quarta-feira, 18 de abril de 2012

São Paulo Companhia de Dança leva três obras de seu repertório a Caraguatatuba (SP)


Criada em 2008 e mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, a São Paulo Companhia de Dança, leva ao palco do Teatro Mário Covas, em Caraguatatuba (SP), três obras de seu repertorio. A primeira, Bachiana nº1, foi criada especialmente para a SPCD por Rodrigo Pederneiras, renomado coreógrafo brasileiro, Ballet 101, do coreografo canadense Eric Gauthier, e Supernova, de Marco Goecke. Os espetáculos acontecem nos dias 20 e 21 de abril, às 21h.
SERVIÇO
São Paulo Companhia de Dança em Caraguatatuba (SP)
Ballet 101, de Eric Gauthier; Supernova, de Marco Goecke e Bachianas n°1, de Rodrigo Pederneiras
Dia 20 e 21 de abril | sexta e sábado, às 21h
Teatro Governador Mário Covas
Av. Goiás, 187 – Indaiá
Entrada gratuita
Caraguablog/JFPr
Veja abaixo as Coreografias >>>>>>

COREOGRAFIAS

Bachiana nº1 (2012) Estreia
de Rodrigo Pederneiras
Inspirado pelas Bachianas Brasileiras nº 1, de Heitor Villa-Lobos, Rodrigo Pederneiras criou para a São Paulo Companhia de Dança uma peça, na qual a dança responde a estrutura íntima da música.  A obra, dividida em três movimentos, evidencia a brasilidade, o romantismo e a paixão do nosso povo. Para o coreógrafo, “é um balé abstrato e apaixonado. Os instrumentos que sucedem cada parte da música já traduzem o gesto por si”, e dessa afinação entre som e movimento surge a obra que ganha acentos particulares no corpo de cada intérprete. Nesse balé pode-se ver a linguagem característica desse grande coreógrafo da dança brasileira, e também nuances de uma criação específica para bailarinos de uma companhia de repertório, na qual a versatilidade dos intérpretes traz novos acentos à linguagem de Pederneiras.

Ballet 101(2006) Estreia
de Eric Gauthier
Ballet 101, de Eric Gauthier é um solo de oito minutos que brinca com a dança clássica. A partir das cinco posições do balé, o coreógrafo narra outras 96 possíveis variantes em referência a coreógrafos e balés consagrados. Na primeira parte da obra ele as demonstra, e na segunda, cria uma sequência que as combina de forma randômica. O coreógrafo recebeu o prêmio de público e crítica da International Competition for Choreographers, em Hannover, Alemanha, em 2008. A São Paulo Companhia de Dança é a primeira companhia brasileira a dançar uma obra de Gauthier.
 Supernova (2009)
de Marco Goecke
Em 2009, inspirado por um CD de jazz da banda americana Antony & The Johnsons e pelo fenômeno astronômico das supernovas (estrelas que explodem, morrem mas continuam brilhando no espaço por algum tempo), Marco Goecke criou essa obra para o Scapino Ballet Rotterdam. Supernova é uma coreografia de contrastes, na qual vida e morte, claro e escuro estão ligados pela energia de cada intérprete. A movimentação pode ser vista de diferentes perspectivas e é marcada por sequências muito rápidas, precisas e controladas, que fazem os corpos vibrarem.

 “O movimento começa de forma simples, como um gesto”1, explica o remontador Giovanni di Palma. “A velocidade é o que o torna especial. Ao final, não é mais possível reconhecer o primeiro passo porque não são mais passos, é pura energia. É a supernova.”

A luz original de Udo Haberland cria a atmosfera da cena, desenha espaços nos quais os bailarinos aparecem e desaparecem misteriosamente e dialoga com os elementos cênicos – sal e fogo – presentes. “A luz é componente importante na criação porque estabelece o ambiente da obra, torna o espaço maior ou menor, suspende o espectador para fora da realidade”2, diz Goecke. “A inspiração para usar o sal veio das lutas de sumô japonesas, em que usam esse elemento para limpar o espaço e as energias. O fogo é o elemento de contraste, que concentra essa energia.”

Goecke está interessado “em como algo pode ser tão rápido antes de desaparecer e onde está a diferença entre o surgir e o sumir. Entretanto, sempre vi a questão da velocidade como um espelho da contemporaneidade. Hoje, é tudo veloz.” A São Paulo Companhia de Dança é a primeira companhia no Brasil a dançar uma obra de Goecke.
Foto: Wilian Aguiar
Caraguablog/JFPr

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