“Será tão
difícil fazer uma campanha baseada somente na trajetória do candidato? O
eleitor não quer saber a opinião do que um candidato pensa do outro”
Selma Almeida
Não sei se é o desespero em entrar no poder de um cargo
majoritário, ou continuar nele, mas o certo é que esta campanha política está
sendo um acinte ao eleitor. São promessas infundadas, onde claramente o
candidato subestima a inteligência dos eleitores ou pensa que somos todos
burros mesmos. Já ouvi candidatos prometendo até seu salário de vereador para
instituições filantrópicas, hospitais em todos os bairros, e creches noturnas
(as diurnas nem conseguem atender a demanda direito). São propostas que se pensarmos
um pouquinho veremos que são difíceis colocarem em prática, para não dizer
impossível.
Ontem, uma reportagem na Folha de S.Paulo, revelou que o
ministro da Saúde já fez pronunciamento afirmando que as prefeituras que forem
comandadas pelo PT terão facilidade nos recursos federais na área de saúde.
Isso então é o fim de uma democracia! Apontado como possível candidato ao
governo de São Paulo, em 2014, o ministro tem usado os finais de semana para
participar de campanha de aliados do Estado.
A briga pelo poder está mesmo tirando os candidatos do sério
e extrapolando o que conhecemos como democracia. É a política suja sendo
trabalhada, como o Serra fez quando assumiu a prefeitura de São Paulo e saiu
para concorrer ao governo. Segundo ele disse em seu horário político,
respondendo as indiretas da oposição de que não vai terminar o mandato, de que
desta vez não vai sair e que somente deixou a prefeitura na antiga gestão, pois
queria manter o governo nos eixos, para bom entendedor seria não deixar o PSDB correr
risco de perder o poder no Estado que já perdura por mais de 20 anos. Na
verdade isso trata de jogo político. E na corrida para manter este poder,
ataques não são poupados.
Na disputa pela prefeitura em São Paulo, por exemplo,
opositores postaram um vídeo do candidato Russomanno, em que ele aparece, fato
ocorrido há mais de 12 anos, abraçando uma mulher com a mão próxima do seio que
estava praticamente de fora. O candidato, como repórter, cobria uma festa de
carnaval, e a mulher em questão estava fantasiada.
Longe de mim, querer fazer propaganda deste candidato, até
porque acredito que os ataques sejam mútuos, mas o nível das campanhas
políticas está péssimo. O objetivo nestes ataques de oposição é claramente
denegrir a imagem de um concorrente. Considero estas ações antidemocráticas e
se eu fosse um eleitor, o candidato autor deste ataque já estaria eliminado da
minha lista.
Será tão difícil fazer uma campanha baseada somente na
trajetória do candidato? O eleitor não quer saber a opinião do que um candidato
pensa do outro. Para isso, o próprio eleitor poderá se basear apenas conhecendo
aquele que quer votar. E, decididamente, estes ataques na verdade demonstram
desrespeito ao eleitor, à democracia, à liberdade de escolha, à cidadania, ao
país e até ao ser humano.
Transcrito
Imprensa Livre
Caraguablog/JFPr
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