sábado, 20 de abril de 2013

Caraguatatuba, além de bela, uma cidade próspera e que soube reter talentosos empresários

No mês de aniversário de Caraguatatuba, a ACE faz questão de parabenizar todos os comerciantes que contribuíram para a cidade crescer
Caraguatatuba bonita, esplendor de beleza rara |Caraguatatuba onde habita, o cortês e gentil caiçara|Nas fímbrias da serra que os céus se levanta, à margem formosa de imensa baía, se estende uma terra que os olhos encanta, a terra onde as praias têm mais alegria | Se sois dentre as joias a mais reluzente, se dentre as cidades vós tendes mais vida, então não sois obra divina somente, sois obra de Deus pelos homens polida.

O trecho inicial do Hino de Caraguatatuba bem descreve a cidade que foi considerada por muito tempo a “princesinha do Litoral Norte”. Hoje somos um dos principais Polos de Crescimento do Estado de São Paulo, Referência em Gestão Pública e Centro Comercial e Empresarial do Litoral Paulista.

A Caraguá de 30 anos atrás, bucólica, pacata e tranquila, terra de caiçaras e migrantes, era bem diferente da Caraguá atual, moderna, desenvolvida, terra de oportunidades, de quem quer crescer e ajudar a cidade a se desenvolver de forma sustentável.

O comércio é pulsante nos calçadões, na orla das praias, nos shoppings e grandes magazines. Este crescimento tem como corresponsáveis muitos empresários que chegaram a terra das caraguatás 30 a 40 anos atrás. Eles investiram tempo, disposição e dinheiro aqui. Fizeram o que podiam e até o que não podiam para que seus comércios tivessem êxito. E assim aconteceu. Muitos mascates, vendedores e investidores que tiveram perseverança, vontade de vencer, e acima de tudo, trabalharam, conseguiram prosperar e vencer.

No mês de aniversário de Caraguatatuba, a ACE faz questão de parabenizar a todos os comerciantes, caiçaras de origem ou de coração, que contribuíram para que esta cidade fosse a melhor do mundo para se morar e viver com uma reportagem especial para a Revista InterfACE Empresarial. E não é só Caraguá que ‘apaga as velinhas’ neste mês, a ACE também completa 48 anos de vida no dia 21 de abril.
Parabéns a todos que ajudaram a construir este pedaço de paraíso!


Conheça a trajetória de vida de quatro ilustres comerciantes de Caraguá
A ACE levantou em seu quadro associativo, àqueles que poderiam retratar como foi ver o seu comércio crescer junto com o desenvolvimento da cidade. A seleção foi difícil, mas chegamos a quatro entrevistados com ricas experiências de vida. Que todos comerciantes sintam-se representados neles. 

Davi Salamene 
De viajante, mascate a um dos maiores construtores e investidores de Caraguá. Davi nasceu em Araçatuba em 1934 e foi morar com a família em Mato Grosso quando tinha sete anos. Ali começou a desenvolver tino para o comércio ao vender rapadura para os soldados. Com 14 anos rumou para a cidade grande. O primeiro emprego formal foi como varredor de loja na Rua 25 de Março, na capital paulista. Após seis meses, já era vendedor.

Davi se casou e teve um casal de filhos. Em 1958 veio morar em Caraguá, uma cidade com, então, 9 mil habitantes. “Eram poucas pessoas e o comércio bem devagar. Eu vendia ‘muambas’ miúdas como chupeta, grampo de cabelo, espumadeira, entre outras coisas. Carregava 11 pastas de produtos e tirava os pedidos de comércio em comércio”, revela.

Nesse tempo, se casou pela segunda vez, com a atual esposa e teve mais duas filhas e, hoje, seis netos. Resolveu partir para o ramo imobiliário em 1964. Se credenciou como corretor de imóveis e em 1965 abriu imobiliária no Calçadão Santa Cruz.
“Eu percebi que a galinha de ouro estava em Caraguá. Acreditei que o ramo imobiliário iria se desenvolver. Permaneci aqui mesmo após a catástrofe de 18 de março de 1967. Qualquer chuva atrapalhava o movimento e tudo parava”, relata.

Davi viu passar vários prefeitos, cada um na tentativa de melhorar a cidade. Até que em 1997, a cidade começou a mudar. “O comércio passou a não depender apenas das temporadas e finais de semana. A imobiliária passou a ter movimento o ano todo, assim como o comércio que cresceu 500%. Sinto orgulho de mostrar um imóvel bonito, com as ruas asfaltadas, uma avenida duplicada maravilhosa. Tudo se valorizou. Hoje, faça sol ou faça chuva, temos turistas”, afirma Davi.

Ele também comentou a importância da Associação Comercial para melhorar a cidade. “A atual diretoria é composta por empresários capazes e que trouxeram benefícios aos associados, inclusive os descontos nos convênios de saúde”, ressalta e finaliza com uma dica aos novos comerciantes locais. “O sucesso é fruto de bom atendimento, ao turista e ao morador, oferta de serviços de qualidade e honestidade sempre”.


Miguel Eduardo Pulgrossi 
De representante na área de refrigeração, retífica e organizador de excursão à atual proprietário da única loja especializada em ventiladores de Caraguá. Miguel morou em São Carlos e visitou a cidade pela primeira vez em 1969, quando a estrada da Serra do Mar ainda estava em construção.

         Em 1971 percorria Caraguá, São José dos Campos e região como representante de refrigeração. Dois anos depois, veio definitivamente para Caraguá e começou a trabalhar com seu irmão Ismael. Em 1988 montou uma retífica de motor de geladeira e vendia peças do ramo de refrigeração e ventiladores.

         Até que uma empresa que utilizava as sobras dos motores de geladeira, propôs a Miguel, a troca desses materiais, por ventiladores. Daí por diante, Miguel passou a vender apenas ventiladores em comércio que há 20 anos está situado no Pontal Santa Marina (em frente ao Serramar Parque Shopping). “Antes até compra de supermercado eu fazia em São José dos Campos. Hoje temos hipermercados com grande variedade de produtos. Os investidores passaram a ver Caraguá de forma lucrativa, assim como os comerciantes estão investindo em seus negócios e obtendo lucro”, relata.

         Além do comércio, Miguel também organizou por anos viagens de compras e turismo ao Paraguai, Foz do Iguaçu e outras.  “Também teve época que abria a loja aos domingos. Hoje a clientela volta pela qualidade dos produtos, pelo suporte e pelo serviço de instalação (eletricista), com mão de obra qualificada e preço acessível. Tem outras lojas que vendem de tudo, mas loja especializada em ventiladores, aqui em Caraguá, só esta”, confirma.

         Miguel tem dois filhos, um trabalha com ele e o outro cursa o 4º ano de Direito. “O tempo de plantar ficou para trás, agora é tempo de colher. A cidade está experimentando um grande desenvolvimento. A Base de Gás trouxe recursos e novos empregos. Estou muito feliz por viver em Caraguá”, conclui. 


Haroldo Di Giaimo 
Comerciante desde sempre! Haroldo teve loja de roupa na Rua Maria Paula, em São Paulo e investiu até em propaganda de TV. No entanto, após sofrer grande prejuízo com assaltos em sua loja, decidiu mudar de cidade e de ramo.
Chegou a Caraguá em janeiro de 1963. Abriu imobiliária na Av. Frei Pacífico Wagner, depois mudou para a Av. Anchieta e há 25 anos está na Dr. Altino Arantes, em prédio próprio, onde compõe o espaço com sua galeria de artes.

“Nessa época a cidade não tinha nada. Não dava para se manter. A situação pirou com a catástrofe. As pessoas desistiram de tudo. Meu escritório ficou inundado. Demorou tempo para a cidade começar a prosperar. Era comum cair barreira na Serra do Mar. Uma vez larguei o carro no meio da lama e desci a Serra caminhando”, revela Di Giaimo.

O comerciante deu a volta por cima. A cidade precisava se reconstruir e foi o que ele ajudou a fazer por meio da administração, vendas e aluguéis de imóveis. “Aos poucos a cidade foi se reerguendo. A maior mudança veio com averba da indenização da Serra que foi usada para modernizar a cidade”.

         Di Giaimo relembra um fatos que demonstra o quanto à cidade evoluiu. “Certa vez, atolei o carro numa rua do bairro da Martim de Sá. Foi necessário chamar um trator para tirar o carro de lá, pois as ruas eram de terra, duas mãos, sem guia. Hoje não precisa encostar o carro para o outro passar”, relata.
         Para Di Giaimo, hoje Caraguá é tida como cidade de futuro brilhante. “Muitos estão deixando a cidade grande para morar neste paraíso. Apesar de  sermos uma cidade pequena, temos todos recursos e estrutura de cidade grande”, conclui.

         Di Giaimo é um vencedor! Superou todas as fases difíceis, comprou casa e escritório e diz que a sua família é a maior conquista. “O maior apoio sempre veio da esposa e dos filhos. Valeu a persistência e organização”, completa. 


Joaquim Fernandes Neto 
Foi cobrador de ônibus, funcionário do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e, em 1974 abriu a Loja Hidráulica Caiçara no Poiares. Nasceu na vizinha Natividade da Serra onde seu pai foi funcionário público. Veio para cá, com a família, em 1949.

Joaquim lembra a época da Catástrofe que arrasou a cidade. De seus cinco filhos, um deles nasceu dois meses antes da tragédia, em janeiro de 1967. Os outros quatro filhos nasceram na Casa de Saúde Stella Maris, instituição muito importante, segundo ele, por ter acolhido os moradores e continuar prestando serviços de saúde na cidade.

         “Caraguá vive um avanço do qual nem eu, nem as pessoas da época, poderiam imaginar. A cidade caminha com as próprias pernas”, afirma e ainda opina que a cidade nem precisa criar ou fazer grandes eventos para os turistas virem para cá. “Nosso principal atrativo é o sol. Ele é nossa ‘indústria’”.

Atualmente Joaquim está aposentado e dois de seus filhos e um neto cuidam da administração da loja. “Muitas pessoas fizeram Caraguá se desenvolver. O construtor Alcides Galvão, por exemplo, fez vários prédios e ajudou a dar uma nova cara para a cidade”, completa.

         Joaquim também menciona as benfeitorias realizadas pela Prefeitura e pela Associação Comercial, que melhoraram a vida dos comerciantes e moradores. “As oportunidades chegaram aqui em Caraguá. Ninguém pode reclamar. Se trabalhar com determinação, é sucesso certo”, opina e conclui. “Sempre acreditei na ACE, tanto é que sou um dos primeiros associados. Valeu a pena permanecer na cidade e com meu comércio, mesmo enfrentando tantas situações difíceis, conseguimos permanecer firmes”.
Bruna Vieira Guimarães / gentecom.com.br
Caraguablog/JFPr

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