A insegurança que se derrama por sobre
todos os quadrantes do Brasil já chegou, de há algum tempo, à pacata
Caraguatatuba, para a infelicidade de seus igualmente pacatos moradores.
A tranquilidade que se vivia por aqui se
esvai dia a dia, a cada nova notícia de um roubo aqui, ali e acolá; de um
homicídio, um latrocínio, furto de um carro ou de uma moto. Crimes sexuais
também nos perturbam.
O sentimento de insegurança é tal que muitos
vivem um estado de neurose. Resultados disso são muros que mais se parecem a paredes,
encimados por cercas elétricas e uma quantidade absurda de câmeras de vídeo,
tudo na busca de proteção que nem sempre garantem. Nem o cão feroz protege
mais.
Ninguém agora se arrisca a andar à noite
pelas ruas, curtindo a fresca, pois o sentimento é de entrega total à sanha,
por vezes assassina, de criminosos que espreitam nas esquinas em busca de
vítimas. É assim nas ruas do centro, mais afastadas, dos bairros. Mesmo o
caminhar inocente pela avenida da praia, de dia, até por recomendação médica,
se tornou um risco a ser enfrentado.
Querem saber da verdade? Não dá mais.
Chegamos ao limite do tolerável. Nem venham
com dados estatísticos para tentar demonstrar que não é bem assim. Maquiadas ou
não, às favas com as estatísticas. É a nossa vida e a de nossos filhos que
temos em conta e, como cidadãos, exigimos providências realmente eficazes para
dar um basta! neste estado deplorável coisas.
Desarmados por lei, chefes de famílias não
sabem como defender seus entes queridos quando ouvem um barulho qualquer vindo
de fora da residência. Devem morder? Cuspir na cara do bandido? Dar-lhe vassouradas?
Ser baleados se empunharem a faca de cozinha? Nada disso. Como porcos
castrados, entregam-se, juntamente com os seus, ao abate implacável de mãos
assassinas cada vez mais ousadas.
A pergunta que se faz é: onde estão nossos
representantes políticos? Claro, em suas luxuosas residências, em regra
protegidos por seguranças pessoais armados, ou vagando em carrões blindados, e
repetindo aquele interminável e insuportável blablablá de que esses criminosos são apenas vítimas de um sistema
injusto de distribuição da riqueza.
Quando os próprios policiais são
perseguidos e mortos, até por não disporem de armamento apropriado aos embates,
e, como qualquer de nós, temem por suas vidas, não custa repetir...
Não dá mais!
(Editorial
do jornal “A Melhor Idade”,
de Caraguá, junho/2015)
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