Por
Álvaro Alencar Trindade
Este
é um ano especial para as juventudes brasileiras.
Amanhã
começa a Campanha da Fraternidade, da Igreja Católica, cuja temática, que
contém ingredientes fortemente políticos fincados da Doutrina Social da Igreja,
é totalmente voltada para a juventude. Em julho acontecerá a Jornada Mundial da
Juventude, no Brasil.
Jovens
do mundo inteiro estarão debatendo, entre outros, temas religiosos e políticos,
com destaque para o que diz respeito ao pluralismo de grupos entre jovens, suas
formas associativas, a participação das novas gerações, análises das
desigualdades entre jovens as políticas públicas para a juventude.
Importa
lembrar que a juventude é vista como impetuosa, ousada, movida pela generosidade
de propósitos. Essas características podem manter-se ao longo das gerações.
Infelizmente, porém, existem momentos em que a realidade, por demais, se mostra
adversa para os sonhos da juventude. Tempos em que os bons exemplos são poucos
e as esperanças parecem cada vez mais tênues e distantes. Mesmo assim, temos
bons exemplos da participação dos jovens.
A
juventude dos anos 70 teve papel fundamental na conquista das liberdades
democráticas, na liberação dos costumes, na música e na arte em geral. Os anos 80 foram
mais tímidos em mudanças culturais, mas pródigos, principalmente no Brasil, com
o fim da ditadura militar a constituinte de 88 e as eleições diretas para
Governadores, Prefeitos e Presidente da República.
Já
os jovens dos anos de 1990 mostraram ousadia, sobretudo os “caras pintadas” que
se insurgiram contra a escandalosa corrupção, derrubando o Presidente.
Hoje
a juventude assiste a um processo de desgaste das instituições. São sangue-sugas,
“mensalões”, desmoralização de figuras e partidos que eram, a bem pouco tempo
atrás, baluartes da honestidade e da democracia.
A
juventude assiste a tudo com compreensível espanto, revoltada com a falta de
alternativas. Que fazer? Como reconquistar a esperança? Como tentar garantir um
mínimo de espaço na busca por oportunidades de estudo e trabalho? Como garantir
políticas públicas para as juventudes?
Infelizmente
não existem caminhos fáceis, respostas prontas ou alternativas simplistas. Cabe
a juventude, aqui em Caraguatatuba e no Brasil como um todo, ousar. Partir para
a luta. Travar o bom combate. Participar. Abrir caminhos. Mudar mentalidades e
procedimentos, resgatar a cidadania e ocupar seu espaço na sociedade.
Uma
alternativa simples e viável, por exemplo, é o alistamento eleitoral. Podemos
mudar consideravelmente nossos destinos se realmente pensarmos no poder municipal,
aquele que influencia o dia a dia de cada um de nos. Uma campanha pela
inscrição eleitoral de jovens a partir dos 16 anos é fundamental.
Unidos,
os jovens se constituem em força considerável, respeitável, capaz de promover
as mudanças desejadas e necessárias. O jovem é livre das intimidações e das
restrições que as forças do passado (corrupção e autoritarismo) querem impor.
A
instância municipal é a primeira relação de poder entre a comunidade e seus dirigentes.
Pode ser base da democracia realmente participativa. O pior erro que podemos
cometer é deixar na mão de outros o destino de nossas vidas. A partir do
próximo mês, em cada escola ou comunidade, podemos fomentar o debate sobre a
participação dos jovens, conscientizando-os e estimulando-os.
Devemos
deixar preconceitos de lado. Nenhum partido é ruim por origem. Ele pode não
funcionar porque está na mão de pessoas que só querem usar sua estrutura para
proveito pessoal e de suas futuras
gerações.
Em
cada grêmio estudantil, em cada espaço ou em cada momento que possamos criar
para discutir nossas vidas e projetos é que podemos encontrar as soluções.
Tá
na mão da gente fazer uma cidade diferente. O jovem tem que ocupar seu espaço,
lutar por melhores condições de estudo, estágios profissionais, alternativas de
aperfeiçoamento e oportunidades de trabalho.
E
é aí que poderemos encontrar soluções. A união e a firmeza de propósitos da
juventude farão a diferença. Importante é sonhar. Importante é acreditar nos
sonhos. Mais importante ainda é ousar para mudar.
É tempo de juventude! É tempo
de ousadia! É tempo de Mudança!
Álvaro Alencar Trindade
Caraguá
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