Ela chega ao Brasil neste sábado, 22 de
março, e passará um mês no país participando, inclusive, de encontros que
integram os 70 anos desta obra missionária que prega a paz e a unidade entre
todos os povos e religiões
Um grupo de fiéis de
Caraguatatuba já confirmou presença no evento que integra as comemorações dos
70 anos do Movimento dos Focolares no Brasil e no mundo, que acontecerá no
Ginásio do Ibirapuera, na capital paulista, no próximo dia 21 de abril. O
momento mais esperado será o encontro com Maria Voce, primeira presidente do
Movimento dos Focolares, depois da morte de sua fundadora, Chiara Lubich em
2008.
Maria Voce chega ao Brasil
neste sábado, 22 de março, e durante um mês, se encontrará com a comunidade dos
Focolares e com fundadores e responsáveis de Comunidades eclesiais em Recife,
Fortaleza, Belém e São Paulo. Ela também terá encontros com representantes dos
setores da cultura, da política e da Igreja para avaliar a experiência
comunitária deste movimento ecumênico que difunde a cultura da unidade e
constrói pontes de fraternidade em todos os setores da sociedade brasileira. Na
primeira etapa da viagem, ela visita Recife, de onde desde 1959 o Movimento
originário da Itália, chegou ao Brasil e se difundiu por todo o país.
Qual é o objetivo dessa
viagem? “Antes de tudo, ela deseja mergulhar na história do passado e do
presente de nosso povo, em nossa cultura, com suas riquezas, potencialidades e
contradições”, informa Gehilda Cavalcante, corresponsável, juntamente com
Dorival Spatti, pela Mariápolis Ginetta, centro nacional de formação do
Movimento dos Focolares.
Outro objetivo importante da
viagem de Maria Voce ao Brasil é, segundo Cavalcante, “fazer com que as
comunidades do Movimento comuniquem, através de experiências e obras, as
transformações em nível pessoal, no âmbito social, político, econômico,
cultural, atuadas pelo Evangelho vivido à luz do carisma da unidade”.
Nesse sentido, explica
Dorival Spatti, “a expectativa é compreender juntos nessa fase de profundas
transformações da sociedade, um melhor e novo modo, para que o Movimento possa
atender às urgências do Brasil, em sintonia com o frequente convite do Papa
Francisco de sair ao encontro das periferias existenciais”.
Eventos da Programação:
Inauguração da “Cátedra
interinstitucional Chiara Lubich – Fraternidade e Humanismo” na Universidade
Católica de Recife – UNICAP onde Maria Voce proferirá o descurso: ”O Humanismo
de Chiara Lubich”; Visita à primeira Fazenda da Esperança de Guaratinguetá-SP; Encontro
com os membros do Movimento nas várias regiões; Encontro com fundadores e
responsáveis de Comunidades eclesiais, em Fortaleza; Diálogo com um grupo de
bispos que vive a Espiritualidade do Movimento; Encontro com empresários e
políticos de todo o Brasil, envolvidos nos projetos da Economia de Comunhão e
Movimento Político para Unidade, na Mariápolis Ginetta (SP).
Quem é Maria Voce? Eleita presidente do Movimento dos Focolares no dia 7 de julho de
2008, pela Assembleia geral dos focolarinos; primeira na sucessão da fundadora
Chiara Lubich, falecida em 14 de março do mesmo ano. Os Focolares é o único Movimento
que em seu Estatuto define que a presidente seja sempre uma mulher. Maria Voce
foi colaboradora direta de Chiara Lubich: fez parte da sua secretaria pessoal e
contribuiu para a atualização dos Estatutos Gerais do Movimento.
Ela nasceu em Ajello Calabro
(Cosenza – Sul da Itália) em 16 de julho de 1937, primogênita de sete filhos.
Seu pai era médico, sua mãe dona-de-casa.
No último ano do curso de Direito, em Roma (1959), conheceu, na
Universidade, um grupo de jovens focolarinos, e ficou fascinada pelo testemunho
evangélico dado por eles. Terminados os estudos exerceu a profissão em Cosenza,
tornando-se a primeira mulher a advogar no fórum da cidade. Em 1963 sentiu o
imprevisível e “arrebatador” chamado de Deus a seguir a estrada de Chiara
Lubich, ao qual logo respondeu com determinação. Sucessivamente realizou
estudos de Teologia e Direito Canônico. Teve uma experiencia direta no
ecumenismo e no dialogo inter-religioso: viveu dez anos (1978-1988) no focolare
de Istambul (Turquia), onde teceu relações em nível ecumênico em especial com o
então Patriarca de Constantinopla, Demétrio I, e numerosos metropolitas, entre
os quais o atual Patriarca Bartolomeu I, e em nivel inter-religioso com os
muçulmanos. É consultora do Conselho Pontifício para os Leigos e do Conselho
Pontifício para a promoção da Nova Evangelização.
Desde os primeiros dias da
sua eleição, Maria Voce indicou como estilo de sua presidência «priorizar os
relacionamentos», buscando, com todas as forças, atuar o objetivo pelo qual
surgiu o Movimento: realizar a unidade em todos os níveis. Realizou numerosas
viagens em todos o continentes: o primeiro na Africa, o último de seu mandato,
agora no Brasil. Em sintonia com o frequente convite do Papa Francisco de “sair
ao encontro das periferias esistenciais”, impulsionou o movimento recordando
que é chamado “a mergulhar nesta humanidade desorientada, partilhando seus
medos e angustias, para reconduzi-la ao seu ponto central, Deus”.
A história do Movimento dos Focolares? Trento (Norte da Itália), 1943. Eram tempos de guerra. É daquele
desmoronamento que nasce a obra de paz e de unidade de Chiara Lubich. Com pouco
mais de vinte anos, diante da destruição de tudo, provocada pelo ódio, ela
descobre Deus em sua essência: Amor. Deus, que aparece como aquele que não
passa, que nenhuma guerra pode destruir. Ela mesma escreve então: “Cada dia
novas descobertas: o Evangelho se tornava o nosso único livro, única luz de
nossa vida. Compreendíamos que o amor é tudo, aquele amor exigente e radical
que tem a força de amar, amar também o inimigo, e que nos pede de amar-nos
reciprocamente”. A última oração de Jesus ao Pai: “Que todos sejam um” aparece
como o principal programa de vida do Movimento, o projeto de Deus sobre a
humanidade. “O ódio e o rancor desaparecem; em muitas famílias retorna a paz.
Nasce a certeza de que é no Evangelho que se encontra a solução de todos os
problemas individuais e sociais”.
Difusão no mundo - Aos poucos, se desenvolve e o Movimento adquire dimensões mundiais
(mais de 180 países), supera barreiras de língua, cultura, raça, religião e
credo, chegando a mais de dois milhões de pessoas, não só católicas, mas
cristãos de mais de 300 Igrejas e seguidores de outras religiões. Surgem 26
ramificações com o objetivo de contribuir para renovar, com a vida do
Evangelho, o mundo da família, dos jovens, os vários âmbitos da sociedade, o
mundo eclesial.
No Brasil –
Foi o primeiro país fora da Europa, que em 1959, no Recife, desembarcam
focolarinos que tinham iniciado o Movimento junto com Chiara. Logo se forma uma
pequena comunidade transformada pelo Evangelho. Fazia parte dela pessoas as
mais diversas, como aquela jovem universitária que tinha procurado no ideal
socialista o caminho para arrancar o povo da miséria; ou ainda, alguém de
família burguesa, que tinha doado os seus bens aos mais pobres da comunidade,
ou quem no Evangelho, tinha encontrado a força para perdoar o assassino do
próprio pai, rompendo uma espiral de vinganças. Foram anuladas, desse modo, as
diferenças sociais: tinha-se formado uma comunidade de irmãos. Naquele tempo
eram centenas de pessoas que tinham aderido à proposta do Movimento. Depois de
mais de 50 anos são 200.000 em todo o país. Muitas são as obras sociais nas
diferentes regiões, três centros de testemunho do Movimento: nas proximidades
de Belém, Recife e São Paulo, onde teve início o Projeto Economia de Comunhão e
dali se espalhou em todo o mundo. São 45 casas chamadas “focolares” masculinos
e femininos, que irradiam o Movimento, presentes em 17 Estados do Brasil. Informações: www.focolares.org.br
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