Cerca de 300 desempregados
lotaram a frente da Câmara Municipal de Caraguá e sua assistência durante a
sessão ordinária desta terça-feira, 18 de agosto. Eles compareceram à sede do
Poder Legislativo por volta das 18:30 horas, atendendo ao chamado de um cartaz
que foi colado em postes de vias públicas e principalmente dentro das
instalações da rodoviária local, no setor destinado aos ônibus urbanos, de
grande circulação de pessoas, oferecendo várias modalidades de emprego.
O cartaz, que não é
assinado por ninguém, pedia que as pessoas comparecessem à Câmara Municipal,
onde seriam definidas as vagas de empregos, dentre elas de carpinteiro,
apontador, armador de ferragens, encanador, eletricista, operador de guindastes
e muitas outras. O panfleto ainda fazia menção às empresas contratantes, como
Queiroz Galvão, Potencial, Serveng e Pedra Azul.
O comparecimento foi em
massa, sendo necessária a presença de força policial para garantir a ordem. Não
se registrou qualquer tipo de incidente e a presença das pessoas que
reivindicavam empregos foi considerada pacífica. Os desempregados aproveitaram
para protestar e ostentar cartazes dizendo das dificuldades por que passam em
razão da falta de trabalho.
Iniciada a sessão, houve
momentos de clamor, com registro de cartazes cobrando o oferecimento de maior
número de empregos na cidade, principalmente nas empresas que prestam serviços
na base de gás da Petrobras e também naquelas que realizam as obras de contorno
da duplicação da Tamoios, que seguem a pleno vapor.
O presidente da Câmara
Municipal, Oswaldo Pimenta de Mello Neto – PSB, o Chininha, avisou aos
presentes que se tratava de uma brincadeira de mau gosto, já que a Câmara
Municipal não é o local de discutir vagas de empregos à população. Disse também
que mandou registrar boletim de ocorrência policial para identificar e punir o
responsável pela ação.
Apenas o vereador
Francisco Carlos Marcelino, o Carlinhos da Farmácia, ocupou a Tribuna,
fazendo-o para chamar de mentecapto, retardado, débil mental, inconsequente e
adjetivos outros para qualificar a pessoa que espalhou os cartazes pela
cidade, pedindo punições enérgicas a respeito. Disse ser lamentável que
se brinquem dessa maneira, prejudicando pessoas que já passam necessidades por
falta de recursos financeiros.
Pelo menos dois dos
presentes que reivindicavam empregos usaram da palavra, mesmo sem ela ser
concedida, para pedir dos representantes da Câmara Municipal uma intervenção imediata
para obrigar as empresas a fazerem uma espécie de reserva de empregos para os
moradores da cidade. Lembraram o caso de São Sebastião, que recentemente editou
lei municipal neste sentido, reservando-se 70% das vagas em empresas para
trabalhadores locais, sendo 15% delas destinadas às mulheres.
O presidente da Câmara
ficou de estudar a proposta e de apresentar um projeto já na semana que vem.
Disse que irá acionar sua assessoria para desenvolver um trabalho neste
sentido, promovendo a reserva de vagas. Ficou acertado de voltarem à discussão
na semana seguinte, quando provavelmente as pessoas que lotaram a Câmara devem
retornar ao local para conferir o que foi prometido.
Aproveitando o ensejo da
presença dos trabalhadores, algumas dezenas de assistentes de desenvolvimento
infantil – ADIs também adentraram ao plenário, cobrando providências visando à
melhoria das condições nas creches municipais e também melhorias salariais.
Portavam cartazes e exigiram dos vereadores posicionarem-se a respeito,
considerando que a questão das creches municipais merece atenção especial pelas
condições precárias em que hoje operam, em prejuízo principalmente das
crianças.
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