segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Condomínios de luxo jogam resíduos sem tratamento, contaminando água e solo, diz Sabesp

Casas de mais de 200 metros quadrados, com quatro dormitórios e piscina, localizadas em condomínios na beira da praia e cujo valor pode chegar a R$ 11 milhões. Quem vê tanto luxo e exclusividade não imagina que imóveis desse tipo descartem esgoto irregularmente, mesmo tendo à sua disposição uma rede coletora de dejetos.

Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apontam que as cidades litorâneas têm cerca de 25 mil imóveis nessa situação. Considerando que cada residência produz, em média, 500 litros de esgoto por dia, o litoral tem hoje 12,5 milhões de litros de dejetos que deveriam estar sendo tratados, mas, ao contrário, estão contaminando água e solo. Na maioria, são residências construídas antes de a região receber uma rede de esgoto e que não fizeram a ligação ao serviço.

"Alguns são moradores de áreas mais carentes, que não têm condições de arcar com os custos das obras necessárias para a adaptação do imóvel. Mas há também muitos casos de imóveis de alto padrão que não fazem a ligação porque não querem mexer na estrutura da casa ou não querem ter acréscimo na conta", diz Pedro Fernando Ponce, gerente de divisão de Caraguatatuba da Sabesp. O município é o que tem o maior número de imóveis com ligações pendentes: 7.880.

Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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