A iniciativa
favorece os recursos hídricos da região recuperando a mata ciliar e melhorando
a qualidade da água
É fundamental conservar a mata ciliar, ou seja, a que se
desenvolve nas margens dos rios e, por isso, o Projeto Tecendo as Águas, do
Instituto Supereco, tem como meta o plantio de 8,5 mil mudas de árvores nativas
no litoral norte de SP como Araçá, Arueira, Guapuruvu, Cambuci, Grumixama,
Ingá, Ipê Rosa, Amarelo e Roxo, Embaúba, Capororoca e Gerivá, entre outras. São
árvores da Mata Atlântica, muitas espécies específicas da restinga, ecossistema
que hoje sofre forte degradação pela ação do ser humano. O projeto tem
patrocínio da Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental e apoio
da Chevrolet e dos Institutos Educa Brasil e Trata Brasil.
No dia 6 de dezembro mais um plantio foi realizado pelo
Supereco em Caraguatatuba, dessa vez,
nas margens do Rio Claro, um dos afluentes do Rio Juqueriquerê, onde foram
plantadas cerca de mil mudas.A ação contou com a ajuda de voluntários como o
Seu Sérgio Ferrari Pagnota e sua esposa Dona Dalva, ambos de 80 anos. O sol
escaldante não desanimou o casal que chegou a plantar perto de 50 mudas: “É uma
benção poder participar de uma ação dessas e ajudar o planeta. Faço isso
pensando no bem de todas as pessoas e também da natureza. Espero que meus netos
e bisnetos possam ver essas árvores crescidas”, disse Dona Dalva.
A fisioterapeuta Sônia Lopes de Oliveira também se ofereceu
para o mutirão: “Já gosto bastante de plantar e faço isso na minha casa com
frequência, mas nunca tinha participado de um mutirão e achei maravilhoso. É
uma experiência incrível estar ajudando a natureza a se recuperar”. A estudante
de Gestão Ambiental, Beatriz Manhoso, aproveitou a oportunidade para cumprir
estágio: “É bom para meu curso, mas também adoro plantar. Quero ver essas
árvores florescerem. Seria ótimo ver o resultado dessa iniciativa da qual
participei”.
As matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio
ecológico reduzindo o assoreamento (processo que se observa no leito dos rios
por acúmulo de detritos, lixo e entulho provocando transbordamento em épocas de
grande quantidade de chuvas), mantendo a qualidade da água e impedindo a
entrada de poluentes para o meio aquático. Também formam corredores ecológicos
que contribuem para a conservação da biodiversidade fornecendo alimento e
abrigo para a fauna. O nome “mata ciliar” vem do fato de oferecerem proteção a
rios e lagos assim como os cílios protegem os olhos.
“Essa ação que estamos realizando nas margens dos cursos
d’água da Bacia do Rio Juqueriquerê são de extrema importância, já que as águas
destes rios são as que abastecem grande parte da população de São Sebastião e
Caraguatatuba. Com o plantio nas margens destes rios, contribuímos com a
possibilidade de se ter água em quantidade e com qualidade já que protegemos
estes locais do acúmulo de materiais sólidos que podem causar o assoreamento
dos cursos d’água. Além deste benefício para os seres humanos, estes lugares
propiciam a manutenção da biodiversidade local. As matas ciliares fazem parte
dos corredores ecológicos, conectando fragmentos florestais e muitos animais as
utilizam para migrarem para reprodução, facilitando o fluxo genético entre a
espécie”, explica o engenheiro florestal Juliano Hojah, coordenador da equipe
de gestão ambiental do projeto Tecendo as Águas.
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