Ele saiu do interior de São
Paulo com objetivo de chegar ao Piauí. Durante trajeto, ele planeja parada na
Flip em Paraty (RJ) nesta semana
A primeira poesia que o
professor Diego Miranda leu foi aos sete anos. Ele ainda era uma criança,
quando foi apresentado aos versos do escritor brasileiro Pedro Bandeira. Hoje,
aos 28 anos, a literatura corre na veia do professor, que decidiu 'espalhar'
poesia durante um trajeto a pé e por caronas do interior de São Paulo ao
nordeste do país.
O trajeto teve início em
maio, partindo da rodovia dos Tamoios (SP-99), em São José dos Campos (SP) ,
com destino ao arquipélago Delta do Parnaíba (PI) – região de origem dos
próprios pais. O objetivo do professor é viajar pela costa do litoral
brasileiro promovendo ações socioeducativas ligadas à poesia. Antes do destino
final, ele planeja uma parada na Feira Literária Internacional de Paraty
(Flip), que começa nesta quarta-feira (1º).
“Sempre tive vontade de
escrever um livro sobre a história das pessoas e essa foi a melhor maneira que
encontrei. A ideia também é levar a poesia para os lugares coletivos. Para quem
abrir as portas eu vou, mas os focos são as escolas públicas e organizações
sociais”, afirma Miranda, que durante a caminhada assume a alcunha de
‘cavaleiro andante’.
Nesta semana, ele deixou o
litoral paulista rumo ao Rio de Janeiro, com a expectativa de apresentar
poesias nas ruas de Paraty durante Flip 2015. No percurso, o professor tem se
deslocado a pé ou com caronas e se alimenta com doações feitas em troca de
cartões postais com sua obra. Para dormir, conta com apoio de moradores que se
solidarizam com sua jornada e oferecem estadia pelas cidades que passa.
Experiências
Desde o início da viagem,
Miranda passou por Caraguatatuba e Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Nas
duas cidades, fez ações com mais de 500 estudantes de escolas públicas, onde
ensina a construção de poemas aos jovens. “São oficinas que resultaram em
exposições nas escolas. Através da poesia, quero que possam enxergar a beleza
da vida, a poética da vida”, conta.
Além dos postais, ele também
carrega algumas mudas de roupa, produtos de higiene básica, caderno de
anotações e uma câmera fotográfica. Em pouco mais de um mês de viagem, o
professor diz ter perdido cerca de 8kg. “É uma jornada de busca. Costumo dizer
que depois de fugir de tantos lugares, vou me encontrar dentro de mim”, afirma.
Mesmo que não alcance o
destino final, Miranda pretende reunir relatos da experiência em um livro com a
ideia de que a literatura alcance ainda mais pessoas do que sua caminhada. “Ninguém me entendeu quando larguei tudo para
isso. Larguei três empregos e acharam que eu ia ser um morador de rua. Mas tem
sido um aprendizado”, diz o andante.
Foto: Arquivo Pessoal/Diego Miranda
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