As obras, orçadas em R$ 2,5 bilhões, devem dar suporte à
extração de petróleo do pré-sal, mas a população teme que também afetem a
vocação turística dos municípios vizinhos pelo risco ao meio ambiente.
Atualmente, o projeto aguarda a emissão de licença prévia
pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis). Com mais capacidade, o porto também será uma alternativa para
escoar mercadorias de regiões como o Vale do Paraíba.
"O município de São Sebastião é turístico e portuário,
não tem sentido uma coisa atrapalhar a outra", reclama Regina Helena
Ramos, vice-presidente da Federação Pró Costa Atlântica, que reúne associações
de bairro do município.
RAIO-X DA AMPLIAÇÃO
Área atual: 400 mil m² | Ampliação: 1,2 milhão de m²
Berços atuais: 5 | Ampliação: 20
Armazéns atuais: 4 | Ampliação: 6
Tanques atuais: 0 | Ampliação: 8
Empregos gerados na obra: 2.800
Investimento: R$ 2,5 bilhões
Caraguablog/JFPr
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A moradora aponta para a ameaça de degradação do meio
ambiente, grande atrativo turístico da região, com a migração que pode ser
estimulada pela expansão portuária. "Não existe hoje habitação nem para as
pessoas que moram lá, tem uma população imensa em áreas de risco e
preservação", aponta.
Para que a cidade suporte a ampliação do terminal, Regina
defende que sejam feitos investimentos em infraestrutura compatíveis com o novo
tamanho do terminal, que deverá ser totalmente concluído em 2035. "Se as
coisas não forem bem feitas, se a infraestrutura não estiver à altura, São
Sebastião acaba para o turismo, e não é isso que a gente quer."
O prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci (PPS), também teme
que o potencial turístico do município seja afetado. Por meio de nota, ele
destaca que o projeto preocupa, "não só pelo tamanho que se desenha, mas
também porque todo o escoamento da carga será por estrada".
Entretanto, na avaliação do prefeito de São Sebastião,
Ernane Primazzi (PSC), o problema central diz respeito à alça de acesso ao
porto, que no trajeto proposto provocará a remoção de 3.000 pessoas. Ele
defende um projeto com túneis para evitar a retirada das famílias. "É
possível fazer, está faltando vontade de meter a mão no bolso", diz.
O presidente da Companhia Docas de São Sebastião, Casemiro
Tércio Carvalho, de outro lado, sustenta que o problema afeta 400 famílias que
vivem irregularmente na área. "Não é que vai desapropriar, aquilo é área
invadida. A gente vai reassentar 400 famílias em moradia digna", garante.
Segundo Carvalho, está sendo realizado um estudo, que deve
ficar pronto em até três meses, para determinar quais serão os impactos da
ampliação no turismo da região. A partir daí, serão apresentadas propostas para
mitigar esses efeitos negativos. "Nosso objetivo é transformar São
Sebastião em referência de porto verde para o Brasil e para o mundo", diz.
Agência de Notícias/Jornal Floripa
Caraguablog/JFPr
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