domingo, 23 de junho de 2013

Caraguá: populares saem às ruas por melhorias no transporte público

O movimento foi pacífico e reuniu pelo menos duas mil pessoas, que protestavam contra os serviços de transporte público, a corrupção e a falta de ação política mais efetiva em prol da saúde, educação e moradia

Aproximadamente duas mil pessoas, a grande maioria jovens, atenderam à convocação feita pelas redes sociais e saíram às ruas de Caraguá protestando por melhorias na cidade e no país.

Os jovens da cidade aderiram ao movimento que começou em São Paulo e que depois ganhou as demais capitais e principais cidades do Brasil, com mobilizações de apoio registrados em diversos países.

Os protestos na capital do Estado inicialmente pediam a diminuição no preço das passagens dos ônibus urbanos. Depois tiveram aumentada a sua pauta de reivindicações, passando a exigir também providências das autoridades políticas para combater a corrupção, melhoria nos serviços de saúde, transporte, habitação e segurança.


Diferente de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e outras, onde se registraram atos de vandalismos –impondo-se a ação policial com mais rigor, inclusive com disparos de balas de borracha, gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral–, em Caraguá o movimento foi pacífico. Nenhum incidente aconteceu, nenhuma pessoa se feriu.

INTERNET, O LÍDER
Observou-se que toda essa massa popular, que ganhou as ruas em protestos por melhorias, não possui propriamente dito um líder. A internet, com suas redes sociais, é, pode-se dizer, a “mãe” do movimento. Ela é o grande líder que, em segundos, consegue levar mensagens e apelos às pessoas que, acedendo, vão para as ruas protestar.

Não pareceu nada previamente organizado, com estruturas próprias, como carros de som e coisas tais, tão comuns nos movimentos populares de algum tempo atrás, sempre assistidos por carros de som da CUT. Talvez seja porque, hoje, o PT esteja no poder no governo federal e da cidade de São Paulo.

OS PROTESTOS EM CARAGUÁ
A marcha de protestos em Caraguá aconteceu na quinta-feira, dia 20. Às 17 horas os jovens já começaram a se juntar na praça da Bíblia e às 18 horas saíram em marcha em direção do centro da cidade. O alvo era a prefeitura e a câmara municipal, prédios públicos que, àquela hora, já estavam fechados. À medida em que a massa avançava, mais e mais pessoas iam se juntando a ela, aumentando o seu volume.

O radialista J. Parreira estimou em 1.500 pessoas compondo os protestos. Mas falava-se em duas mil, três e até quatro mil manifestantes.

O ato de protesto defronte da prefeitura resumiu-se a poucos discursos improvisados, mal ouvidos diante do barulho provocado pela turba e ausência de aparelhagem sonora compatível. Gritos de ordem entoados a cada momento, ouvidos a mil vozes, e cartazes completavam os protestos.

A manifestação desenvolveu-se, como já dito, pacificamente, acompanhada de perto por dezenas de policiais militares, a pé, em viaturas e motos, orientando e desviando o trânsito; nas caminhadas, funcionavam como batedores e frente e retaguarda.
Houve xingamentos, com ofensas pessoais, ao prefeito da cidade, e cobranças especificamente para a diminuição dos preços do transporte público de passageiros praticados pela empresa PraiaMar, além de outras medidas, como ônibus em melhores condições e a presença de um cobrador no interior dos coletivos.

Por volta das 20:30 horas, os manifestantes deixaram a prefeitura rumo ao trevo de entrada da cidade. Muitas pessoas encerraram naquele momento a sua participação, mas o grupo que prosseguiu em protestos era ainda muito grande. 

Protegidos e acompanhados pelos policiais, os manifestantes interditaram a rodovia dos Tamoios por cerca de uma hora. A manifestação teve fim por volta das 23 horas e foi considerada um sucesso pelos que delas participaram ou que a ela assistiram.

AUSÊNCIA DE POLÍTICOS
Em todo o percurso não se viu qualquer vereador da cidade emprestando sua solidariedade às reivindicações dos manifestantes. Nem assessores seus foram observadores. Também o prefeito, secretários municipais, seus assessores, deixaram de registrar sua presença.
Na terça-feira, dia 18, numa “prévia” do que seria a manifestação de quinta-feira, centenas de pessoas foram para as ruas em protesto. Reuniram-se na praça Cândido Mota e foram para a câmara municipal, que iniciava sua sessão ordinária daquela semana por volta das 19:30 horas.

Recebidos pelo presidente Neto Bota, que pôs a Casa à disposição dos manifestantes, os protestos não duraram muito e assim apenas serviram para marcar presença. A sessão prosseguiu normalmente, discutindo e votando todos os projetos da pauta. Os vereadores, naquela oportunidade, disseram-se solidários ao movimento. (Fotos e vídeos: Caraguablog - Hugo Felipe)

Veja os vídeos:




1 comentários:

Caraguablog disse...

Parabéns amigo pelo excelente trabalho jornalístico. Vc é o Cara.