Criada em
2008 e mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, a São Paulo Companhia de
Dança, leva ao palco do Teatro Mário Covas, em Caraguatatuba (SP), três obras
de seu repertorio. A primeira, Bachiana nº1, foi criada especialmente para a
SPCD por Rodrigo Pederneiras, renomado coreógrafo brasileiro, Ballet 101, do
coreografo canadense Eric Gauthier, e Supernova, de Marco Goecke. Os
espetáculos acontecem nos dias 20 e 21 de abril, às 21h.
SERVIÇO
São Paulo Companhia de
Dança em Caraguatatuba (SP)
Ballet
101, de Eric
Gauthier; Supernova, de Marco Goecke e Bachianas n°1, de Rodrigo
Pederneiras
Dia 20 e 21
de abril | sexta e sábado, às 21h
Teatro Governador Mário Covas
Av. Goiás,
187 – Indaiá
Entrada gratuita
Caraguablog/JFPr
Veja abaixo as
Coreografias >>>>>>
COREOGRAFIAS
Bachiana
nº1 (2012) Estreia
de Rodrigo
Pederneiras
Inspirado
pelas Bachianas Brasileiras nº 1, de Heitor Villa-Lobos, Rodrigo Pederneiras
criou para a São Paulo Companhia de Dança uma peça, na qual a dança responde a
estrutura íntima da música. A obra,
dividida em três movimentos, evidencia a brasilidade, o romantismo e a paixão
do nosso povo. Para o coreógrafo, “é um balé abstrato e apaixonado. Os
instrumentos que sucedem cada parte da música já traduzem o gesto por si”, e
dessa afinação entre som e movimento surge a obra que ganha acentos
particulares no corpo de cada intérprete. Nesse balé pode-se ver a linguagem
característica desse grande coreógrafo da dança brasileira, e também nuances de
uma criação específica para bailarinos de uma companhia de repertório, na qual
a versatilidade dos intérpretes traz novos acentos à linguagem de Pederneiras.
Ballet
101(2006) Estreia
de Eric
Gauthier
Ballet 101,
de Eric Gauthier é um solo de oito minutos que brinca com a dança clássica. A
partir das cinco posições do balé, o coreógrafo narra outras 96 possíveis
variantes em referência a coreógrafos e balés consagrados. Na primeira parte da
obra ele as demonstra, e na segunda, cria uma sequência que as combina de forma
randômica. O coreógrafo recebeu o prêmio de público e crítica da International
Competition for Choreographers, em Hannover, Alemanha, em 2008. A São Paulo
Companhia de Dança é a primeira companhia brasileira a dançar uma obra de
Gauthier.
Supernova
(2009)
de Marco
Goecke
Em 2009,
inspirado por um CD de jazz da banda americana Antony & The Johnsons e pelo
fenômeno astronômico das supernovas (estrelas que explodem, morrem mas
continuam brilhando no espaço por algum tempo), Marco Goecke criou essa obra
para o Scapino Ballet Rotterdam. Supernova é uma coreografia de contrastes, na
qual vida e morte, claro e escuro estão ligados pela energia de cada
intérprete. A movimentação pode ser vista de diferentes perspectivas e é marcada
por sequências muito rápidas, precisas e controladas, que fazem os corpos
vibrarem.
“O movimento começa de forma simples, como um
gesto”1, explica o remontador Giovanni di Palma. “A velocidade é o que o torna
especial. Ao final, não é mais possível reconhecer o primeiro passo porque não
são mais passos, é pura energia. É a supernova.”
A luz
original de Udo Haberland cria a atmosfera da cena, desenha espaços nos quais
os bailarinos aparecem e desaparecem misteriosamente e dialoga com os elementos
cênicos – sal e fogo – presentes. “A luz é componente importante na criação
porque estabelece o ambiente da obra, torna o espaço maior ou menor, suspende o
espectador para fora da realidade”2, diz Goecke. “A inspiração para usar o sal
veio das lutas de sumô japonesas, em que usam esse elemento para limpar o
espaço e as energias. O fogo é o elemento de contraste, que concentra essa
energia.”
Goecke está
interessado “em como algo pode ser tão rápido antes de desaparecer e onde está
a diferença entre o surgir e o sumir. Entretanto, sempre vi a questão da
velocidade como um espelho da contemporaneidade. Hoje, é tudo veloz.” A São
Paulo Companhia de Dança é a primeira companhia no Brasil a dançar uma obra de
Goecke.
Foto: Wilian Aguiar
Caraguablog/JFPr
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