?
Lembrando que nos últimos anos Caraguá sofre uma expeculação imobiliária violenta que elevou bastante o valor dos imóveis. E só para constar nosso Prefeito é notóriamente um dos maiores investidores do ramo imobiliário na cidade...
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