domingo, 20 de fevereiro de 2011

Etnobotânica no litoral da Mata Atlântica

A Mata Atlântica brasileira é considerada como uma das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, pois apresenta um alto endemismo biológico e um grande risco de destruição de seu ambiente.

Este risco se estende para além do patrimônio biológico, alcançando também as comunidades humanas e todo o seu conhecimento sobre o ambiente, que podem estar desaparecendo mais rápido do que a própria floresta.
Para fazer frente a essas ameaças ao conhecimento ecológico local, o enfoque da etnobiologia tem se mostrado bastante promissor. A etnobiologia permite estudar a interação entre pessoas e recursos naturais, dentro de determinados contextos e inserida em sistemas dinâmicos. Neste sentido, a etnobotânica, em particular, pode ser compreendida como o estudo das interações entre pessoas e plantas, revelando a grande importância dos recursos vegetais para a sobrevivência e manutenção de populações locais.
Praia da Almada/Ubatuba              Natalia Hanazak                                       
No litoral sudeste brasileiro, os caiçaras são habitantes nativos, de origem mista, descendentes tanto de colonizadores europeus como de indígenas, mas também com influências de outras culturas. Historicamente a subsistência caiçara era baseada na agricultura de pequena escala e na pesca. Porém, face às mudanças ocorridas nas últimas décadas, muitos habitantes locais deixaram suas comunidades, passando a viver nas periferias dos centros urbanos litorâneos. Outros, que permaneceram nos bairros caiçaras, gradualmente estão substituindo suas atividades costumeiras por outras, como as atividades voltadas para o turismo.
A despeito dessas recentes mudanças, ainda existe uma grande dependência local por recursos vegetais e, sobretudo, ainda existe um rico conhecimento sobre tais recursos. É aqui que entra a importância dos estudos etnobotânicos, não apenas como uma ferramenta descritiva ou analítica sobre o uso de recursos, mas também com o seu potencial para o resgate e valorização de conhecimentos que estão sendo pouco a pouco abandonados.
http://www.comciencia.br/reportagens/litoral/lit15.shtml                       
Natalia Hanazaki

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