O
movimento foi pacífico e reuniu pelo menos duas mil pessoas, que protestavam
contra os serviços de transporte público, a corrupção e a falta de ação
política mais efetiva em prol da saúde, educação e moradia
Aproximadamente duas mil pessoas, a
grande maioria jovens, atenderam à convocação feita pelas redes sociais e
saíram às ruas de Caraguá protestando por melhorias na cidade e no país.
Os jovens da cidade aderiram ao
movimento que começou em São Paulo e que depois ganhou as demais capitais e
principais cidades do Brasil, com mobilizações de apoio registrados em diversos
países.
Os protestos na capital do Estado
inicialmente pediam a diminuição no preço das passagens dos ônibus urbanos. Depois
tiveram aumentada a sua pauta de reivindicações, passando a exigir também
providências das autoridades políticas para combater a corrupção, melhoria nos
serviços de saúde, transporte, habitação e segurança.
Diferente de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e outras, onde se registraram atos de vandalismos –impondo-se a ação policial com mais rigor, inclusive com disparos de balas de borracha, gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral–, em Caraguá o movimento foi pacífico. Nenhum incidente aconteceu, nenhuma pessoa se feriu.
INTERNET,
O LÍDER
Observou-se que toda essa massa
popular, que ganhou as ruas em protestos por melhorias, não possui propriamente
dito um líder. A internet, com suas redes sociais, é, pode-se dizer, a “mãe” do
movimento. Ela é o grande líder que, em segundos, consegue levar mensagens e
apelos às pessoas que, acedendo, vão para as ruas protestar.
Não pareceu nada previamente
organizado, com estruturas próprias, como carros de som e coisas tais, tão
comuns nos movimentos populares de algum tempo atrás, sempre assistidos por
carros de som da CUT. Talvez seja porque, hoje, o PT esteja no poder no governo
federal e da cidade de São Paulo.
A marcha de protestos em Caraguá
aconteceu na quinta-feira, dia 20. Às 17 horas os jovens já começaram a se
juntar na praça da Bíblia e às 18 horas saíram em marcha em direção do centro
da cidade. O alvo era a prefeitura e a câmara municipal, prédios públicos que,
àquela hora, já estavam fechados. À medida em que a massa avançava, mais e mais
pessoas iam se juntando a ela, aumentando o seu volume.
O radialista J. Parreira estimou em 1.500 pessoas compondo os protestos. Mas falava-se em duas mil, três e até quatro mil manifestantes.
O ato de protesto defronte da
prefeitura resumiu-se a poucos discursos improvisados, mal ouvidos diante do
barulho provocado pela turba e ausência de aparelhagem sonora compatível.
Gritos de ordem entoados a cada momento, ouvidos a mil vozes, e cartazes
completavam os protestos.
A manifestação desenvolveu-se, como já
dito, pacificamente, acompanhada de perto por dezenas de policiais militares, a
pé, em viaturas e motos, orientando e desviando o trânsito; nas caminhadas,
funcionavam como batedores e frente e retaguarda.
Houve xingamentos, com ofensas
pessoais, ao prefeito da cidade, e cobranças especificamente para a diminuição
dos preços do transporte público de passageiros praticados pela empresa
PraiaMar, além de outras medidas, como ônibus em melhores condições e a
presença de um cobrador no interior dos coletivos.
Por volta das 20:30 horas, os manifestantes
deixaram a prefeitura rumo ao trevo de entrada da cidade. Muitas pessoas
encerraram naquele momento a sua participação, mas o grupo que prosseguiu em
protestos era ainda muito grande.
Protegidos e acompanhados pelos policiais, os manifestantes interditaram a rodovia dos Tamoios por cerca de uma hora. A manifestação teve fim por volta das 23 horas e foi considerada um sucesso pelos que delas participaram ou que a ela assistiram.
Protegidos e acompanhados pelos policiais, os manifestantes interditaram a rodovia dos Tamoios por cerca de uma hora. A manifestação teve fim por volta das 23 horas e foi considerada um sucesso pelos que delas participaram ou que a ela assistiram.
AUSÊNCIA
DE POLÍTICOS
Em todo o percurso não se viu qualquer
vereador da cidade emprestando sua solidariedade às reivindicações dos
manifestantes. Nem assessores seus foram observadores. Também o prefeito,
secretários municipais, seus assessores, deixaram de registrar sua presença.
Na terça-feira, dia 18, numa “prévia”
do que seria a manifestação de quinta-feira, centenas de pessoas foram para as
ruas em protesto. Reuniram-se na praça Cândido Mota e foram para a câmara municipal,
que iniciava sua sessão ordinária daquela semana por volta das 19:30 horas.
Recebidos pelo presidente Neto Bota,
que pôs a Casa à disposição dos manifestantes, os protestos não duraram muito e
assim apenas serviram para marcar presença. A sessão prosseguiu normalmente,
discutindo e votando todos os projetos da pauta. Os vereadores, naquela
oportunidade, disseram-se solidários ao movimento. (Fotos e vídeos: Caraguablog - Hugo Felipe)
Veja os vídeos:
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1 comentários:
Parabéns amigo pelo excelente trabalho jornalístico. Vc é o Cara.
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