terça-feira, 26 de abril de 2011

O risco da votação do Novo Código Florestal

deputado Aldo Rabelo
A aprovação do substitutivo do Código Florestal de autoria do deputado Aldo Rabelo (PC do B), vai aumentar ainda mais os riscos de extinção de espécies da biodiversidade dos biomas brasileiros, especialmente na Amazônia.
De acordo com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), não há "fundamento científico" nas mudanças propostas na legislação. Para as entidades, seria uma "tragédia" a votação na semana que vem com o texto como está.
As Áreas de Preservação Permanente (APP) é um dos temas que provoca embates mais acirrados entre ruralistas e ambientalistas. A lei atual define como APP topos de morros e encostas íngremes, entre outros, e restringe sua ocupação. Também entram no conceito de APP as matas localizadas ao longo de leitos de rios, nascentes, lagos.
O relatório flexibiliza o uso dessas áreas. No caso de topos de morros e encostas, a ocupação será autorizada, até que os órgãos ambientais locais, munidos de estudos técnicos específicos, proíbam o uso dessas terras caso por caso. Ambientalistas acreditam que deixar a definição das APPs a cargo de órgãos locais poderia causar a descentralização do Código e provocar diferenças gritantes entre os Estados.
Além disso, a legislação atual determina que se deva preservar a vegetação numa faixa de 30 metros ao longo de cursos d'água que tenham largura de até 10 metros. O texto de Rebelo prevê uma faixa menor de APP, de 15 metros de mata, para leitos com até 5 metros de largura.
O deputado sinalizou ainda que pode alterar o texto que deve ir a Plenário, permitindo que agricultores familiares mantenham essa área de preservação em 7,5 metros, nos casos em que essa área já foi degradada, sob a justificativa de viabilizar a produção de pequenas propriedades.
Este é outro ponto de tensão no texto, alvo de críticas de ambientalistas. Eles temem a degradação das matas ciliares, que protegem a água e o solo, além de servirem de corredores ecológicos entre bolsões de áreas preservadas.
Em plena negociação com o Congresso Nacional para votação do novo Código Florestal, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, saiu em defesa dos ambientalistas nesta segunda-feira. Disse que não é "tolice" a defesa de um mundo mais sustentável e que é "isolando" os radicais que o governo está chegando ao consenso em torno desse debate.
A votação está marcada para os dias 3 e 4, mas é obvio que até lá as entidades, os parlamentares, o próprio governo, todo mundo terá um espaço para opinar, para dizer o que pensa, para falar sobre as suas proposições e nós vamos ter que ver, a partir disso, qual o melhor encaminhamento para votação do projeto do novo Código Florestal. Se houver qualquer movimento majoritário contrário à votação, não será o presidente da câmara que vai se opor - disse Maia.
"Será uma tragédia para sociedade brasileira. Espero que não seja votado. Nós estamos aqui trazendo a visão de 96 sociedades científicas, a elite da ciência brasileira. O que nós gostaríamos é de poder continuar contribuindo trazendo dados para a implementação de um código moderno, e não um documento que os dados da ciência mostram que está furado está errado", disse Helena Nader, presidente da SBPC, durante lançamento do estudo "O Código Florestal e a Ciência - Contribuições sobre o diálogo", em um hotel de Brasília.

Foto: tribunadeibicarai.blogspot.com
Caraguablog/JFPr
NOTA DO BLOG: Eu não votrei nele mas parece que a meta do deputado Aldo Rabelo é desguarnecer nossas áreas de preservação. Quem votou se mexa, cobre mais dignidade de seu representante. Viva o Meio Ambiente!

0 comentários: