São inaugurações e mais
inaugurações. Inauguram isso e aquilo. Inauguram até o que já foi inaugurado,
às vezes sem a mínima maquiagem que justificasse.
É uma beleza! Parece que tudo
corre as mil maravilhas tal é a eficiência dos poderes públicos em se apressar
a fazer obras “do interesse do povão”.
Tal fenômeno ocorre em
Ilhabela, São Sebastião, Ubatuba, Caraguatatuba. Uma felicidade geral.
É nesse momento que, dirigindo
aos nossos botões, perguntamos: por que é que não se realizam eleições todos os
anos?
Já pensou? O município
inteiro transformado num eterno canteiro de obras?
Sem dúvida alguma que o
cidadão é que sairia ganhando. Os políticos teriam de mostrar serviços, dos
bons, todos os anos, meses e meses a fio, sem esmorecer nunca.
Esmorecer seria morrer
politicamente. Neste caso, seria substituído por outro e assim sucessivamente.
Assim refletindo, entendemos
os motivos que justificam a idéia de se introduzir no país o instituto chamado “recall”
para avaliar os políticos anualmente.
Funciona assim: depois de
eleito o administrador e o corpo de vereadores, todo ano tem uma espécie de “eleição”,
realiza-se o “recall”. É quando o cidadão volta às urnas para dizer se o
administrador “fica” ou “sai”. O mesmo vale para os vereadores. Não é legal?
Àquele que pisou na bola,
bobeou, se corrompeu, se aconchavou, não atendeu às expectativas, que enganou, não apresentou
serviços, tchau mesmo! Bye-bye, garoto! Passar bem! Condolências à equipe! Lembranças
ao capeta! (como disseram ao Saddam Hussein, a caminho do cadafalso).
Ou seja: vai baixar em outro
terreiro... ciscar em outro lugar... Ou, como está em voga, volta pro mar, oferenda!...
O que não pode é acontecer é
o que se vê hoje: deixar propositalmente obras para serem inauguradas no último
ano do mandato, fazendo apenas o feijão-com-arroz durante os longos três anos
precedentes, com o consequente sacrifício de toda uma população.
Ah! Também não vale fazer
asfaltos que só duram uns poucos meses depois de terminadas as eleições.
Tudo isso cheira à prática de
uma política eleitoreira, menor, desprezível, rasteira, também chamada politicagem.
Não dá para continuar lendo
notícias de inaugurações nos meses que antecedem as eleições. Dá raiva. E a revolta só faz
refletir a respeito.
Como se chamará a este período? Época das vacas gordas ou época do engana-trouxa?
Como se chamará a este período? Época das vacas gordas ou época do engana-trouxa?
Ou, pior, do vota-bestaiada?
Ubiratan Fernandes
Para o Caraguablog
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