Centenas de pessoas compareceram à abertura do Congresso que tem como tema “História e Folclore: caminhos que se entrecruzam”
Paulo Henrique Ferraz
Aluno do 8 semestre de Jornalismo do Centro Universitário Módulo
O Presidente da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, de São José dos Campos, Mário Domingos de Moraes, recebe a estatueta do Tropeiro, símbolo da cultura regional do Vale do Paraíba |
São José dos Campos, no interior de São Paulo, recebeu pesquisadores, entusiastas, e artistas de todos os cantos do Brasil, dentre eles a Comissão Nacional do Folclore, que organiza o Congresso Brasileiro de Folclore desde 1951. O Congresso está em sua 15ª edição, começou na segunda-feira e prossegue até sexta-feira, dia 15 de julho, no Teatro Municipal e no Parque da Cidade, ambos em São José.
O evento revela, por meio de exposições fotográficas, documentários e apresentações culturais, as principais características regionais. Também abre discussões acadêmicas sobre o futuro do folclore no Brasil. O intuito é, por meio dos debates do Congresso, projetar diretrizes para os próximos dois anos.
A noite de abertura, 11 de julho, teve uma homenagem aos entusiastas da causa folclórica no Brasil, falecidos nos últimos anos. O coordenador do Congresso e presidente da Comissão Paulista de Folclore, Toninho Macedo, acompanhado pelo toque de viola, cantou músicas tradicionais, dentre elas “Solidão de Amigos”. A noite ainda contou com apresentações culturais como a do Grupo de Fandango “Mantendo a Tradição”, de Ribeirão Grande/SP, composto por crianças que preservam a cultura regional do Vale do Ribeira, com uma dança praticada com tamancas de madeira.
Após as homenagens da noite, foram chamados para compor a mesa, Lurdes Macena, presidente da Comissão Nacional do Folclore; Américo Córdula, secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura; Fernanda Bandeira de Mello, presidente do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), ligado a secretaria de Estado da Cultura; Mário Domingos de Moraes, presidente da Fundação Cultural Cassiano Ricardo; Eliane dos Santos Silva, prefeita da cidade de Ribeirão Grande e outras autoridades estaduais e municipais.
Lurdes Macena, presidente da Comissão Nacional do Folclore, que há 18 anos estava grávida, e não pode ir a São José dos Campos quando a cidade sediou um encontro acadêmico da Comissão, se emocionou em estar presente nesta edição do Congresso. Ela falou que o Brasil, nos últimos 15 anos, tem obtido conquistas coletivas culturais, como o Revelando São Paulo, e a continuidade do Congresso Brasileiro de Folclore, o que retoma a busca pelas políticas públicas reais e ao reconhecimento das culturas tradicionais do povo.
Fernanda Bandeira de Mello, presidente do CONDEPHAAT, assumiu em fevereiro o compromisso de fomentar a valorização do elemento imaterial. Disse que o Estado de São Paulo tem um acúmulo muito grande de conhecimento que pode servir de base para essa conquista. “Este é o lado da cultura que não goza de instrumentos para a sua valorização”.
Mário Domingos de Moraes, presidente da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, enfatizou a importância do Congresso, considerado por ele, uma “relíquia” do patrimônio imaterial da cidade. Para Mário, a São José está orgulhosa pela realização destes dez dias de eventos culturais. “A realização de discussões na linha folclórica só faz engrandecer a cultura forte de São José dos Campos”, comentou.
Eliane dos Santos Silva, prefeita de Ribeirão Grande, agradeceu a oportunidade das crianças apresentarem a dança típica Fandango de Tamanco, tradicional na cidade. “Muitas dessas crianças que se apresentaram aqui pisaram pela primeira vez em um palco.”
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