Thereza Felipelli
O representante dos jipeiros na Câmara Técnica da Estrada de
Castelhanos do Parque Estadual de Ilhabela, Rodrigo Dias de Lima e Silva, está
inconformado com a forma com que vem sendo realizada a manutenção da Estrada
Parque dos Castelhanos pela Prefeitura ilhéu. Segundo ele, o serviço é feito
com máquinas por pessoas não qualificadas para tal. “Eles vêm e fazem o que bem
entendem, sem nenhum engenheiro para acompanhar a obra, e acabam danificando a
estrada, prejudicando as empresas que atuam no local e também o transporte de
quem vive em Castelhanos”, comentou ele, que atua no local há 14 anos.
Ainda de acordo com ele, a estrada é polêmica porque ela em
boas condições fica sem controle nenhum do Parque Estadual ou da Prefeitura com
relação ao acesso de veículos, o que acaba prejudicando o turismo local,
causando impacto ambiental com a grande demanda de veículos que causam danos na
estrada.
Em resumo, o que os jipeiros querem é que a Prefeitura faça
o trabalho na estrada com o acompanhamento de pessoas capacitadas. “São os
próprios motoristas que fazem o trabalho do jeito que acham que devem, e isso
não está certo”, reclamou Silva. “Eles tiram a compactação da estrada e acabam
levando barro, danificando o leito carroçável, tirando o cascalho pra depois
vir com outra camada. Aí chove e a estrada fica muito pior”, frisou o jipeiro,
que avisou que já houve problemas semelhantes no passado e que depois a culpa
foi dada aos jipeiros que trabalham na estrada, como se fossem os causadores
dos danos.
“Gostaria que houvesse uma atenção para isso porque a gente
está trabalhando e quer uma estrada acessível. A Prefeitura vem, acaba piorando
nossa situação, e depois joga a culpa na gente”, comentou o representante dos
jipeiros, que ainda relatou que o Parque Estadual acompanhou a obra e falou que
não tinha nenhum engenheiro na ocasião. “O Parque dá o oficio para a Prefeitura
entrar com as máquinas, só que máquinas chegam lá e fazem que querem, porque
ninguém acompanha o trabalho sendo feito”, ressaltou.
Prefeitura
Questionada, a Prefeitura informou que tem mantido o leito
carroçável da Estrada Parque dos Castelhanos em perfeitas condições de tráfego.
Na semana passada, máquinas e caminhões estiveram no local. “O trabalho de
manutenção é constante e conta com a supervisão de técnicos e engenheiro”,
avisou a Administração Pública.
Ainda de acordo com a Prefeitura, a Defesa Civil também faz
vistorias semanais ao longo da estrada que dá acesso à comunidade tradicional
caiçara da Praia dos Castelhanos, importante ponto turístico do município.
Em 2011, depois de cobranças da Prefeitura, o Governo do
Estado realizou as obras de recuperação no primeiro trecho da Estrada Parque
dos Castelhanos (SPA-004/131). Foram investidos R$ 3,1 milhões na 1ª fase da
obra, que vai da entrada do parque ao cume. Agora está prevista a 2ª fase da
obra, cuja licitação foi realizada pelo Governo do Estado, por meio do DER na
última sexta-feira, e que prevê melhorias desde o cume até a chegada à praia.
Em março de 2010, ou seja, há três anos, a Prefeitura
decretou a cessão do domínio da Estrada de Castelhanos do município para o
Estado. Na ocasião, o então secretário Estadual de Meio Ambiente, Xico
Graziano, e o secretário adjunto dos Transportes, Silvio Aleixo, assinaram a resolução
conjunta SMA/ST nº001 que dispõe sobre a implantação e operação da Rodovia SP
004/131.
Fundação Florestal
Também questionada, a Fundação Florestal, que administra o
Parque Estadual de Ilhabela (PEIb), informou, por intermédio de sua assessoria
de imprensa, que a melhoria da estrada está prevista no planejamento de
implantação da Estrada Parque e foi consensuada em reunião participativa entre
a Câmara Temática (CT) Estrada dos Castelhanos e demais atores municipais.
Ainda de acordo com a Fundação, é também um pedido da comunidade de Castelhanos
e dos demais usuários feito à prefeitura e autorizado pelo Parque Estadual.
“Essa manutenção é emergencial e consiste em deposição de saibro e compactação
do material. O trecho onde estão sendo realizadas as obras é de domínio
municipal. Cabe ao Parque zelar pelo patrimônio natural ao redor da estrada,
verificando se a manutenção está acarretando ou não em impactos adicionais ao
meio ambiente”, declarou a Fundação.
Segundo o órgão, a manutenção foi solicitada no último dia
19 e, desde então, representantes do Parque Estadual Ilhabela fizeram quatro
visitas ao local. A CT é um ambiente de diálogo do PEIb com a comunidade, um
fórum onde os participantes podem questionar, sugerir e participar ativamente
dos destinos da estrada. “Cabe frisar que no projeto de implantação da estrada,
o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) sugeriu diversas opções de leitos,
como asfalto, bloquetes e outros, mas foi acatado o que a Câmara Temática
orientou: a manutenção da estrada em cascalho, sem alteração de traçado”,
ressaltou a Fundação, que ainda disse que as visitas de campo não constataram
nenhuma irregularidade ambiental no trabalho de manutenção da estrada. “As
máquinas estão trabalhando apenas no leito carroçável, sem prejuízos adicionais
à fauna e flora locais”, finalizou a assessoria.
Réplica
O representante dos jipeiros, informado das respostas da
Prefeitura e da Florestal, observou que não foi informado quem é o engenheiro
responsável. “Mesmo porque o mesmo não existe e se existe é fantasma. Não tem
nenhum engenheiro ou responsável legal que esteja acompanhando o que esta sendo
feito na estrada. Apenas os operadores das máquinas como sempre vão até o local
e fazem o que querem”, disse ele, que acredita que o local está correndo um
sério risco, porque as máquinas teriam tirado de muitos pontos críticos toda a
compactação do solo, deixando os mesmos no barro puro. “Se não jogarem cascalho
ou algum tipo de material que proteja o solo, a estrada vai se tornar um caos,
mais uma vez causado pela manutenção mal feita”, alertou Silva, que ainda
comentou que a Defesa Civil compareceu algumas vezes ao local, apenas quando
solicitada, para a retirada de árvores e verificar possíveis desmoronamentos de
terra.
Fonte: Imprensa
Livre
Caraguablog/JFPr
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