quinta-feira, 21 de março de 2013

Juiz descarta novas eleições caso confirme cassação de Ernane em instâncias superiores

Leonardo Rodrigues
O juiz eleitoral de São Sebastião e Ilhabela, Guilherme Kirschner, afastou a possibilidade da realização de novas eleições sebastianenses, caso seja confirmada em instância superior a cassação do prefeito Ernane Primazzi (PSC), e seu vice, Aldo Conellian (PV), por captação ilegal de sufrágio.

Sobre novo pleito, Guilherme Kirschner reitera que caso confirme a decisão pela cassação na instância superior, não haverá novas eleições, a princípio, pois esta só ocorreria se Ernane tivesse tido nas urnas mais de 50% dos votos validos.
“O que não foi o caso. Assume o segundo melhor colocado, Juan”, explica.

Em entrevista à reportagem, na tarde da última segunda-feira, Kirschner conta que caso haja decisão em instância superior, em favor da cassação, Ernane deixa o cargo de imediato. No momento, com a decisão da última segunda-feira, em que Kirschner julgou procedente o efeito suspensivo à cassação do mandato do prefeito, decretada por ele mesmo, na última sexta-feira, garante que Ernane permaneça no cargo de chefe do Executivo, enquanto aguarda julgamento do mérito da ação instância superior.

Assim, o juiz sebastianense esclarece que agora não há mais nada que se possa fazer em 1ª instância, neste processo. “O prefeito interpôs recurso de minha decisão e recebi o recurso no efeito suspensivo, ou seja: o prefeito pode ficar no cargo até analisar o recurso. Concedi excepcionalmente o efeito suspensivo para garantir a segurança jurídica e a estabilidade no município, principalmente em face do estado de calamidade pública por conta das chuvas”, justifica.

Kirschner também pontua que a sentença que cassa os diplomas do prefeito e vice de São Sebastião não afeta na atual composição da Câmara Municipal, a se pensar no cálculo do coeficiente eleitoral que resultou na nova legislatura. “Não há influência na eleição dos vereadores”, afirma o juiz.

Outro
Na Comarca de São Sebastião há ainda a tramitação de outro processo que requer a cassação do prefeito Ernane Primazzi. No caso, a natureza do processo se dá por uso indevido de veículo de comunicação em benefício da campanha eleitoral de Ernane. Isso porque a juíza Clarissa Campos Bernardo do TRE-SP anulou em fevereiro, a sentença dada por Kirschner, no ano passado, que decidiu apenas multar as partes em cerca de R$ 30 mil.

Com a anulação da sentença, a mesma retornou à Zona de Origem (São Sebastião) para prolação de nova decisão. De acordo com a juíza, a nulidade da sentença se deu para inclusão do vice-prefeito, Aldo Conelian Junior, ao processo. A Procuradoria Regional Eleitoral manifestou-se pelo reenvio dos autos à origem para intimação do candidato substituto, para receber o processo no estado em que se encontra e para apresentar contra-razões ao recurso. Sobre isso, Kirschner promete uma decisão rápida. “Em relação ao outro processo (uso indevido de veículo de comunicação), ainda não veio conclusos para sentença e a regra aqui é julgar no mesmo dia que o processo chega”, destaca o juiz eleitoral.

Em janeiro, Kirschner julgou extinta a segunda a ação de uso indevido de veículo de comunicação. A decisão foi matéria do Imprensa Livre, publicado na edição do dia 25 de janeiro, com o título: “Juiz decide pela extinção do processo de cassação do prefeito Ernane”. Na ocasião, Kirchner justificou sua decisão, ao extinguir o processo, por “litispendência”. A litispendência se caracteriza através do ajuizamento de duas ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, como determinam o Código de Processo Civil Brasileiro. Ele faz referência ao primeiro processo impetrado e julgado no ano passado. Processo esse que culminou na decisão de Kirschner por multa.

A decisão de Guilherme Kirschner em apenas multar Ernane, no processo por uso indevido de veículo de comunicação, contrariou na ocasião o promotor eleitoral Raphael Barbosa Braga, que deu parecer a favor da cassação.
Fonte: Imprensa Livre
Caraguablog/JFPr

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