terça-feira, 16 de junho de 2015

Não dá mais!


A insegurança que se derrama por sobre todos os quadrantes do Brasil já chegou, de há algum tempo, à pacata Caraguatatuba, para a infelicidade de seus igualmente pacatos moradores.

A tranquilidade que se vivia por aqui se esvai dia a dia, a cada nova notícia de um roubo aqui, ali e acolá; de um homicídio, um latrocínio, furto de um carro ou de uma moto. Crimes sexuais também nos perturbam.

O sentimento de insegurança é tal que muitos vivem um estado de neurose. Resultados disso são muros que mais se parecem a paredes, encimados por cercas elétricas e uma quantidade absurda de câmeras de vídeo, tudo na busca de proteção que nem sempre garantem. Nem o cão feroz protege mais.

Ninguém agora se arrisca a andar à noite pelas ruas, curtindo a fresca, pois o sentimento é de entrega total à sanha, por vezes assassina, de criminosos que espreitam nas esquinas em busca de vítimas. É assim nas ruas do centro, mais afastadas, dos bairros. Mesmo o caminhar inocente pela avenida da praia, de dia, até por recomendação médica, se tornou um risco a ser enfrentado.

Querem saber da verdade? Não dá mais.

Chegamos ao limite do tolerável. Nem venham com dados estatísticos para tentar demonstrar que não é bem assim. Maquiadas ou não, às favas com as estatísticas. É a nossa vida e a de nossos filhos que temos em conta e, como cidadãos, exigimos providências realmente eficazes para dar um basta! neste estado deplorável coisas.

Desarmados por lei, chefes de famílias não sabem como defender seus entes queridos quando ouvem um barulho qualquer vindo de fora da residência. Devem morder? Cuspir na cara do bandido? Dar-lhe vassouradas? Ser baleados se empunharem a faca de cozinha? Nada disso. Como porcos castrados, entregam-se, juntamente com os seus, ao abate implacável de mãos assassinas cada vez mais ousadas.

A pergunta que se faz é: onde estão nossos representantes políticos? Claro, em suas luxuosas residências, em regra protegidos por seguranças pessoais armados, ou vagando em carrões blindados, e repetindo aquele interminável e insuportável blablablá de que esses criminosos são apenas vítimas de um sistema injusto de distribuição da riqueza.

Quando os próprios policiais são perseguidos e mortos, até por não disporem de armamento apropriado aos embates, e, como qualquer de nós, temem por suas vidas, não custa repetir...

Não dá mais!
(Editorial do jornal “A Melhor Idade”, 
de Caraguá, junho/2015)


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