quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Instituto Supereco planta nas nascentes dos rios do litoral norte de SP

A iniciativa favorece os recursos hídricos da região recuperando a mata ciliar e melhorando a qualidade da água 

É fundamental conservar a mata ciliar, ou seja, a que se desenvolve nas margens dos rios e, por isso, o Projeto Tecendo as Águas, do Instituto Supereco, tem como meta o plantio de 8,5 mil mudas de árvores nativas no litoral norte de SP como Araçá, Arueira, Guapuruvu, Cambuci, Grumixama, Ingá, Ipê Rosa, Amarelo e Roxo, Embaúba, Capororoca e Gerivá, entre outras. São árvores da Mata Atlântica, muitas espécies específicas da restinga, ecossistema que hoje sofre forte degradação pela ação do ser humano. O projeto tem patrocínio da Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental e apoio da Chevrolet e dos Institutos Educa Brasil e Trata Brasil. 

No dia 6 de dezembro mais um plantio foi realizado pelo Supereco em Caraguatatuba,  dessa vez, nas margens do Rio Claro, um dos afluentes do Rio Juqueriquerê, onde foram plantadas cerca de mil mudas.A ação contou com a ajuda de voluntários como o Seu Sérgio Ferrari Pagnota e sua esposa Dona Dalva, ambos de 80 anos. O sol escaldante não desanimou o casal que chegou a plantar perto de 50 mudas: “É uma benção poder participar de uma ação dessas e ajudar o planeta. Faço isso pensando no bem de todas as pessoas e também da natureza. Espero que meus netos e bisnetos possam ver essas árvores crescidas”, disse Dona Dalva.

A fisioterapeuta Sônia Lopes de Oliveira também se ofereceu para o mutirão: “Já gosto bastante de plantar e faço isso na minha casa com frequência, mas nunca tinha participado de um mutirão e achei maravilhoso. É uma experiência incrível estar ajudando a natureza a se recuperar”. A estudante de Gestão Ambiental, Beatriz Manhoso, aproveitou a oportunidade para cumprir estágio: “É bom para meu curso, mas também adoro plantar. Quero ver essas árvores florescerem. Seria ótimo ver o resultado dessa iniciativa da qual participei”.

As matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ecológico reduzindo o assoreamento (processo que se observa no leito dos rios por acúmulo de detritos, lixo e entulho provocando transbordamento em épocas de grande quantidade de chuvas), mantendo a qualidade da água e impedindo a entrada de poluentes para o meio aquático. Também formam corredores ecológicos que contribuem para a conservação da biodiversidade fornecendo alimento e abrigo para a fauna. O nome “mata ciliar” vem do fato de oferecerem proteção a rios e lagos assim como os cílios protegem os olhos.


“Essa ação que estamos realizando nas margens dos cursos d’água da Bacia do Rio Juqueriquerê são de extrema importância, já que as águas destes rios são as que abastecem grande parte da população de São Sebastião e Caraguatatuba. Com o plantio nas margens destes rios, contribuímos com a possibilidade de se ter água em quantidade e com qualidade já que protegemos estes locais do acúmulo de materiais sólidos que podem causar o assoreamento dos cursos d’água. Além deste benefício para os seres humanos, estes lugares propiciam a manutenção da biodiversidade local. As matas ciliares fazem parte dos corredores ecológicos, conectando fragmentos florestais e muitos animais as utilizam para migrarem para reprodução, facilitando o fluxo genético entre a espécie”, explica o engenheiro florestal Juliano Hojah, coordenador da equipe de gestão ambiental do projeto Tecendo as Águas.

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