O valor é o mais alto de toda a Região Metropolitana do Vale
do Paraíba e Litoral Norte. Ele foi calculado a partir da divisão do custo
total das campanhas a prefeito pelo número de eleitores do município.
Todos os candidatos são obrigados a apresentar à Justiça
Eleitoral um teto de gastos para a campanha, que não pode ser ultrapassado. Os
valores informados por cada candidato estão disponíveis para consulta pública
no site oficial do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Ranking. Caraguá
tem os dois candidatos com maior previsão de despesas em toda a Região
Metropolitana.
Omar Kazon (PR) e Wilson Agnaldo Gobetti (PDT) informaram à
Justiça Eleitoral que planejam gastar até R$ 5 milhões cada um com suas
campanhas à prefeitura.
Kazon afirmou que pretende gastar menos da metade do
previsto, e que fez essa estimativa “por prevenção”.
“A gente não sabia contra quem iríamos brigar, não sabíamos
o número de candidatos a prefeito quando fizemos esse cálculo. Mas jamais vamos
chegar a esse valor”, salientou.
O candidato disse que conta com ajuda da população, de
deputados e de partidos para custear sua campanha.
Gobetti não foi encontrado ontem pela reportagem.
Previsão. O
candidato Rodolfo Fernandes (PT), que também disputa a prefeitura de Caraguá,
estimou que tenha até R$ 3 milhões em recursos.
“Se a gente firma [um valor] muito baixo e consegue apoios e
adesões, fica difícil mudar perante a Justiça Eleitoral. Eu, por exemplo, não
consegui arrecadar nada ainda”, disse.
“A nossa campanha é feita por amigos que acreditam no meu
projeto e por familiares, porque os empresários da cidade têm medo de financiar
por conta de perseguição política”, completou.
O prefeito Antônio Carlos da Silva (PSDB), que concorre à
reeleição, fez a previsão mais baixa, R$ 2,5 milhões. Ele diz que não viu
necessidade de prever um valor acima disso.
Os recursos dos candidatos da cidade vêm de financiamento
pessoal e dos próprios partidos, além de empresários, familiares e amigos.
Caraguatatuba tem hoje mais de 73 mil eleitores.
Caraguablog/JFPr
Baixo custo.
Na outra ponta do ranking, Silveiras é a cidade com menor
previsão de gasto por eleitor, considerando as projeções dos candidatos a
prefeito: R$ 20. O valor corresponde a 10% da previsão oficial de Caraguá, a
cidade com o voto mais caro.
Silveiras tem mais de 5 mil eleitores e dois candidatos a
prefeito, que juntos preveem gastar, no máximo, R$ 110 mil com a campanha.
Um deles é João Bosco Melo Souza (PSDB), que promete pagar
sua campanha com recursos próprios.
“O meu limite foi de R$ 50 mil, mas não pretendo gastar nem
R$ 20 mil”, disse, ressaltando que não haveria sentido gastar mais do que
poderá ganhar em um ano como prefeito, caso seja eleito.
Seu adversário é o ex-prefeito Edson Mota (PR), que prevê
despesas de até R$ 60 mil.
Ele não foi localizado ontem. Sua coordenação de campanha
informou que o teto de gastos não será alcançado.
‘Poder econômico ganhou peso decisivo’
São José dos Campos
O cientista político Alacir Arruda afirma que o poder
econômico passou a ter peso decisivo nas campanhas eleitorais.
Hoje, sentencia um candidato sem dinheiro dificilmente vence
uma eleição. “Os candidatos que vencem as eleições não são necessariamente quem
tem os melhores projetos, mas sim os mais bem financiados”, disse.
Para o cientista político, o problema das campanhas
milionárias é que o dinheiro não sai do bolso do próprio candidato, mas de
empresas.
“Quem financia as campanhas são as mesmas empresas que
amanhã vão pedir algo. É uma relação não muito correta, gera dúvida”, afirmou.
Revisão. A saída
para o problema seria a aprovação do projeto que institui o financiamento
público de campanha, que tramita no Congresso. Pela proposta, as eleições
seriam financiadas por um fundo, repartido de acordo com a representação de
cada partido na Câmara dos Deputados.
“Essa lei não acabaria com todos os problemas, mas viria
para moralizar. É preciso ter controle” disse.
O VALE /Leaks
Letícia Faria e Paulo Lopes
Caraguablog/JFPr
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