quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Caraguá: um protesto surdo, mudo e cego

Um protesto na praça Cândido Mota, em Caraguá

"Eu posso não concordar em nada com as palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las"Voltaire (1694-1778, pensador, poeta e dramaturgo francês)

O protesto é solitário.

Não há preocupação de fazer adeptos, longos discursos de convencimento. Só lançar a idéia basta. Se ela, a idéia, é boa, ou má, isso vai do julgamento de cada um.

As cidades o Litoral Norte do Estado de São Paulo transformadas num só município. Loucura? Sonhar muito? Não, de há muito sonhar pode. É a democracia vivida no Brasil.

Um só prefeito, uma só câmara de vereadores – apenas secretários para cuidar de cada município. E um orçamento único, que beiraria a casa do um bilhão e meio de reais/ano. Dinheiro que não acaba mais.

Só com a economia daquilo que hoje as cidades repassam às suas câmaras municipais, cerca de 38 milhões de reais em apenas um ano, daria para construir o tão sonhado Hospital Regional, equipá-lo e contratar os profissionais necessários para um atendimento condigno da população.

Sem falar da maldita corrupção, que faz escoar pelos ralos da podridão moral quase a metade de tudo aquilo que se arrecada a duras penas do lombo da população trabalhadora. Ela seria reduzida a patamares menores.

Sim, corrupção existe em nosso pobre Litoral Norte. Muita. Mas, muuuiiita mesmo. Nas prefeituras e nas câmaras municipais, onde infestam os organismos parasitários dos recursos públicos. Verdadeiros doutores na arte de subtrair.

Pelo resultado positivo para a saúde dos cofres públicos, pelo bem que traria a  todos os municípios do Litoral Norte, a idéia preconizada pelo insólito “protestador” tem um quê de romântica, de lógica, de factível, de moralizadora, pois fala de perto aos anseios da população.

Sonhar pode. Certamente este é um sonho que não irá incomodar os corruptos de plantão – dos quatro municípios...

Eles sabem que utopias existem. E que utopia é sempre utopia. Ou seja: nada.

Nada?...
Luiz Carlos B. Oliveira, Binho

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