domingo, 12 de agosto de 2012

São Sebastião: A Reserva Indígena Guarani do Rio Silveira


A Reserva possui uma área de 948 hectares, que ainda não foi demarcada oficialmente. O processo de demarcação de terra está sendo desenvolvido já, em outros Estados. No local a FUNAI ( Fundação Nacional do Índio ), desenvolve suas atividades há 13 anos, com uma administração efetiva. 
Localização: A Reserva Indígena Guarani do Rio Silveira está localizada na Mata Atlântica e faz divisa com os municípios de Bertioga e São Sebastião. Situada na Região Sul do município no bairro de Boracéia, distancia 60 Km aproximadamente do Centro Histórico de São Sebastião.

População: A comunidade indígena hoje possui 260 (duzentos e sessenta), na faixa etária dos seguintes segmentos: crianças, adolescentes, adultos e idosos, sendo predominante as crianças, de 0 à 15 anos. Este número de pessoas, formam 50 (cinqüenta) famílias, que estão divididos em 5 pequenos grupos nos 948 hectares de terra, pois desta forma podem garantir, a área que estão povoando. Cada grupo possui em média de 09 (nove) a 11 (onze) famílias. Cada grupo tem seu líder, que tem em conjunto com o Cacique formam a liderança geral da comunidade. Nada é resolvido sem que seja passado para cada grupo.


Cultura: Mesmo com a invasão do branco nas comunidades indígenas, seja para apoiar ou por curiosos, a cultura indígena dos Guaranis vem se mantendo, pois sua característica de vida reflete em sua cultura. Quando acabar a cultura dos índios, é sinal que os índios já se extinguiram a muito mais tempo.

Na Reserva do Rio Silveira, a cultura vem se mantendo e a cada evento realizado se reforçando, pois as tradições indígenas vem sendo passadas para as gerações. Esta comunidade inicia o Projeto do Centro Cultural Indígena, local onde serão realizadas palestras sobre a cultura indígena; apresentação de dança e música, exposições de artesanatos e fotografia, e comercialização dos produtos, agrícolas e plantas ornamentais. Este projeto já está em andamento, local em fase de terraplanagem.

Em 1998 e 1999, os índios gravaram o CD: "Memória Viva Guarani". Em comemoração aos 500 anos do Brasil em conjunto com outras três aldeias de São Paulo. Apoio da Comunidade Solidária/SP; Caixa Econômica Federal e Secretaria de Estado da Cultura.

Datas Comemorativas
As comemorações realizadas pelos índios, registram sua cultura e a importância deles em nossas vidas e na história do Brasil.

19 de Abril – "Dia do Índio" – comemoração e manifestação;
09 de Janeiro – Batizado, realizado uma vez ao ano. Após batizado as crianças recebem o nome em Guarani.
Moradia: Os índios têm como moradia pequenas casas construídas em pau-a-pique coberta com palha e ou casas construídas com madeira da própria Aldeia, coberta com telha estilo "Eternit". Não possuem sanitários em suas moradias, utilizam o meio ambiente. Atualmente a comunidade conta com duas áreas, onde foram construídos banheiros e tanques, em alvenaria localizadas em dois agrupamentos diferentes, o que facilita quando recebem visitas de escolas e outros.

Preocupados com esta dificuldade da comunidade, a Funai, a Prefeitura de São Sebastião e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) celebraram o convênio do Estado com a Prefeitura beneficiando a Comunidade Indígena do rio Silveira, com o Programa de Moradia Indígena, sendo este pioneiro no Estado de São Paulo. O programa ainda inclui o saneamento básico. Preocupados com a questão cultural, foi desenvolvido projeto específico, para não descaracterizar da cultura Indígena.

Desenvolvimento Econômico: Os índios vivem economicamente do cultivo e comércio da produção artesanal de produtos agrícola, plantas ornamentais e o artesanato indígena. São considerados artesãos e trabalhadores rurais. Os produtos comercializados são responsáveis pelo desenvolvimento econômico da comunidade e a renda obtida com o comércio dos produtos, são investidos na complementação da renda das famílias envolvidas na produção. 
Saúde: A saúde da comunidade é de responsabilidade do município de São Sebastião. Na Reserva possui um ambulatório médico, com atendimento semanal, com especialista em Clínica Geral e Pediatria, além de todo atendimento realizado pela Rede Pública de Saúde; Conta ainda com ambulatório Odontológico, com atendimento diário, através da FUNASA, (Fundação Nacional de Saúde) que contratou um dentista e uma enfermeira para prestação de serviço na comunidade, o que reforça a qualidade dos serviços prestados na área da saúde.

Educação: Em abril de 1996, foi inaugurada uma escola provisória na comunidade, isto após vários anos de reivindicações, o município de Bertioga, realizou um desejo da comunidade que até então os alunos frequentavam escolas da Rede Pública.

Em dezembro de 2000, foi inaugurada a escola permanente, sendo de total responsabilidade do município de Bertioga, do material escolar, merenda e os professores. No período de aula, os professores contam com auxílio de um índio adulto em cada sala, que contribui na tradução do Guarani para o português e vice-versa facilitando o ensino. Temos aproximadamente 75 alunos matriculados, entre pré-escola até 4ª série do Ensino Fundamental.

Social: Na área social a comunidade é atendida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social, do município de São Sebastião há 13 anos, onde são realizadas visitas periódicas, pelo serviço social, na tentativa de atenuar as dificuldades enfrentadas pela comunidade no dia-a-dia.

Agricultura: Na área da agricultura a comunidade tem apoio de um Engenheiro Agrônomo do Estado, pela CATI (Coordenadoria de Assistência Técnico e Integral) que presta serviços à comunidade - orientação e manutenção do plantio e produção agrícola.

"Segundo a FUNAI, a Reserva Indígena do Rio Silveira é exemplo para comunidades Indígenas, exemplo de que a parceria pode dar certo e que, com a ajuda das prefeituras dos municípios, a população recebe assistência para subsistência mantendo o que é mais importante : sua identidade cultural".
Jornal Costa Norte - Abril/99.

0 comentários: