segunda-feira, 7 de abril de 2014

Diga ao povo que fico!

Com essa derrapada de Antonio Carlos, que ia mas não foi, muitos vereadores enfim mostraram pretensões certamente guardadas dentro do peito. Pretensões de se tornar o burgomestre da comuna caraguatatubense.

Ouviu-se dizer nos meios políticos que já havia vereador fazendo dobradinha com colega de vereança, com a certeza absoluta de que iriam abiscoitar a prefeitura de Caraguá, ainda que se tratasse de mandato curto, de cerca de dois anos e meio. Estariam já sondando amigos e simpatizantes visando angariar “fundos” para custear a candidatura.

Depois, nas eleições de 2016, seria só caprichar na campanha que a reeleição estaria garantida. Contavam também com o apoio dos colegas, comerciantes e principalmente investidores, desses a quem não importa o candidato, que sempre ajudam e apresentam a fatura depois.

Elogiável a atitude do presidente da Câmara de Caraguá. Não foi com muita sede ao pote, embora naturamente fosse o sucessor. Preferiu a cautela e, como ele mesmo disse, ouvir da boca do próprio Antonio Carlos a certeza da renúncia, para, somente a partir daí, tomar as providências de seu dever e eventualmente posar de candidato.

A certeza da saída do prefeito nunca existiu. A renúncia, anunciada como uma bomba, logo se transformou na promessa de uma renúncia que só aconteceria depois de três meses, com transição entre o atual e o novo prefeito – inicialmente, o presidente da Câmara; depois, o escolhido nas urnas.

A cidade, que se quedara estarrecida com a notícia, numa espécie de quase-pânico, logo se refez do susto. A nova informação dava conta de que o prefeito não mais deixaria o mandato; que ele ouvira, enfim, correligionários, amigos e seus assessores. E mudara de opinião. Não, sem antes cobrar a ajuda de todos que pudessem fazê-lo, principalmente de autoridades políticas, segundo comentam.

Os que aplaudiam a saída, se calaram. Os que lamentavam, voltaram a sorrir. É assim que acontece com figuras polêmicas como a do prefeito de Caraguá, mercê, principalmente, de atitudes arrojadas, apreciáveis em homens de decisão e realizadores.

O 4 de abril de 2014 entra para a história de Caraguatatuba como o Dia do Blefe. O dia em que o prefeito Antonio Carlos da Silva, agora Antonio O Blefador, disse que ia renunciar e não o fez, pelo bem da cidade de Caraguatatuba e sua população.

Luiz Antonio de Godoi
Por e-mail
Obs - mande também o seu texto ao Caraguablog para ser publicado neste espaço

0 comentários: