Hospital pede
incremento de ao menos R$ 430 mil no repasse da prefeitura.
Profissionais
entraram em greve na última quinta-feira
A Prefeitura de Caraguatatuba decretou estado de emergência
e calamidade pública na saúde por conta da paralisação dos médicos da Casa de
Saúde Stella Maris, que completou cinco dias nesta segunda-feira (15). De
acordo com a administração municipal, o documento é o primeiro passo para que o
governo possa entrar com pedido de intervenção judicial no hospital.
A assessoria de imprensa do Stella Maris informou, por
telefone, que não recebeu nenhum decreto ou notificação tratando do assunto e
que os problemas que o hospital vem passando são causados pela própria
prefeitura, que não paga pelos serviços prestados.
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Stella Maris: Administração
do hospital diz
que repasse é insuficiente.
(Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
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Impasse
Na sexta-feira (12), representantes da Casa de Saúde e do
município participaram de uma audiência mas não conseguiram chegar a um acordo
sobre o pagamento dos serviços feitos para o SUS na unidade. Os profissionais
entraram em greve nesta quinta-feira (11) - o atendimento foi mantido apenas
para pacientes que já estavam internados no local. Essa é a segunda vez em
menos de três meses que o atendimento é paralisado na unidade por conta dos mesmos
problemas.
Os médicos estão com o salário de junho, que deveria ser
pago no último dia 10 de julho, atrasado. Eles cobram também salários atrasados
dos meses de fevereiro, março e abril e apontam ainda falta de material para
atendimento dos pacientes causada pela crise financeira que afetou a unidade
depois que a prefeitura reduziu o repasse ao hospital em fevereiro.
De acordo com o médico Márcio Rios, diretor clínico da
unidade, atualmente, para o atendimento da clínica médica, a prefeitura repassa
mensalmente 670,6 mil ao Stella Maris, valor que seria insuficiente para cobrir
a folha de pagamento dos médicos.
Entenda o caso
O Stella Maris, que é administrado pela Santa Casa, recebe
um repasse mensal do município de R$ 796,8 mil - sendo 676 mil para clínica
médica e R$ 120 mil para exames
laboratoriais -, mas a administração do hospital alega que o valor é
insuficiente para o pagamento de funcionários, fornecedores, terceiros e
impostos.Segundo a direção do hospital, a dívida acumulada pelo hospital desde
fevereiro é de R$ 4,5 milhões.
O Stella Maris é, desde fevereiro, retaguarda da UPA de
Caraguá, responsável pelos casos de baixa complexidade. Segundo a direção do
hospital, em fevereiro, a prefeitura cortou da instituição o serviço de Pronto
Socorro pelo qual pagava R$ 980 mil por mês. O hospital atende atualmente
apenas casos de média e alta complexidade.
Segundo Rios, mesmo com a alteração, a unidade precisa
manter a mesma estrutura de atendimento. "Eu não posso dispensar médicos
porque somos a retaguarda da UPA e temos que ter as mesmas especialidades que
eles têm lá de plantão aqui. Não é possível saber que dia e que horas teremos
os casos emergenciais", defendeu.
Outro lado
A direção do Stella Maris disse que só vai comentar o pedido
de intervenção quando for comunicado oficialmente.
G1 Vale do Paraíba e Região
Caraguablog/JFPr
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