quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Desempregados lotam a Câmara de Caraguá


Cerca de 300 desempregados lotaram a frente da Câmara Municipal de Caraguá e sua assistência durante a sessão ordinária desta terça-feira, 18 de agosto. Eles compareceram à sede do Poder Legislativo por volta das 18:30 horas, atendendo ao chamado de um cartaz que foi colado em postes de vias públicas e principalmente dentro das instalações da rodoviária local, no setor destinado aos ônibus urbanos, de grande circulação de pessoas, oferecendo várias modalidades de emprego.

O cartaz, que não é assinado por ninguém, pedia que as pessoas comparecessem à Câmara Municipal, onde seriam definidas as vagas de empregos, dentre elas de carpinteiro, apontador, armador de ferragens, encanador, eletricista, operador de guindastes e muitas outras. O panfleto ainda fazia menção às empresas contratantes, como Queiroz Galvão, Potencial, Serveng e Pedra Azul.

O comparecimento foi em massa, sendo necessária a presença de força policial para garantir a ordem. Não se registrou qualquer tipo de incidente e a presença das pessoas que reivindicavam empregos foi considerada pacífica. Os desempregados aproveitaram para protestar e ostentar cartazes dizendo das dificuldades por que passam em razão da falta de trabalho.

Iniciada a sessão, houve momentos de clamor, com registro de cartazes cobrando o oferecimento de maior número de empregos na cidade, principalmente nas empresas que prestam serviços na base de gás da Petrobras e também naquelas que realizam as obras de contorno da duplicação da Tamoios, que seguem a pleno vapor.

O presidente da Câmara Municipal, Oswaldo Pimenta de Mello Neto – PSB, o Chininha, avisou aos presentes que se tratava de uma brincadeira de mau gosto, já que a Câmara Municipal não é o local de discutir vagas de empregos à população. Disse também que mandou registrar boletim de ocorrência policial para identificar e punir o responsável pela ação.

Apenas o vereador Francisco Carlos Marcelino, o Carlinhos da Farmácia, ocupou a Tribuna, fazendo-o para chamar de mentecapto, retardado, débil mental, inconsequente e adjetivos outros para qualificar a pessoa que espalhou os cartazes pela cidade, pedindo punições enérgicas a respeito. Disse ser lamentável que se brinquem dessa maneira, prejudicando pessoas que já passam necessidades por falta de recursos financeiros.

Pelo menos dois dos presentes que reivindicavam empregos usaram da palavra, mesmo sem ela ser concedida, para pedir dos representantes da Câmara Municipal uma intervenção imediata para obrigar as empresas a fazerem uma espécie de reserva de empregos para os moradores da cidade. Lembraram o caso de São Sebastião, que recentemente editou lei municipal neste sentido, reservando-se 70% das vagas em empresas para trabalhadores locais, sendo 15% delas destinadas às mulheres.

O presidente da Câmara ficou de estudar a proposta e de apresentar um projeto já na semana que vem. Disse que irá acionar sua assessoria para desenvolver um trabalho neste sentido, promovendo a reserva de vagas. Ficou acertado de voltarem à discussão na semana seguinte, quando provavelmente as pessoas que lotaram a Câmara devem retornar ao local para conferir o que foi prometido.


Aproveitando o ensejo da presença dos trabalhadores, algumas dezenas de assistentes de desenvolvimento infantil – ADIs também adentraram ao plenário, cobrando providências visando à melhoria das condições nas creches municipais e também melhorias salariais. Portavam cartazes e exigiram dos vereadores posicionarem-se a respeito, considerando que a questão das creches municipais merece atenção especial pelas condições precárias em que hoje operam, em prejuízo principalmente das crianças.

0 comentários: