Recentemente revelada sob a areia da praia, uma antiga embarcação acaba de receber o resultado da análise que constatou sua idade: no mínimo 170 anos
A antiga nau, revelada sob a areia da Praia dos Castelhanos após as fortes chuvas em abril deste ano, foi construída entre 1810 e 1840, conforme a análise radiocarbônica do Laboratório Beta, especializado em datações arqueológicas, de Miami (EUA). A pesquisa foi realizada a pedido da Prefeitura, por meio do Instituto Histórico Geográfico e Arqueológico de Ilhabela (IHGAI).
Portanto, se trata do mais antigo naufrágio do arquipélago já que, até então, o navio naufragado considerado mais antigo era o Dart, de bandeira inglesa, que afundou em 1884 próximo ao Borrifos, no sul de Ilhabela - muito visitado por mergulhadores.
O anúncio foi feito pela arqueóloga Cintia Bendazzoli, responsável pelo Instituto, na manhã desta quinta-feira (3/11), durante a reunião do Comtur (Conselho Municipal de Turismo de Ilhabela), na sede da secretaria de municipal de Turismo.
Segundo a arqueóloga, não se trata de um navio de piratas embora a Baía dos Castelhanos seja muito conhecida pelas histórias de corsários. Ela ainda explica que, por enquanto, é mais viável que a embarcação não seja retirada do local para não danificar sua estrutura de madeira que tem sido preservada devido ao grau de salinidade e às condições PH e de oxigenação.
“A previsão é que seja feita uma réplica da nau para ser exposta aos visitantes. É um importante achado arqueológico e o mais novo atrativo para o turismo histórico no arquipélago e poderá ser divulgado juntamente com a história da Praia dos Castelhanos, que foi um importante porto desde o século XVII, servindo como base de operações para as embarcações espanholas que rumavam para o Pacífico”, explica a arqueóloga.
A estrutura do navio está em bom estado de conservação e pode ter origem holandesa ou inglesa, possui pranchas de 25 a 30 cm de espessura feitas com pinho de riga, uma madeira muito resistente proveniente da Eurásia.
Geração a geração
O acesso à Praia dos Castelhanos geralmente é feito apenas pelo mar ou por veículos tracionados pela estrada de terra de 27 km. A comunidade de cerca de 200 pessoas vive rusticamente como os antigos caiçaras, sem água encanada nem energia elétrica. As fontes da história da comunidade se baseiam nos depoimentos dos moradores mais velhos, pois pouco se escreveu sobre o local e são raros os documentos oficiais do início da povoação.
O acesso à Praia dos Castelhanos geralmente é feito apenas pelo mar ou por veículos tracionados pela estrada de terra de 27 km. A comunidade de cerca de 200 pessoas vive rusticamente como os antigos caiçaras, sem água encanada nem energia elétrica. As fontes da história da comunidade se baseiam nos depoimentos dos moradores mais velhos, pois pouco se escreveu sobre o local e são raros os documentos oficiais do início da povoação.
Os fatos ocorridos na comunidade foram transmitidos de geração a geração, porém a maior parte se perdeu inclusive os fatos ocorridos nem tão antigos como a penúltima aparição da nau que provavelmente deva ter ocorrido há cerca de trinta anos. Segundo os moradores mais velhos do arquipélago, esta embarcação já foi vista em diferentes épocas.
A idade do naufrágio é lançada em pleno início da temporada de verão oferecendo mais uma alternativa de roteiro para os guias e monitores turísticos e para as agências de passeios do município.
Fonte: texto e foto/Prefeitura Municipal de Ilhabela
0 comentários:
Postar um comentário