domingo, 27 de janeiro de 2013

Rodovia dos Tamoios terá segunda pista com 21,5 km no trecho da serra do Mar


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Para atenuar o impacto ambiental, os 21,5 km do trecho de serra da nova pista da rodovia dos Tamoios serão totalmente descolados do trajeto atual. Nova Tamoios deve ficar em obras até 2017

A duplicação pura e simples da estrada existente causaria um impacto ambiental gigantesco na mata atlântica que está dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, segundo o governo, o que tornaria impossível obter as licenças ambientais necessárias.

Nas palavras do presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, seria uma obra "ilicenciável". Por isso, a alternativa escolhida é fazer uma pista "à parte", que, se tudo der certo, deverá ficar pronta em 2017.

Para conseguir as licenças ambientais -o governo espera obter a primeira delas, a licença prévia, em abril-, a Dersa optou por fazer grandes túneis durante todo o trecho de transposição da serra do Mar.

Dos 21,5 km totais, 12,6 km serão de túneis e 2,5 km de viadutos. Haverá túneis menores, paralelos aos principais, para serem usados como rotas de fuga em eventuais incêndios ou engavetamentos.

"A rodovia está desenhada para ter o mínimo impacto possível dentro do parque e para dar segurança ao motorista", diz Lourenço. Em acidentes, o trecho de serra da Tamoios é um dos mais perigosos do Estado.

Pelo projeto apresentado no estudo de impacto ambiental, que pode sofrer ajustes, a atual Tamoios será usada para descida. A subida passaria a ser feita pelo novo traçado.

As rampas serão menos inclinadas do que as atuais e o traçado menos sinuoso. Os veículos grandes poderão chegar ao planalto com a velocidade constante de 80 km/h. Hoje, em algumas curvas, ela não passa de 30 km/h, mesmo com trânsito totalmente livre.

Apesar de todo o esforço do governo em fazer um projeto com pouco impacto, a nova Tamoios, no trecho de serra, deverá afetar 188 hectares -como comparação, o parque Ibirapuera, tem 160 hectares. Desse total, 56 hectares estão em áreas ainda bem preservadas da mata atlântica.

A floresta que recobre a serra do Mar é o ecossistema mais destruído do Estado. Em 2011, segundo a SOS Mata Atlântica, 216 hectares foram ceifados.

VIDA ÚTIL
O investimento de R$ 2,1 bilhões apenas no trecho da serra deverá render uma estrada com 25 anos de vida útil, estima Lourenço. Se hoje o trânsito é carregado, inclusive fora dos períodos de férias e feriados, ele deverá voltar a ficar livre com a inauguração de todos os três novos trechos (veja texto acima).

Mas o próprio estudo da Dersa mostra que o conforto ao motorista, nas férias, pode durar apenas dez anos, se a ampliação do porto de São Sebastião sair do papel.

Mesmo com a obra, o trânsito não deve acabar durante o Carnaval e o Ano-Novo. "São dois grandes picos. O investimento para resolver essa demanda não se justifica", diz o presidente da Dersa.

PARCERIA INCERTA
De acordo com Laurence Lourenço, presidente da Dersa, o governo de São Paulo ainda estuda se o trecho de serra da Nova Tamoios será feito como uma obra pública ou por meio de uma parceria público-privada. O mais importante, diz o executivo, é o custo em questão.

Como muitas vezes os governos têm obtido linhas de financiamento mais baratas do que o setor privado, nem sempre as parcerias com as empresas têm se mostrado muito vantajosas.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo

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