segunda-feira, 15 de julho de 2013

Prefeitura de Caraguatatuba deve pedir intervenção no Stella Maris

Hospital pede incremento de ao menos R$ 430 mil no repasse da prefeitura.
Profissionais entraram em greve na última quinta-feira 
A Prefeitura de Caraguatatuba decretou estado de emergência e calamidade pública na saúde por conta da paralisação dos médicos da Casa de Saúde Stella Maris, que completou cinco dias nesta segunda-feira (15). De acordo com a administração municipal, o documento é o primeiro passo para que o governo possa entrar com pedido de intervenção judicial no hospital.

A assessoria de imprensa do Stella Maris informou, por telefone, que não recebeu nenhum decreto ou notificação tratando do assunto e que os problemas que o hospital vem passando são causados pela própria prefeitura, que não paga pelos serviços prestados.
Stella Maris: Administração do hospital diz
 que repasse é insuficiente. 
(Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Impasse
Na sexta-feira (12), representantes da Casa de Saúde e do município participaram de uma audiência mas não conseguiram chegar a um acordo sobre o pagamento dos serviços feitos para o SUS na unidade. Os profissionais entraram em greve nesta quinta-feira (11) - o atendimento foi mantido apenas para pacientes que já estavam internados no local. Essa é a segunda vez em menos de três meses que o atendimento é paralisado na unidade por conta dos mesmos problemas.

Os médicos estão com o salário de junho, que deveria ser pago no último dia 10 de julho, atrasado. Eles cobram também salários atrasados dos meses de fevereiro, março e abril e apontam ainda falta de material para atendimento dos pacientes causada pela crise financeira que afetou a unidade depois que a prefeitura reduziu o repasse ao hospital em fevereiro.
De acordo com o médico Márcio Rios, diretor clínico da unidade, atualmente, para o atendimento da clínica médica, a prefeitura repassa mensalmente 670,6 mil ao Stella Maris, valor que seria insuficiente para cobrir a folha de pagamento dos médicos.

Entenda o caso

O Stella Maris, que é administrado pela Santa Casa, recebe um repasse mensal do município de R$ 796,8 mil - sendo 676 mil para clínica médica e R$ 120 mil  para exames laboratoriais -, mas a administração do hospital alega que o valor é insuficiente para o pagamento de funcionários, fornecedores, terceiros e impostos.Segundo a direção do hospital, a dívida acumulada pelo hospital desde fevereiro é de R$ 4,5 milhões.

O Stella Maris é, desde fevereiro, retaguarda da UPA de Caraguá, responsável pelos casos de baixa complexidade. Segundo a direção do hospital, em fevereiro, a prefeitura cortou da instituição o serviço de Pronto Socorro pelo qual pagava R$ 980 mil por mês. O hospital atende atualmente apenas casos de média e alta complexidade.

Segundo Rios, mesmo com a alteração, a unidade precisa manter a mesma estrutura de atendimento. "Eu não posso dispensar médicos porque somos a retaguarda da UPA e temos que ter as mesmas especialidades que eles têm lá de plantão aqui. Não é possível saber que dia e que horas teremos os casos emergenciais", defendeu.

Outro lado
A direção do Stella Maris disse que só vai comentar o pedido de intervenção quando for comunicado oficialmente.
G1 Vale do Paraíba e Região

Caraguablog/JFPr

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