As cédulas e moedas em
disponibilidade não acompanham a demanda do setor. Muitas pessoas esquecem suas
moedas nos cofrinhos e fundo de bolsas. Utilizar cartões de débito pode ser uma
das alternativas que facilitam o troco
Com o aumento do poder de
renda do consumidor devido ao recebimento do 13º salário e com a chegada de fim
de ano quando há um grande movimento econômico na cidade, a falta de troco pode
afetar o comércio em Ubatuba.
As cédulas e moedas em
disponibilidade não acompanham a demanda do setor. Como resultado, o consumidor
que paga em dinheiro vivo corre o risco de levar muitas moedas embora, ou,
pior, ter o valor da sua compra arredondado para cima.
A dona de casa Maria
Aparecida Castilho contou que por morar sozinha, prefere fazer pequenas compras
em supermercados praticamente todos os dias e reclama da falta de troco.
"Eles ficam com os centavos. São pequenas quantias que no final dariam até
que um bom dinheiro. Nem sei dizer o quanto perco com isso", diz ela.
Geralmente, a moeda do troco
vai para o cliente, mas não volta. “Eu perco, coloco no bolso e quando estou
andando com pressa elas caem, coloco na bolsa e depois não acho mais",
assume a estudante Greice dos Santos.
Dar troco em moedas é uma
tarefa ainda mais difícil para os comerciantes.
“Dificilmente nosso cliente já vem fazer compras com o dinheiro trocado.
Eles sempre vêm com notas altas e aí vai todo nosso troco. Algumas vezes utilizamos chicletes e balas para facilitar.
Quando o cliente não aceita, eu peço que
aguarde um pouco até eu tentar trocar a nota ou entrar dinheiro no caixa",
afirma o dono de uma padaria no Centro.
Há quem se garanta com
reservas de moedas dentro do próprio estabelecimento, que recorra às lojas que
vendem produtos populares, que faça a troca na base da camaradagem ou até vá às
igrejas. É o caso de um rapaz que vende salada de frutas no centro. Ele vende
um copinho a R$ 3,50 e na maioria das vezes recebe cédulas de R$ 10. Para
levantar R$ 6,50, troca dinheiro praticamente todos os dias com representantes
de igrejas e com o pessoal da Zona Azul. "Às vezes, eles até me ligam para
oferecer", contou.
Alguns empresários preferem
garantir o troco nas viagens. Ao passar pelos pedágios, eles dão uma nota bem
alta e conseguem o valor bem trocado de volta. Outra saída é recorrer aos
bancos.
Uma outra opção que os
comerciantes encontraram é quando há a
relação de confiança com o consumidor, eles utilizam um “vale” para a compra seguinte.
O que também pode facilitar a
vida do comerciante e do consumidor é o uso do cartão de débito sempre que
possível. Uma compra de pequeno valor não impede que o comprador pague com
cartão, também conhecido como "dinheiro de plástico".
A gerente do Banco do Brasil
da unidade de Ubatuba, Nelma Regina Almeida, contou que recentemente os
gerentes das unidades bancárias da região realizaram uma reunião solicitando ao
Banco Central que envie mais trocos para as agências do Litoral Norte.
“Acontece que o Banco Central está sem troco. Estamos solicitando já há dois
meses toda semana para que nos enviem moedas e notas de baixo valor, mas o que
eles mandam são insuficientes para atendermos nossa demanda. O Banco Central
fabrica um “valor x” de troco, mas esse valor não está rodando no mercado e não
consegue suprir as agências”, disse a gerente.
O Procon, órgão de defesa do
consumidor brasileiro, diz que quem vende precisa oferecer o troco, mas quem
compra também pode colaborar levando moedas.
De acordo com o órgão, entre
os principais motivos para a escassez de níqueis no mercado atual estão a
desvalorização atribuída ao dinheiro de metal e a cultura de guardá-lo nos
tradicionais “cofrinhos” e esquecidos nas gavetas.
Segundo o site do Banco
Central, de cada quatro moedas fabricadas no Brasil, uma está fora de
circulação, o que representa 27% das moedas fabricadas após o Plano Real. Mais
de R$ 500 milhões estão em cofrinhos ou no fundo dos bolsos e das bolsas dos
brasileiros, ou seja, até agosto de 2012, quase 30% das moedas brasileiras
estão fora de circulação no país.
Se o Banco Central quisesse
emitir todos os mais de R$ 500 milhões de moedas que deixaram de circular, o
Brasil teria que gastar mais de R$ 1 bilhão para produzi-las. "Guardar
dinheiro é bom, mas chega uma hora que tem que abrir o cofrinho, caso
contrário, vai faltar pra todo mundo, principalmente no comércio”, alerta Jorge
Eloy, da Associação dos Representantes de Bancos.
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