Mais de 70 pessoas estiveram presentes na cerimônia de apresentação do programa de estudos para implantação do projeto de Estabilização e Revitalização do Rio Juqueriquerê
O encontro contou com a presença do prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior, do secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, Marcel Giorgeti, além de vereadores, pescadores e proprietários de marinas.
O principal objetivo do estudo é gerar parâmetros para a viabilidade do projeto e implantação da obra de enroncamento do rio, que é a construção de um maciço composto por blocos de rocha compactados, que tem a finalidade de regularizar as margens do rio, impedir a erosão e dissipar a força das ondas.
Para fazer explanações sobre os aspectos técnicos dos estudos para a obra, foram convidados estudiosos do assunto: Bauer Rodarte Rachid (graduado em Oceanografia pela UERJ e mestre em Oceanografia Biológica pela USP) e Moyses Gonsalez Tessler (oceanógrafo formado pela USP e perito, consultor e professor de meio ambiente e geólogo com grande experiência em oceanografia geológica).
Ambos profissionais são integrantes da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), entidade de direito privado, independente e sem fins lucrativos, formada por docentes e pesquisadores da Escola Politécnica da USP.
A obra
Ao falar sobre os motivos para a implantação do projeto de revitalização do Rio Juqueriquerê, o prefeito destacou diversos pontos prioritários.
Um deles, as frequentes enchentes e alagamentos no Morro do Algodão e bairros adjacentes, localizados na região de maior expansão urbana em Caraguatatuba. Historicamente, é a área que mais sofre nos períodos de chuva.
Outro ponto destacado por Aguilar Junior é a necessidade de criar melhores condições para o desenvolvimento pleno do setor pesqueiro que explora o rio. Atualmente, os pescadores só têm condições de adentrar o rio nos períodos de maré alta. Um dos resultados da implantação do projeto será o desassoreamento permanente do rio, que oferecerá a possibilidade de operação contínua da atividade pesqueira.
Mais um aspecto que justifica o projeto é o incremento da atividade náutica, que hoje possui um grande potencial de expansão e de geração de empregos, possibilitando o crescimento da atividade econômica. O aumento do calado para a navegação torna possível o tráfego livre das embarcações e favorece as cerca de 25 marinas e garagens náuticas localizadas na região.
Para o prefeito, o ganho sócio-ambiental com a implantação do projeto se torna mais amplo levando-se em consideração que o Juqueriquerê é o maior rio navegável do Litoral Norte e tem um posicionamento geográfico estratégico.
“Nossa intenção, por meio desse projeto ambicioso e abrangente, é dobrar o número de empregos que o rio gera, tanto na atividade pesqueira quanto na turística e náutica”, destaca Aguilar Junior.
Estudos preliminares
A 1ª etapa dos estudos é a coleta de dados oceanográficos, que compreende em levantar toda a dinâmica de ondas, marés e correntes.
Concomitantemente, é feita a coleta de amostras de sedimentos e análises químicas desse material. Também são feitos exames ecotoxicológicos, que verificam os níveis de contaminação do rio e a batimetria junto a foz do rio.
O resultado de todos esses procedimentos devem ser apresentados em um prazo de 10 meses, acompanhado de uma avaliação de várias alternativas para a obra de enroncamento. Os estudos envolvem cerca de 12 profissionais entre oceanógrafos, biólogos, geólogos, físicos, entre outros.
Segundo Moyses Gonsalez Tessler, todo o estudo atende exigências da legislação ambiental para obtenção de licença para a obra.
“São os estudos que apontarão o tamanho, o comprimento, a largura e o posicionamento que deve ter enroncamento para que não haja assoreamento. Esses mesmos estudos mostram de onde vem, o que traz, por quê fica ali e por quê não sai a areia que provoca o assoreamento”.
Grupo de acompanhamento
Por sugestão do munícipe Ronan Carvalho Silva Júnior, será criada uma comissão para acompanhamento dos trabalhos realizados pela FDTE. A ideia foi acatada prontamente pelo prefeito Aguilar Junior e pelo secretário Marcel Giorgeti.
Outra sugestão bem aceita pelo prefeito foi a de criação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para a implantação do projeto.
Uma próxima reunião será agendada com representantes da Cetesb, Ibama e órgãos ambientais envolvidos para apresentação dos estudos.
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