domingo, 30 de setembro de 2012

Crescimento desordenado domina disputa em Caraguá

Prefeito e candidato à reeleição vira alvo de ataques dos três opositores em áreas como saúde, expansão e turismo
Maior cidade do Litoral Norte, com 104 mil habitantes, Caraguatatuba elevou o orçamento entre 2011 e 2012 de R$ 269 milhões para R$ 378 milhões em razão dos royalties da exploração de gás e petróleo pagos pela Petrobras.

Tanto dinheiro para gastar é disputado por quatro candidatos à prefeitura, um deles o prefeito Antônio Carlos da Silva (PSDB), que tenta a reeleição.

Ele é alvo de críticas dos três oponentes, Rodolfo Fernandes (PT), Omar Kazon (PR) e José Pereira de Aguilar (PDT), que acusam o tucano de gerir inadequadamente os recursos e de não priorizar a área social, em especial a saúde e o crescimento.

Favelas. “Já temos favelas na cidade e isso tem que ser contido para evitar o crescimento desordenado”, disse o aposentado José Pereira de Aguilar, 62 anos, que foi vereador por oito anos e prefeito de Caraguá, de 2005 a 2008.

Ele disse que usa a experiência para driblar a campanha curta que fará até a eleição, em 7 de outubro. Aguilar substituiu o candidato do PDT, Wilson Gobetti, que teve a candidatura indeferida pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A campanha começou em 21 de setembro.

“Estou fazendo 20 eventos por dia para superar essa restrição. A gente sempre acredita. Vou priorizar a saúde, o funcionalismo público e o desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Hospital. Antônio Carlos, 55 anos, rebate as críticas dos adversários e diz que manterá o roteiro de investimentos para priorizar a saúde em um eventual segundo mandato.

Entre as propostas, está à reestruturação da atenção básica, a luta pela implantação de um hospital estadual no Litoral Norte e a criação do Centro de Apoio à Mulher e à Criança.

“O hospital é indispensável para o futuro da região, permitindo tratamento de média e alta complexidade, áreas que temos problemas hoje”, disse.
Na educação, ele defende a construção de mais centros de educação infantil, espécie de creche com foco na aprendizagem das crianças.
“E vamos evitar o crescimento desordenado trazendo empreendimentos para quem ganha de 0 a 3 salários mínimos”, afirmou.

População. Para o vereador Omar Kazon, 54 anos, a cidade padece de falta de infraestrutura básica para atender à população, problema que pretende resolver.
“Há muita coisa na cidade, em termos de equipamentos, mas pouco para a população, como vagas em escolas, creches e moradias”, disse.

Democracia. Pregando uma reestruturação completa na administração municipal, o arquiteto Antonio Rodolfo Fernandes, 44 anos, quer dar transparência à gestão convocando a participação popular.
“Sem a corrupção, vai sobrar dinheiro para construir unidades de saúde, escolas e casas para os mais pobres.”

Os candidatos

Antonio Carlos (PSDB)
Atual prefeito de Caraguá, Antônio Carlos tenta a reeleição se apoiando numa plataforma de desenvolvimento sustentável aliada a promessas de investimentos em saúde. Ele disse que vai continuar a reestruturar a atenção básica no município.

Aguilar (PDT)
Principal concorrente do atual prefeito, Aguilar tenta driblar o pouco tempo de campanha (entrou no lugar do candidato Wilson Gobetti, cuja candidatura foi indeferida, em 21 de setembro), com propostas e críticas à gestão do tucano. Segundo ele, os funcionários municipais estão insatisfeitos. Ex-prefeito, ele mira na saúde como foco do plano de governo.

Kazon (PR)
Em seu quarto mandato como vereador, Omar Kazon quer se tornar prefeito para “usar os benefícios da cidade em favor da população”. Ele considera a saúde em Caraguá “uma calamidade” e promete abrir centros de especialidade.

Fernandes (PT)
Rodolfo Fernandes mira em uma “democratização da administração pública” para conquistar o eleitor. Uma das metas de campanha é adotar o orçamento participativo na cidade para dar “transparência” à gestão do orçamento e “zerar a corrupção”.
Fonte: Ovale/Xandu Alves

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