Casas de mais de 200 metros quadrados, com quatro
dormitórios e piscina, localizadas em condomínios na beira da praia e cujo
valor pode chegar a R$ 11 milhões. Quem vê tanto luxo e exclusividade não
imagina que imóveis desse tipo descartem esgoto irregularmente, mesmo tendo à
sua disposição uma rede coletora de dejetos.
Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp) apontam que as cidades litorâneas têm cerca de 25 mil imóveis
nessa situação. Considerando que cada residência produz, em média, 500 litros
de esgoto por dia, o litoral tem hoje 12,5 milhões de litros de dejetos que
deveriam estar sendo tratados, mas, ao contrário, estão contaminando água e
solo. Na maioria, são residências construídas antes de a região receber uma
rede de esgoto e que não fizeram a ligação ao serviço.
"Alguns são moradores de áreas mais carentes, que não
têm condições de arcar com os custos das obras necessárias para a adaptação do
imóvel. Mas há também muitos casos de imóveis de alto padrão que não fazem a
ligação porque não querem mexer na estrutura da casa ou não querem ter
acréscimo na conta", diz Pedro Fernando Ponce, gerente de divisão de
Caraguatatuba da Sabesp. O município é o que tem o maior número de imóveis com
ligações pendentes: 7.880.
Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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