Nestas eleições municipais, é bom que tenhamos isso em mente...
Vale a pena confira o editorial.
Políticos: farinha do mesmo saco
Não é a política que esteja
cada vez mais suja e sim o povo, que com sua memória curta, é usado por esta
política momentânea
Selma Almeida /Jornal
Imprensa Livre – 20/6/12
No texto de ontem, neste
espaço, escrevi que os políticos parecem viver uma situação paralela das
denúncias que a mídia informa. Eles dizem uma coisa, embora todos os atos, até
comprovados juridicamente, mostrem o contrário.
Esta situação bem pode ser
colocada na novidade da política atual. O eterno Maluf, cuja vida política é
mais suja de todos juntos, se aliou aquele que mais criticou e pior, a um
partido que quando era oposição, condenava veemente atitudes corruptas de
Maluf.
Vou mais longe, quando ambos disputavam um pleito, eram farpas dos dois lados do tipo: “O símbolo (Maluf) da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente. Daremos a nossa própria vida para impedir que Maluf seja presidente”, palavras de Lula, em 1984; e “Ave de rapina é o Lula, que não trabalha há 15 anos e não explica como vive”, falas de Maluf, em 1993.
Vou mais longe, quando ambos disputavam um pleito, eram farpas dos dois lados do tipo: “O símbolo (Maluf) da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente. Daremos a nossa própria vida para impedir que Maluf seja presidente”, palavras de Lula, em 1984; e “Ave de rapina é o Lula, que não trabalha há 15 anos e não explica como vive”, falas de Maluf, em 1993.
O cientista político Rubens
Figueiredo fez uma comparação sobre a aliança dos dois: “PT e Maluf têm algo em
comum em termos de desconforto. Petistas foram perseguidos pela ditadura; o
ex-governador, pela Interpol”, se referindo a posição de Maluf que hoje não
pode nem mais sair do país, pois pode ser preso pela polícia internacional,
justamente devido a um caso em que pegou dinheiro da prefeitura de São Paulo,
quando prefeito e investiu no exterior.
Ou políticos são pessoas doidas ou acreditam que o povo é mesmo idiota. Só assim para entender esta parceria divulgada sem pé e nem cabeça. Nesta história, tenho pena de Haddad, que tem que aceitar (engolir) toda esta história. Até que o considerei um bom ministro da Educação.
Mas o que teria mudado para
ambos agora acreditarem que estão do mesmo lado? Para Maluf, que nunca deixou
de subestimar a inteligência dos eleitores, é o candidato dele porque ele ama
São Paulo.
Depois dessa não me diga que
política é coisa de gente correta. O que ouvimos em comícios pode muito bem
representar uma situação momentânea. Aquele que um dia está apoiando um, nas
próximas eleições pode muito bem se bandear para outro lado. Sendo assim, não dá
para acreditar no que dizem. Ou vão dizer que isso é coisa normal em política?
Não existe uma ideologia, uma constância, um caráter, uma honra, ou seja, lá o
que pode ser?
Quando disse aqui neste
espaço, que o PT não é mais o mesmo e que era melhor como oposição, são por
estas situações. O pior é que agora vemos que não foi que o partido mudou, mas
simplesmente entrou na máquina política e passou a agir exatamente como todos
fazem. Talvez seja coisa do inevitável mesmo. Tipo assim, só entra quem se suja
e se não for assim não consegue se infiltrar ou se eleger.
Mas se a política chegou a
este ponto, o povo, o eleitor, não deixa de ser culpado, já que temos eleições
neste país, tido como democrático. É a população que elege e coloca tipos como
Maluf, no poder. Chego a pensar que não é a política que esteja cada vez mais
suja e sim o povo, que com sua memória curta, é usado por esta política
momentânea.
É por isso que não me admira
mais quando vejo, aqui no nosso Litoral Norte, pessoas que em um pleito são a favor
de um, e na eleição seguinte, já passou para o lado que na passada, criticava.
No fim o que temos são todos “farinha do mesmo saco”.
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