domingo, 3 de julho de 2011

O pênis tem seu próprio cérebro?

O texto a seguir foi extraído de uma revista científica colocada à disposição dos pacientes da clínica Santa Marta, de Caraguá, para leitura enquanto aguardavam atendimento. A matéria é interessante; confira:

Pênis tem cérebro?

De fato, há hora em que isso parece ser verdade. Ele pode exigir atenção em situações inconvenientes ou se recusar a participar quando seu dono manda. Portanto, em certos aspectos a resposta é sim, embora o cérebro peniano não possa ser considerado um cérebro de verdade.

Trata-se, mais precisamente, de um reflexo erétil que reage a sinais nervosos gerados pela estimulação física. Ao que parece, o pênis e suas funções são tão vitais à sobrevivência da espécie que há mecanismos de substituição e proteção para preservar a função reprodutiva caso haja algo de errado com o cérebro.

O pênis e o cérebro mantêm contato trocando mensagens através da medula espinhal, onde influenciam as vias nervosas. Mas o pênis pode funcionar muito bem sem o cérebro. Os homens podem ter ereções e ejacular sem nenhum envolvimento cerebral. É normal que eles acordem com uma ereção sem nenhum tipo de estímulo, nem mesmo de um sonho erótico.


Para que ocorra uma ereção, não é preciso nem mesmo uma medula espinhal intacta, como os pesquisadores descobriram observando homens que sofreram danos medulares ou mesmo um rompimento completo da medula e, ainda assim, geraram filhos. Na verdade, quando o cérebro é desconectado do pênis as ereções tornam-se mais freqüentes.

Parece existir um gerador de ereções –o tal cérebro do pênis– localizado nos segmentos sacrais da medula espinhal, logo acima do cóccix dos homens. A estimulação física do pênis envia sinais sensórios a esse centro erétil, que transmite uma sucessão de mensagens, avisando aos vasos sanguíneos penianos que está na hora da ação.

A ereção parece ser o estado padrão do pênis. Uma das funções importantes do cérebro é suprimir as ereções durante a maior parte do tempo, de modo que os homens possam cuidar de outros assuntos e também para proteger os vasos sanguíneos dos danos provocados pelo intumescimento constante.

Quando o homem não está excitado, partes do sistema nervoso simpático limitam ativamente o fluxo sanguíneo para o pênis, mantendo-o flácido. Os remédios contra disfunção erétil –à base de sildenafil e substância similares – agem tornando mais lenta a degradação de uma das moléculas que mantêm os músculos relaxados, conservando o sangue no pênis.

Estudos mostram também que os homens podem aprender a ter ereções voluntárias usando apenas o cérebro, como reação a imagens mentais ou a estímulos não sexuais ou, ainda, apelando à imaginação e às fantasias. Isso explica porque os homens se excitam com objetos fetichistas como sapatos de salto alto, chicotes de couro e lingeries sensuais.

Os centros cerebrais superiores também estão envolvidos nas ereções masculinas, especialmente a aprendizagem e a memória, mas sabemos muito menos sobre esse envolvimento.

Não são apenas os homens que se excitam com imagens eróticas: as mulheres também experimentam excitação frente a imagens sexuais sem conteúdo emocional. E, ao que parece, elas são sensíveis a uma maior variedade de opções sexuais do que eles, afirma a psicóloga Meredith Chivers, do Center for Addction and Mental Health, em Toronto.

Em seu estudo, cerca de cem homens e mulheres homossexuais e heterossexuais foram monitorados enquanto assistiam a vídeos eróticos que mostravam relações entre pessoas do mesmo sexto, masturbação solitária, homens e mulheres nus praticando exercícios, relações entre pessoas de sexos diferentes e o acasalamento de bonobos (parentes próximos dos chimpanzés). Os homens (tanto os héteros quanto os homossexuais) tenderam a se excitar diante de imagens do seu gênero preferido de parceiro sexual.

Já entre as mulheres heterossexuais, o grau de excitação aumentava de acordo com a intensidade da atividade sexual, independentemente de quem estava envolvido. Na verdade, atores masculinos e femininos provocavam, nessas mulheres, a mesma excitação genital. Elas também reagiam às imagens dos macacos fazendo sexo.

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