quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Jipeiros pedem acompanhamento especializado em manutenção de Estrada Parque dos Castelhanos

Segundo representante dos jipeiros, serviço vem sendo feito por profissionais não qualificados e empresas, comunidade e meio ambiente estão sendo prejudicados
Thereza Felipelli 
O representante dos jipeiros na Câmara Técnica da Estrada de Castelhanos do Parque Estadual de Ilhabela, Rodrigo Dias de Lima e Silva, está inconformado com a forma com que vem sendo realizada a manutenção da Estrada Parque dos Castelhanos pela Prefeitura ilhéu. Segundo ele, o serviço é feito com máquinas por pessoas não qualificadas para tal. “Eles vêm e fazem o que bem entendem, sem nenhum engenheiro para acompanhar a obra, e acabam danificando a estrada, prejudicando as empresas que atuam no local e também o transporte de quem vive em Castelhanos”, comentou ele, que atua no local há 14 anos.
Ainda de acordo com ele, a estrada é polêmica porque ela em boas condições fica sem controle nenhum do Parque Estadual ou da Prefeitura com relação ao acesso de veículos, o que acaba prejudicando o turismo local, causando impacto ambiental com a grande demanda de veículos que causam danos na estrada.

Em resumo, o que os jipeiros querem é que a Prefeitura faça o trabalho na estrada com o acompanhamento de pessoas capacitadas. “São os próprios motoristas que fazem o trabalho do jeito que acham que devem, e isso não está certo”, reclamou Silva. “Eles tiram a compactação da estrada e acabam levando barro, danificando o leito carroçável, tirando o cascalho pra depois vir com outra camada. Aí chove e a estrada fica muito pior”, frisou o jipeiro, que avisou que já houve problemas semelhantes no passado e que depois a culpa foi dada aos jipeiros que trabalham na estrada, como se fossem os causadores dos danos.

“Gostaria que houvesse uma atenção para isso porque a gente está trabalhando e quer uma estrada acessível. A Prefeitura vem, acaba piorando nossa situação, e depois joga a culpa na gente”, comentou o representante dos jipeiros, que ainda relatou que o Parque Estadual acompanhou a obra e falou que não tinha nenhum engenheiro na ocasião. “O Parque dá o oficio para a Prefeitura entrar com as máquinas, só que máquinas chegam lá e fazem que querem, porque ninguém acompanha o trabalho sendo feito”, ressaltou.

Prefeitura
Questionada, a Prefeitura informou que tem mantido o leito carroçável da Estrada Parque dos Castelhanos em perfeitas condições de tráfego. Na semana passada, máquinas e caminhões estiveram no local. “O trabalho de manutenção é constante e conta com a supervisão de técnicos e engenheiro”, avisou a Administração Pública. 

Ainda de acordo com a Prefeitura, a Defesa Civil também faz vistorias semanais ao longo da estrada que dá acesso à comunidade tradicional caiçara da Praia dos Castelhanos, importante ponto turístico do município.
Em 2011, depois de cobranças da Prefeitura, o Governo do Estado realizou as obras de recuperação no primeiro trecho da Estrada Parque dos Castelhanos (SPA-004/131). Foram investidos R$ 3,1 milhões na 1ª fase da obra, que vai da entrada do parque ao cume. Agora está prevista a 2ª fase da obra, cuja licitação foi realizada pelo Governo do Estado, por meio do DER na última sexta-feira, e que prevê melhorias desde o cume até a chegada à praia.

Em março de 2010, ou seja, há três anos, a Prefeitura decretou a cessão do domínio da Estrada de Castelhanos do município para o Estado. Na ocasião, o então secretário Estadual de Meio Ambiente, Xico Graziano, e o secretário adjunto dos Transportes, Silvio Aleixo, assinaram a resolução conjunta SMA/ST nº001 que dispõe sobre a implantação e operação da Rodovia SP 004/131.

Fundação Florestal
Também questionada, a Fundação Florestal, que administra o Parque Estadual de Ilhabela (PEIb), informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que a melhoria da estrada está prevista no planejamento de implantação da Estrada Parque e foi consensuada em reunião participativa entre a Câmara Temática (CT) Estrada dos Castelhanos e demais atores municipais. Ainda de acordo com a Fundação, é também um pedido da comunidade de Castelhanos e dos demais usuários feito à prefeitura e autorizado pelo Parque Estadual. “Essa manutenção é emergencial e consiste em deposição de saibro e compactação do material. O trecho onde estão sendo realizadas as obras é de domínio municipal. Cabe ao Parque zelar pelo patrimônio natural ao redor da estrada, verificando se a manutenção está acarretando ou não em impactos adicionais ao meio ambiente”, declarou a Fundação.

Segundo o órgão, a manutenção foi solicitada no último dia 19 e, desde então, representantes do Parque Estadual Ilhabela fizeram quatro visitas ao local. A CT é um ambiente de diálogo do PEIb com a comunidade, um fórum onde os participantes podem questionar, sugerir e participar ativamente dos destinos da estrada. “Cabe frisar que no projeto de implantação da estrada, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) sugeriu diversas opções de leitos, como asfalto, bloquetes e outros, mas foi acatado o que a Câmara Temática orientou: a manutenção da estrada em cascalho, sem alteração de traçado”, ressaltou a Fundação, que ainda disse que as visitas de campo não constataram nenhuma irregularidade ambiental no trabalho de manutenção da estrada. “As máquinas estão trabalhando apenas no leito carroçável, sem prejuízos adicionais à fauna e flora locais”, finalizou a assessoria.

Réplica
O representante dos jipeiros, informado das respostas da Prefeitura e da Florestal, observou que não foi informado quem é o engenheiro responsável. “Mesmo porque o mesmo não existe e se existe é fantasma. Não tem nenhum engenheiro ou responsável legal que esteja acompanhando o que esta sendo feito na estrada. Apenas os operadores das máquinas como sempre vão até o local e fazem o que querem”, disse ele, que acredita que o local está correndo um sério risco, porque as máquinas teriam tirado de muitos pontos críticos toda a compactação do solo, deixando os mesmos no barro puro. “Se não jogarem cascalho ou algum tipo de material que proteja o solo, a estrada vai se tornar um caos, mais uma vez causado pela manutenção mal feita”, alertou Silva, que ainda comentou que a Defesa Civil compareceu algumas vezes ao local, apenas quando solicitada, para a retirada de árvores e verificar possíveis desmoronamentos de terra.
Fonte: Imprensa Livre
Caraguablog/JFPr

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