Fazenda de mexilhão teve toda produção, de mais de uma tonelada, comprometida pelo vazamento de óleo. Técnicos da Petrobras recolheram amostras do marisco nesta segunda |
O vazamento de combustível marítimo na tarde da última
sexta-feira (5) em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, preocupa os
pescadores da região. Eles acreditam que derramamento, que teve origem no do
píer do Terminal Almirante Barroso (Tebar), operado pela Transpetro,
subsidiária da Petrobras, terá impacto na produção de mexilhões e na
comercialização de pescados.
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb), que multou a estatal em R$ 10 milhões nesta segunda-feira (8), 11
praias de São Sebastião e Caraguatatuba foram atingidas pela mancha de óleo.
Oito delas, que são monitoradas pela Cetesb, estão impróprias para banho. O
órgão informou ainda que uma falha operacional, durante o abastecimento de um
navio no píer, foi a causa do acidente ambiental. A quantidade de combustível
que vazou da rede ainda não foi dimensionada.
Segundo a Petrobras, a limpeza das praias foi concluída
nesta segunda-feira (8), mas os estragos ainda estão sendo calculados.
"Toda vez que ocasiona esse tipo de derramamento, ele prejudica a pescaria
e o comércio da pescaria, então a gente sente muito.Um exemplo é a tainha e o
parati, que são peixes de superfície, esse peixes, quando tem o vazamento, já
entram em contato direto com o óleo", explicou o pescador Joselito Eusébio
de Moraes.
Pescadores especializados na pesca do camarão também estão
preocupados. Nesta época do ano, conhecida como defeso – ocasião em que os
camarões se reproduzem –, não há pescaria. Se algo der errado neste período,
eles terão prejuízo. "Uma das áeas atingidas pela mancha de óleo é uma
área em que há exclusão de pesca, área protegida. Com certza com isso eles
(camarões) vão sofrer muito. Se você na etapa de reprodução você causa
problemas, certamente na retirada, na época de engorda você terá problemas
tambem", afirmou Eduardo Hipólito do Rêgo, secretário de Meio Ambiente de
São Sebastião.
Fazenda de Mexilhões de Caraguá
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No caso da área onde está uma fazenda de mexilhão, a
contaminação é instantânea e irreversível. "O que é complicado ali é que o
mexilhão é um filtrador e absorve muito essas impurezas. Então vamos ter que
descartar toda a produção e limpar tudo para acabar o perigo", disse o
engenheiro agrícola Evandro Figueiredo.
A Petrobras recolheu amostras de mexilhão para exame em
laboratório. Conclusão que o pescador tem só de olhar. "A cor do galão
(onde o mexilhão é cultivado) é azul e ficou preta por causa do petróleo.
Perdemos tudo, mais de uma tonelada. Não tem o que fazer, é daqui para o
lixo", assegurou Jaime Moreira da Silva Filho.
Fonte: G1 / Foto: Reprodução/TV Vanguarda
Caraguablog/JFPr
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