quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Prefeitura apresenta início de estudos para revitalização do Rio Juqueriquerê

Mais de 70 pessoas estiveram presentes na cerimônia de apresentação do programa de estudos para implantação do projeto de Estabilização e Revitalização do Rio Juqueriquerê
O encontro contou com a presença do prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior, do secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, Marcel Giorgeti, além de vereadores, pescadores e proprietários de marinas.
O principal objetivo do estudo é gerar parâmetros para a viabilidade do projeto e implantação da obra de enroncamento do rio, que é a construção de um maciço composto por blocos de rocha compactados, que tem a finalidade de regularizar as margens do rio, impedir a erosão e dissipar a força das ondas.
Para fazer explanações sobre os aspectos técnicos dos estudos para a obra, foram convidados estudiosos do assunto: Bauer Rodarte Rachid (graduado em Oceanografia pela UERJ e mestre em Oceanografia Biológica pela USP) e Moyses Gonsalez Tessler (oceanógrafo formado pela USP e perito, consultor e professor de meio ambiente e geólogo com grande experiência em oceanografia geológica).
Ambos profissionais são integrantes da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), entidade de direito privado, independente e sem fins lucrativos, formada por docentes e pesquisadores da Escola Politécnica da USP.
A obra
Ao falar sobre os motivos para a implantação do projeto de revitalização do Rio Juqueriquerê, o prefeito destacou diversos pontos prioritários.
Um deles, as frequentes enchentes e alagamentos no Morro do Algodão e bairros adjacentes, localizados na região de maior expansão urbana em Caraguatatuba. Historicamente, é a área que mais sofre nos períodos de chuva.
Outro ponto destacado por Aguilar Junior é a necessidade de criar melhores condições para o desenvolvimento pleno do setor pesqueiro que explora o rio. Atualmente, os pescadores só têm condições de adentrar o rio nos períodos de maré alta. Um dos resultados da implantação do projeto será o desassoreamento permanente do rio, que oferecerá a possibilidade de operação contínua da atividade pesqueira.
Mais um aspecto que justifica o projeto é o incremento da atividade náutica, que hoje possui um grande potencial de expansão e de geração de empregos, possibilitando o crescimento da atividade econômica. O aumento do calado para a navegação torna possível o tráfego livre das embarcações e favorece as cerca de 25 marinas e garagens náuticas localizadas na região.
Para o prefeito, o ganho sócio-ambiental com a implantação do projeto se torna mais amplo levando-se em consideração que o Juqueriquerê é o maior rio navegável do Litoral Norte e tem um posicionamento geográfico estratégico.
“Nossa intenção, por meio desse projeto ambicioso e abrangente, é dobrar o número de empregos que o rio gera, tanto na atividade pesqueira quanto na turística e náutica”, destaca Aguilar Junior.
Estudos preliminares
A 1ª etapa dos estudos é a coleta de dados oceanográficos, que compreende em levantar toda a dinâmica de ondas, marés e correntes.
Concomitantemente, é feita a coleta de amostras de sedimentos e análises químicas desse material. Também são feitos exames ecotoxicológicos, que verificam os níveis de contaminação do rio e a batimetria junto a foz do rio.
O resultado de todos esses procedimentos devem ser apresentados em um prazo de 10 meses, acompanhado de uma avaliação de várias alternativas para a obra de enroncamento. Os estudos envolvem cerca de 12 profissionais entre oceanógrafos, biólogos, geólogos, físicos, entre outros.
Segundo Moyses Gonsalez Tessler, todo o estudo atende exigências da legislação ambiental para obtenção de licença para a obra.
“São os estudos que apontarão o tamanho, o comprimento, a largura e o posicionamento que deve ter enroncamento para que não haja assoreamento. Esses mesmos estudos mostram de onde vem, o que traz, por quê fica ali e por quê não sai a areia que provoca o assoreamento”.
Grupo de acompanhamento
Por sugestão do munícipe Ronan Carvalho Silva Júnior, será criada uma comissão para acompanhamento dos trabalhos realizados pela FDTE. A ideia foi acatada prontamente pelo prefeito Aguilar Junior e pelo secretário Marcel Giorgeti.   
Outra sugestão bem aceita pelo prefeito foi a de criação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para a implantação do projeto.
Uma próxima reunião será agendada com representantes da Cetesb, Ibama e órgãos ambientais envolvidos para apresentação dos estudos.

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