segunda-feira, 14 de maio de 2012

Alerta: Novo Código Florestal poderá prejudicar municípios da região


Projeto aprovado pela Câmara dos Deputados está para ser sancionado ou vetado pela presidente Dilma Rousseff (PT)
Josiane Carvalho/Imprensa Livre 12/5/12
Depois de aprovado pela Câmara dos Deputados no final do mês passado, o texto base do novo Código Florestal brasileiro está gerando uma serie de manifestações e questionamentos com relação às alterações propostas no código e que, na visão dos ambientalistas poderá prejudicar muito mais o meio ambiente ao invés de ajudá-lo.

Com isso muita gente fez questão de repercutir negativamente com relação ao teor do projeto aprovado. O texto seguiu para a sanção da presidente Dilma Roussef (PT) e com isso uma grande campanha foi iniciada – principalmente em redes sociais na internet – para tentar sensibilizar a presidente a vetar totalmente o projeto ou pelo menos os tópicos mais agressivos na avaliação dos especialistas.

Entre os pontos mais polêmicos, estão à liberação de crédito agrícola para quem desmatou, e a permissão a desmatamentos em topos de morros e manguezais, áreas consideradas sensíveis.

A reportagem do Jornal Imprensa Livre ouviu ambientalistas que foram unânimes ao dizerem que certamente a forma como o projeto de lei foi aprovado poderá acarretar problemas e prejuízos futuros para as cidades do Litoral Norte.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipólito o município achou necessário criar até um grupo de trabalho para avaliar o impacto destas alterações para a cidade. “Acredito que dentro de uma ou duas semanas tenhamos terminado este processo de estudo e avaliação para conseguirmos avaliar o tamanho do prejuízo que a aprovação de um código como este poderá trazer para a nossa cidade no futuro. Para as pessoas envolvidas com o Meio Ambiente está muito clara a nocividade deste projeto para a preservação do ecossistema brasileiro”, avaliou Hipólito.

Na avaliação do secretário as questões envolvendo a legislação de topo de morro e a reserva legal pode ser os pontos principalmente prejudicados no município. “Embora acredite em um prejuízo muito maior nas questões nacionais sabemos perfeitamente que a nossa região sofrerá impactos se este texto for sancionado pela presidente Dilma. Até porque hoje temos três dos cinco patrimônios nacionais ambientais que são a mata atlântica a serra do mar e a zona costeira”, mencionou.

Com relação a campanha nacional feita nas redes sociais e em eventos públicos pedindo o veto total do projeto pela presidente Dilma Roussef (PT) o secretário acredita no bom senso de Dilma para avaliar o que será melhor para o país. “Tenho fé de que ela vai vetar. Isto seria o mais adequado até por estarmos perto da realização de um encontro internacional o Rio mais 20 e não pegaria bem para as autoridades brasileiras ter de conviver com o drama de ter acabado de aprovar um texto tão ruim como este do Código Florestal”, destacou.

Para o arquiteto Paulo André Ribeiro de fato há questões muito polêmicas no código aprovado pela câmara principalmente no que se refere às Áreas de Preservação Permanente (APP) e a liberação das ocupações de topo de morro. “O que observamos com tudo isso é que as pessoas estão pensando nas áreas de preservação com a visão simplesmente do prejuízo ao verde e não pelo olhar do ser humano estar ocupando uma região de proteção, próxima ao leito do rio e que certamente sofrerá problemas urbanísticos quando vier uma cheia”, comentou.

Ribeiro reforçou o fato de o projeto de lei novamente liberar a ocupação de áreas próximas a morros. “É um absurdo a liberação do topo de morro para ocupação. Diante de todos os acidentes já ocorridos em várias cidades e regiões do Brasil seria simplesmente estarmos assinando a morte de mais um monte de pessoas que insistem em buscar estas áreas para moradia. E é justamente nesta questão que nossa Região pode sofrer no futuro. Afinal, se você libera as áreas de topo de morro e encosta o que pode acontecer na região costeira se consolidarmos estas ocupações?” questiona.

Depois de 12 anos de trâmite do projeto de lei no Congresso Nacional o código florestal estabelece as bases legais sobre exploração e preservação de florestas e vegetação nativa em propriedades privadas. A primeira versão do projeto foi votada e aprovada em maio do ano passado pela Câmara e em dezembro de 2011 pelo Senado. Ao todo foram 274 votos favoráveis ao texto, 174 contra e 2 abstenções.

0 comentários: