quarta-feira, 27 de junho de 2012

As Câmaras Municipais têm auxílio-paletó?

A justiça acabou com o chamado auxílio-paletó dos deputados da assembléia legislado do Estado de São Paulo. O auxílio consistia no pagamento de dois salários no ano para o deputado renovar seu guarda-roupa, no valor de cada parcela em cerca de 22 mil reais.

A justiça se pronunciou depois da denúncia formulada pela promotoria pública e com isso os 94 deputados estaduais terão seus ganhos reduzidos. A concessão foi considerada inconstitucional, uma vez que a Carta Maior do país determina que o valor dos subsídios deve ser pago em parcela única.

E as câmaras municipais, possuem tal privilégio? Nas cidades de Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba, não se tem notícia de pagamento similar. Os vereadores ganham subsídio único, não havendo sequer, em muitos casos, o pagamento pelo comparecimento a sessões extraordinárias, como acontece no Congresso Nacional.

Por que não pagam privilégios os legislativos municipais? A resposta é simplista: os vereadores já recebem pelo máximo permitido em lei, de modo que qualquer outro pagamento superaria o limite legal, de cerca de 40% do que ganha um deputado, variando esse percentual de acordo com o número populacional do município. O limite consta da Constituição. Para a atual legislatura, foi de cerca de quatro mil reais.

Todavia, não ter vale-paletó não significa que não existam outros privilégios. Os vereadores têm à sua disposição diversos assessores, que na prática significa cabos eleitorais remunerados pelo poder público. Possuem celulares pagos pelos cofres da municipalidade e veículos oficiais para seus deslocamentos a outras cidades e à capital e ainda transporte de seus eleitores. Embora possa não ser tido como muito legal, é assim que vem acontecendo, sem oposição pelo Tribunal de Contas do Estado.

No ano que vem começa uma nova gestão legislativa. Os vereadores terão de fixar novamente, ainda neste ano de 2012, os seus subsídios para a próxima legislatura, que vai de 2013 a 2016. À exceção de Ilhabela, que deverá pagar menos, os demais municípios do litoral norte poderão remunerar seus vereadores em até 40% ou 50% do que ganha um deputado estadual, dependendo do seu número populacional. Na prática, o limite varia de 8 a 11 mil reais por mês.

Não se sabe se Ilhabela, Ubatuba e São Sebastião já fixaram os subsídios de seus vereadores para a próxima legislatura. Mas Caraguatatuba já o fez e fê-lo até em valores singelos. Os vereadores de Caraguá irão receber pouco mais de 5 mil reais por mês, quando poderiam ter fixado esse valor de 11 mil reais.


É possível que a escassez de seus cofres tenha impedido um salário mais gordo. Afinal, Caraguá terá aumento no número de seus vereadores, passando dos atuais dez para 15. Isso evidentemente implicará maiores dispêndios. Talvez esse fato tenha impedido um salário mais polpudo, como seria lógico e compreensível esperar.
Paulo Eduardo
para o Caraguablog


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