Saulo Gil/Imprensa Livre
A inventariante de Clodovil Hernandes, Maria Hebe Pereira de Queiroz, confirmou que foi intimada pela Justiça a cumprir uma ordem de demolição de parte da casa do ex-deputado, localizada na região Norte de Ubatuba.
A determinação é resultado de uma Ação Civil Pública movida pela Promotoria do Meio Ambiente, que acusou o ex-apresentador por crime ambiental, após obras de ampliação em seu imóvel no Morro do Sertão do Léo, próximo a praia do Promirim. Segundo a inventariante, o espólio de Clodovil não apresenta recursos suficientes para a realização da demolição.
“Nós já apresentamos uma petição ao Juiz da Comarca solicitando uma audiência para que possamos resolver a questão. O fato é que uma demolição deste porte é uma intervenção cara e que precisa de planejamento na realização, para que não ocorram mais danos ambientais. Além disso, atualmente, tem partes da casa em que a vegetação já está bem fechada, tem planta infiltrando no telhado e não posso realizar a manutenção de um local condenado. O que resta de dinheiro serve apenas para manter os imóveis e proteger de invasão. A situação é bem complicada”, resume a advogada Maria Hebe de Queiroz, prevendo a necessidade de leilões no futuro próximo.
A inventariante de Clodovil ressalta que tomou conhecimento dos processos em andamento, porém, não esperava um desfecho como esse. “Como é muita coisa e é bem complicado pesquisar e ficar a par de todos os processos, não esperávamos que o caso já transitasse em julgado, com ordem de demolição. Sabemos da necessidade de cumprir a decisão, porém o espólio não tem condições. O pedido de audiência é justamente no sentido de buscar auxílio da Justiça e da Promotoria em como resolver o problema”, argumenta Maria Hebe, relatando que aguarda a resposta do Juiz ubatubense sobre a última petição.
O processo tem mais de dez anos e começou por iniciativa da então promotora do meio ambiente Elaine Taborda, que apontou irregularidades nas intervenções promovidas por Clodovil desde o final da década de 90. Quando apresentador e já respondendo ao processo, Clodovil chegou a citar a magistrada durante programa televisivo, o que lhe custou mais processos. A reportagem tentou o contato nas três comarcas do Litoral Norte (São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba), mas não encontrou nenhum representante atual do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio ambiente do Ministério Público para falar sobre a ordem de demolição de parte da casa do ex-deputado federal.
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