Foto: Ronald Kraag |
REGINALDO PUPO - Agência Estado
Quem costuma viajar pela Rodovia dos Tamoios (SP-99),
principal acesso entre o Vale do Paraíba e o litoral norte paulista, e está
acostumado com as belas paisagens dos últimos resquícios da Mata Atlântica,
terá de se acostumar com túneis quilométricos e cores frias.
Quem utiliza o mirante localizado no sentido Caraguatatuba
para fotografar de um ângulo diferente a orla e o mar, por exemplo, terá de
esperar chegar ao litoral para registrar as belas paisagens. É o que prevê o
projeto executivo da duplicação do trecho de serra da rodovia, com previsão de
conclusão em 2017.
O trecho de planalto, que já está com 25% do cronograma em
andamento, deverá ser totalmente duplicado em dezembro. O Estudo e o Relatório
de Impacto Ambiental (Eia/Rima) da última etapa de duplicação da Nova Tamoios
foi apresentado há uma semana pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente
(Consema), em Caraguatatuba, como parte do processo de licenciamento ambiental
das obras.
Moradores sugeriram a criação de belvederes para minimizar o
impacto cinzento do complexo, mas provocaram reação contrária do corpo técnico
durante a audiência. De acordo com Carlos Satoro, engenheiro executivo da
Dersa, estatal responsável pela duplicação da Tamoios ao lado do Departamento
de Estradas de Rodagem (DER), o trecho de serra terá uma pista reversível de
21,52 quilômetros com três faixas de rolamento de 3,50 metros cada.
Cinco túneis serão construídos e totalizarão 12,6
quilômetros do total de 17,7 quilômetros previstos. Um deles terá 3.665 metros e será o maior do Brasil, segundo
a Dersa, superando o existente na Rodovia dos Imigrantes, que tem 3.150 metros.
Quatro desses túneis serão acompanhados por túneis
auxiliares, que servirão como rota de fuga para casos de acidentes. Nove
viadutos e duas pontes também vão compor o sistema. A nova pista será utilizada
para subida, enquanto o traçado atual será usado para descida.
O custo total do empreendimento está avaliado em R$ 2,13
bilhões. Segundo a Dersa, as obras de duplicação do trecho de planalto e os
contornos de Caraguatatuba e São Sebastião serão bancados com recursos do
Estado e não terão pedágio.
Impactos
Segundo Ana Maria Iversson, da JGP Consultoria, que elaborou
o Eia/Rima, foram estudadas sete alternativas antes de se chegar ao traçado
previsto. "É o projeto menos impactante." Segundo ela, cada frente de
obras causará impacto a cerca de 100 metros em seu entorno. O pequeno impacto
desse projeto foi consenso até mesmo entre ambientalistas, que em 1989, foram
radicalmente contra a Rodovia do Sol, projeto do governo do Estado de criar uma
nova rodovia de acesso ao litoral norte, que acabou sendo totalmente
engavetado.
"As obras não afetarão o Parque Estadual da Serra do
Mar", destaca Ana Maria. Segundo a consultora, a cada hectare desmatado, 4
serão reflorestados. Ainda de acordo com ela, os caminhões que serão utilizados
durante as obras representarão 6% do tráfego da rodovia em dias de semana.
"Após a conclusão das obras, a própria fluidez do tráfego resultará em
menor impacto sonoro e aumentará a qualidade do ar, pois o fluxo não ficará
parado como ocorre atualmente nos fins de semana."
Com
informações do
jornal O Estado de S. Paulo
Caraguablog/JFPr
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