sexta-feira, 13 de julho de 2012

Que beleza! Estamos na época das vacas gordas...

Nos últimos dias, ao abrir o Imprensa Livre recebido todas as manhãs, deparamo-nos com inúmeras notícias muito alvissareiras.

São inaugurações e mais inaugurações. Inauguram isso e aquilo. Inauguram até o que já foi inaugurado, às vezes sem a mínima maquiagem que justificasse.

É uma beleza! Parece que tudo corre as mil maravilhas tal é a eficiência dos poderes públicos em se apressar a fazer obras “do interesse do povão”.

Tal fenômeno ocorre em Ilhabela, São Sebastião, Ubatuba, Caraguatatuba. Uma felicidade geral.

É nesse momento que, dirigindo aos nossos botões, perguntamos: por que é que não se realizam eleições todos os anos?

Já pensou? O município inteiro transformado num eterno canteiro de obras?

Sem dúvida alguma que o cidadão é que sairia ganhando. Os políticos teriam de mostrar serviços, dos bons, todos os anos, meses e meses a fio, sem esmorecer nunca.

Esmorecer seria morrer politicamente. Neste caso, seria substituído por outro e assim sucessivamente.

Assim refletindo, entendemos os motivos que justificam a idéia de se introduzir no país o instituto chamado “recall” para avaliar os políticos anualmente.

Funciona assim: depois de eleito o administrador e o corpo de vereadores, todo ano tem uma espécie de “eleição”, realiza-se o “recall”. É quando o cidadão volta às urnas para dizer se o administrador “fica” ou “sai”. O mesmo vale para os vereadores. Não é legal?

Àquele que pisou na bola, bobeou, se corrompeu, se aconchavou, não atendeu às expectativas, que enganou, não apresentou serviços, tchau mesmo! Bye-bye, garoto! Passar bem! Condolências à equipe! Lembranças ao capeta! (como disseram ao Saddam Hussein, a caminho do cadafalso).

Ou seja: vai baixar em outro terreiro... ciscar em outro lugar... Ou, como está em voga, volta pro mar, oferenda!...

O que não pode é acontecer é o que se vê hoje: deixar propositalmente obras para serem inauguradas no último ano do mandato, fazendo apenas o feijão-com-arroz durante os longos três anos precedentes, com o consequente sacrifício de toda uma população.

Ah! Também não vale fazer asfaltos que só duram uns poucos meses depois de terminadas as eleições.

Tudo isso cheira à prática de uma política eleitoreira, menor, desprezível, rasteira, também chamada politicagem.

Não dá para continuar lendo notícias de inaugurações nos meses que antecedem as eleições. Dá raiva. E a revolta só faz refletir a respeito.

Como se chamará a este período? Época das vacas gordas ou época do engana-trouxa?

Ou, pior, do vota-bestaiada?
Ubiratan Fernandes
Para o Caraguablog

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