Água-viva australiana manchada foi encontrado na praia do Itaguá, em Ubatuba |
A aparição da espécie Phyllorhiza punctata, conhecida como
água-viva australiana manchada, foi constatada no início do mês na praia do
Itaguá. “Pescadores e pessoas nos acionaram falando do aumento de águas-vivas.
No local, constatamos e identificamos essa espécie. Posteriormente também
confirmamos com outros pesquisadores”, disse o oceanógrafo Hugo Gallo, ao G1.
Foto: Aline Nogimo/Aquário de Ubatuba |
O pesquisador afirmou que a espécie possivelmente tenha
aparecido no litoral norte de São Paulo trazida pela água de lastro dos navios,
que é a água captada para garantir a segurança operacional e estabilidade da
embarcação durante as operações portuárias. “É importante abrirmos uma
discussão nesse sentido com os órgãos ambientais, visto que o porto de São
Sebastião pode passar por ampliação e o movimento desses navios deve aumentar
consideravelmente”.
Ainda de acordo com o oceanógrafo, a aparição da medusa no
litoral norte preocupa os ambientalistas. “Toda espécie exótica causa
preocupação. A introdução da espécie inspira cuidados e pode causar problemas
ao ecossistema. Ela se alimenta de zooplâncton, ovos e larvas de espécies de
peixes nativos, e é considerada invasiva na costa brasileira. O problema é a
proliferação massiva”, explicou ao G1.
Além dos problemas ambientais, as águas-vivas podem causar
queimaduras em banhistas. Nesses casos, é importante que o banhista não
esfregue o local para não espalhar o veneno na pele, enxague com água salgada
ou soro fisiológico e procure rapidamente o atendimento médico.
O pesquisador disse ainda que o último registro da espécie
na costa brasileira aconteceu em 2006. Em 2000, a ocorrência desta água-viva
causou problemas no ecossistema do Golfo do México. Três espécies foram levadas
ao Aquário de Ubatuba e estão em exposição ao público. “O objetivo é a gente
acompanhar a espécie e analisar também o desenvolvimento em cativeiro”.
Caraguablog/JFPr
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