Acervo conta com duas mil peças que relatam história marítima do
litoral.
Faca de pirata
com 300 anos é o objeto mais antigo da exposição.
Um museu formado com peças náuticas retiradas de antigos
naufrágios revela as histórias do fundo do mar de Ilhabela, litoral norte de
São Paulo. Com 150 m², o espaço reúne em exposição aproximadamente dois mil
itens. O objeto mais antigo do acervo é uma faca de um pirata do século XVII,
que existe há cerca de 300 anos. A mostra, que recebeu 12 mil visitantes neste
ano, conta ainda com cristais, porcelanas, cerâmicas, talheres de prata,
artefatos de bronze e outros objetos.
Segundo o fundador do museu, o mergulhador profissional
Jeannis Michail Platon, de 65 anos, o projeto começou em 1969 enquanto
realizava seus trabalhos no mar da região. "Por ser mergulhador
profissional e ter trabalhado muito tempo no mar, em dias de folga eu tinha a
possibildiade de ir atrás dos objetos. Além disso eu comandei um navio da
Marinha, o que me ajudou muito para pesquisar e achar as peças. Nas minhas
viagens ao redor da ilha eu conheci alguns caiçaras que tinham objetos de
naufrágios", relatou Platon, que aos 12 anos chegou ao Brasil vindo da
ilha de Creta, na Grécia, e que há 40 anos agrupa os objetos.
Além das peças, há algumas que são originais de desmanches
de navios, onde relatam a história da navegação na cidade litonârea. O caso de
naufrágio mais conhecido em Ilhabela foi o do Príncipe de Astúrias, em 1916. O
navio espanhol afundou durante a viagem que ia de Barcelona, rumo a Buenos
Aires. O acidente é tido como o maior da costa do Brasil com registro de ao
menos 400 vítimas fatais.
Campanha
Durante o início desse ano, o museu chegou a informar que
iria encerrar as atividades após três anos da inauguração, pois não poderia
mais contar com a ajuda da prefeitura para manter o aluguel do espaço que
ocupava. Porém, no mês passado, após recolher mais de 800 assinaturas na internet,
o responsável pelo museu conseguiu a ajuda da prefeitura para que outro local
fosse cedido para abrigar o museu.
Agora, a sede da instituição atende na Rua Luiz Ameixeiro,
no bairro Perequê, de terça-feira a domingo, das 12h às 18h. As entradas custam
R$ 8 e R$ 4 (meia-entrada). Outras informações pelo telefone (12) 3896-3840 ou
pela internet.
Do G1 Vale
do Paraíba e Região
Colaborou
Débora Carvalho
(Foto:
Arquivo do Museu)
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