Incessante, o pequeno beija-flor voava transportando água em seu
biquinho, tentando apagar o incêndio da floresta. Parecia um trabalho inútil.
Mas ao observador respondeu: faço a minha parte.
A lição do colibri parece interessante para ilustrar o que acontece no
Brasil nos dias atuais, em que manifestações pacíficas ganham as ruas para
exigir o impeachment da presidente da república.
O povo mostra-se, assim, enojado diante de tantos casos de corrupção
mostrados pela imprensa e diante da comprovação do desvio de uma verdadeira
montanha de dinheiro dos cofres públicos, promovido por autoridades que deviam
vigiá-los e distribuir suas rendas em forma de educação, saúde, empregos,
moradia, estabilidade econômico-financeira.
O momento não é para acomodações. Cada um precisa fazer a sua parte para
que este estado deplorável de coisas tenha um fim, e logo, permitindo que a
Justiça siga o curso em suas investigações e por fim puna todos aqueles a quem
se possa atribuir a pecha “traidores da pátria”.
Como o beija-flor, é preciso que cada um faça a sua parte.
Os protestos pacíficos que eclodem em quase todas as cidades brasileiras
revelam-se meio democrático de a população brasileira mostrar o seu
descontentamento com os rumos dados ao país. É justo que clamem pela punição
dos culpados e também exijam o fim imediato da corrupção e da bandalheira
instaladas em setores de governo, mascarando talvez uma obstinação insana de
impor um regime nacional pouco afeito a regras democráticas.
Lutemos com todas as forças de que dispomos em prol da concretização
desses objetivos profiláticos.
Um único beija-flor pode não apagar o incêndio de grandes proporções
como este que devasta o solo pátrio. Mas, milhões deles, atuando em conjunto,
ordenadamente, por certo irão impedir que as labaredas do mal destruam o
bosque, arruinando-o por completo.
À 01h01’20” deste 27 de março contabilizávamos no País exatos
205.675.697 “beija-flores”. Tirantes aqueles de plumagem vermelho-sanguinária
–que não carregam água, apenas espalham brasas–, ainda teremos um significativo
contingente de “avezinhas” desejosas por abrandar as crepitações.
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