Decisão tem como
objetivo minimizar possíveis impactos ambientais.
Instituto Ilhabela
Sustentável pedia paralisação imediata da construção.
A Justiça Federal determinou nesta segunda-feira (16) regras
para impedir um possível impacto ambiental na continuidade das obras de uma
ciclovia que vai ligar os bairros Barra Velha e o centro histórico de Ilhabela,
no litoral norte de São Paulo. Uma ação do Instituto Ilhabela Sustentável pedia
a imediata paralisação da obra para a realização de estudos ambientais. A obra
é alvo de protesto de moradores e comerciantes.
A decisão judicial contempla três trechos da ciclovia -
Barra Velha, Itaquanduba e Engenho D'Água - faixas ainda em construção. Ao
todo, a pista terá 8 quilômetros de extensão e está sendo construída desde 2009
ao custo de R$ 795 mil. O trajeto foi construído paralelo à orla da praia e em
alguns trechos, contempla a faixa de areia.
De acordo com o juiz federal Ricardo de Castro Nascimento, a
liminar determina que, nos próximos trechos à serem executados, a prefeitura se
abstenha de fazer enrocamentos, que é um sistema que utiliza a colocação de
blocos de rochas no mar; aterros ou qualquer tipo de construção em direção ao
mar que altere o desenho das praias. Ele reiterou ainda na decisão que os
materiais usados na obra devem ter licenciamento ambiental.
"As obras vão continuar. Não sei como está o projeto,
mas determinei que esse tipo de intervenção [aterro e enrocamento] está
proibida. O alerta do Instituto Ilhabela Sustentável é válido [necessidade de
estudos], mas não há ausência de documentos por parte da prefeitura que
justifiquem a paralisação da obra. Essa ciclovia é de interesse coletivo",
disse o magistrado ao G1. O trecho que ainda será construído tem cerca de 2
quilômetros.
Avaliação
A direção do Instituto Ilhabela Sustentável foi procurada,
mas como havia sido notificada da decisão no fim desta tarde, preferiu não
comentar o assunto.
Em entrevista anterior ao G1, Carlos Nunes, diretor
executivo da entidade, explicou que um dos principais receios de comerciantes e
moradores é que, além dos gastos públicos com a reforma da obra, as praias
também percam espaço. “A ciclovia está ocupando muita faixa de areia e passa
por alguns pontos de propriedade privada”, afirmou na ocasião.
A Prefeitura de Ilhabela informou, por meio do secretário
municipal de Assuntos Jurídicos, Sidney Apocalypse, que a prefeitura não foi
notificada da decisão, mas reafirmou a regularidade da documentação para a execução
da obra, incluindo a autorização do Secretaria Patrimônio da União (SPU),
responsável pela área onde a ciclovia está sendo construída.
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