Público
ouve várias histórias sobre o modo de vida caiçara
A
primeira edição do projeto ‘Conversas Caiçaras’ reuniu a comunidade
sebastianense para um bate papo informal sobre o tema “O Trabalho no Litoral
Norte”, na noite de sexta-feira 19, no Centro Cultural de São Sebastião
Batuíra, no bairro São Francisco, região central do município. O projeto é uma
realização da Secretaria de Cultura e Turismo do município em parceria com a
Etec (Escola Técnica Estadual).
O
objetivo do ‘Conversas Caiçaras’ é realizar encontros com alunos, artistas e
formadores de opinião da região para traçar um painel do Litoral Norte já com
datas previstas para ocorrer, isto é, toda terceira sexta-feira de cada mês.
A
secretária de Cultura e Turismo, Marianita Bueno, destacou a importância do
projeto realizado em parceria com a Etec. “Não posso deixar de lembrar que é
mais um movimento desta Administração para trazer e resgatar a vida caiçara”,
frisou.
O
diretor da Etec, Cícero Monteiro, também afirmou ser a iniciativa “o marco
inicial para resgatar o que São Sebastião tem de melhor, ou seja, a cultura caiçara”.
História
A
abertura contou com a apresentação do Coral Municipal “Maestro Sinésio
Pinheiro”, sob a regência de Selma Boragian.
A
jornalista Priscila Siqueira, atual presidente do Conselho da Condição
Feminina, relembrou os costumes da população e o desenvolvimento do Litoral
Norte no início do século XX, lembrando que a região foi extremamente rica
nessa época. Segundo ela, a partir daí a região entrou numa crise econômica.
Priscila
falou sobre o modo de vida do caiçara, que antigamente, vivia da pesca, da roça
de consumo e do artesanato. “O mar é que dava a vida para o caiçara, mas hoje
ele prefere usar o barco de pesca para o turismo”.
Ela
lembrou ainda que com a construção da rodovia Rio-Santos, na década de 70,
muitos caiçaras perderam suas terras. “Temos a obrigação de tentarmos manter a
cultura caiçara, pois é o nosso patrimônio. O povo que não tem passado não
constroi o seu futuro”, concluiu a jornalista.
O
fotógrafo sebastianense Edvaldo Nascimento também lembrou os costumes e o modo
de vida dos caiçaras de São Sebastião. “No início do século XX, a vida dos
moradores era muito difícil. Não tínhamos cursos para estudar e as pessoas de
outras cidades é que vinham para trabalhar no litoral”.
Segundo
ele, a maioria dos jovens, na época, trabalhava no comércio ou na pesca, e os
pais não tinham condições de manter os filhos nas escolas. “Muitos tiveram que
ir embora de São Sebastião para estudar ou trabalhar”, observou.
Nascimento
contou ainda que trabalhou na pesca e em 1967, começou a trabalhar com
fotografia inspirado no trabalho do fotógrafo sebastianense Agnelo Ribeiro
Santos, um dos pioneiros do município. “Assim como ele, aprendi sozinho a
fotografar e comecei a trabalhar nesta área”, lembrou o servidor público
municipal lotado no departamento de Patrimônio Histórico que mantém uma coluna
de fotos antigas em um jornal local.
Para
a estudante do curso de Turismo Receptivo da Etec, Franciele dos Santos Souza,
a iniciativa do projeto é muito importante. “É uma oportunidade única de ouvir
as histórias e os costumes dos moradores mais antigos do município”, comentou.
Texto
e foto: PM/SãoSebastião
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