sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Transplante pode ter curado doente de Aids

A boa notícia foi dada pela Agência Estado e reproduzida pelo jornal Imprensa Livre em sua edição de ontem, dia 16 de dezembro de 2010.

Confira:

(AE) - Um transplante de sangue muito pouco comum aparentemente curou um norte-americano do vírus HIV, causador da aids. Os médicos advertem, porém, que esse não poderia ser um método para uso generalizado entre os portadores da doença.

O homem, na casa dos 40 anos e morador de Berlim, recebeu um transplante de células-tronco sanguíneas para tratar uma leucemia em 2007. Seu doador não somente era compatível, mas também tinha uma mutação genética que dava a ele resistência natural ao HIV. Agora, três anos depois, o receptor do transplante deixou de apresentar signos de leucemia e de HIV, segundo um estudo divulgado na revista científica Blood.

“Esta é uma prova interessante do conceito de que um paciente poderia ser curado do HIV com medidas extraordinárias”, mas é demasiado arriscado para que se converta em uma terapia regular, inclusive se houvessem doadores compatíveis, disse o médico Michael Saag, da Universidade do Alabama, na cidade de Birmingham. Saag é ex-presidente da Associação Médica para o HIV, entidade de médicos especializados no tratamento da doença.

Os transplantes de medula óssea, ou mais comumente atualmente de células-tronco sanguíneas, são realizados para tratar o câncer e os riscos que representam para as pessoas saudáveis são desconhecidos. O procedimento implica destruir o sistema imune original dos doentes com medicamentos poderosos, para substituí-lo com as células do doador, a fim de criar um novo sistema imune. A mortalidade desse tipo de operações ou de suas complicações podem ser de 5% ou mais, disse Saag.

“Não podemos aplicar este método particular nos indivíduos saudáveis, pois o risco é muito alto”, especialmente quando os remédios podem manter o HIV controlado na maioria dos casos, notou Saag. A menos que uma pessoa com HIV também tivesse câncer, não se consideraria um transplante, acrescentou ele.

Quando surgiu pela primeira vez o caso do paciente de Berlim, há dois anos, o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias y Enfermidades Infecciosas, disse que o procedimento era demasiado custoso e arriscado para se tornar uma cura prática, mas que poderia dar mais pistas para se utilizar uma terapia genética ou outros métodos para alcançar o mesmo resultado.
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