Somos uma nação indígena
Embora não tenhamos mantido os costumes e tradições de nossos antepassados, como ocorreu em outros países da América do Sul como a Bolívia, Peru e Paraguai, por exemplo, assumindo a cultura de nossos colonizadores europeus, e construído uma etnia formada por indígenas que aqui viviam, negros trazidos como escravos e europeus e asiáticos que para aqui se transferiram, mantivemos muito de nossas origens, principalmente na faixa litorânea, através da cultura caiçara.
As palavras do tupi-guarani
Açu é grande; mirim, pequeno; tuba significa abundância. Muitas palavras presentes no nosso dia a dia e que integraram o português falado no Brasil são de origem indígena, como abacaxi, arapuca, capim, cipó, cumbuca, cupim, jacaré, jararaca, jibóia, mandioca, mingau, paçoca, peteca, pipoca, pitanga, sucuri, taquara, toca, traíra, xará.
Conheça algumas palavras e seus significados:>>>
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Pequeno dicionário tupi-guarani
Abaçaí: perseguidor de índios, espírito maligno que perseguia e enlouquecia os índios.
Abacaxi: fruta recendente, cheirosa.
Abaetê: pessoa boa, pessoa de palavra, pessoa honrada.
Abaetetuba: lugar cheio de gente boa.
Abaité: gente ruim, repulsiva, estranha.
Abanheém: língua de gente, a língua que as pessoas falam.
Abaquar: senhor (chefe) do vôo, homem que voa.
Abaré: amigo.
Abati: milho, cabelos dourados, louro.
Acag: cabeça.
Acará: garça, ave branca.
Acaraú: acaraí, acará, rio das garças.
Açu: grande, considerável, comprido, longo.
Aguapé: redondo e chato, como a vitória-régia, plantas que flutuam em águas calmas.
Aimirim: formiguinha.
Airequecê: lua.
Aisó: formosa.
Akitãi: baixo, baixa estatura.
Amanajé: mensageiro.
Amanara: dia chuvoso.
Amanda: amana, chuva.
Amandy: dia de chuva.
Amerê: fumaça.
Anauê: salve, olá.
Andira: senhor dos agouros tristes.
Andirá: morcego.
Anhangüera: diabo velho.
Anajé: gavião de rapina.
Aondê: coruja.
Apoena: aquele que enxerga longe.
Aracema: bando de papagaios, periquitos, araras.
Aram: sol.
Arani: tempo furioso.
Arapuca: armadilha para aves.
Auá: homem, mulher, gente, índio.
Babaquara: tolo, aquele que não sabe de nada.
Bapo: chocalho usado em solenidades.
Baquara: sabedor de coisas, esperto.
Bertioga: local onde se juntam as tainhas.
Biboca: moradia humilde.
Caapuã: aquele ou aquilo que mora (vive) no mato.
Caburé: caboclo, caipira.
Caçandoca: morro com capões de mato.
Cocanha: folha de planta, erva, ninho de ervas.
Caçapava: picada, passagem, clareira na mata.
Camburu, Camburi: rio onde corre o leite, rio do robalo.
Canoa: embarcação a remo, esculpida no tronco de uma árvore.
Capenga: pessoa coxa, manca.
Caraguatatuba: local onde há muitos caraguatás, enseada de altos e baixos.
Cari: o homem branco, a raça branca.
Carioca: casa do branco.
Curumim: menino (kurumí).
Guará (1): iguara, ave das águas, pássaro branco de mangues e estuários.
Guará (2): aguará, aguaraçu, mamífero (lobo) dos cerrados e pampas.
Guarani (1): habitante desde o Centro Oeste brasileiro até o norte da Argentina, pertencente à grande nação tupi-guarani.
Guarani (2): grupo lingüístico pertencente ao grande ramo tupi-guarani, porém mais característico dos indígenas do centro da América do Sul.
Guararema: madeira fétida, pau d’alho.
Guaratinguetá: reunião de pássaros brancos.
Guarini: guerreiro, lutador.
Guaxinduba: local das vassouras, vassoural; planta de fibra muito resistente.
Iba: ruim, feio, imprestável (paraíba).
Ibi: terra.
Ibitinga: terra branca (tinga).
Ig: água.
Iguaçu: água grande, lago grande, rio grande.
Ipiranga: rio vermelho, água vermelha.
Ita: pedra (itaúna).
Itajubá: pedra amarela (ita, ajubá).
Itanhaém: bacia de pedra, panela de ferro.
Itatiba: muita pedra, abundância de pedras (tiba).
Itaúna: pedra preta (ita, una).
Ité: ruim, repulsivo, feio, repelente, estranho (abaité).
Iu: (yu, ju) espinho, (jurumbeba).
Jabaquara: rio do senhor do vôo.
Jaçaánã: ave que possui as patas sob a forma de nadadeiras, como os patos.
Jacarandá: que tem a cabeça dura, centro duro, rijo.
Jacareí: rio do jacaré.
Jacu: uma das espécies de aves vegetarianas silvestres, semelhantes às galinhas, perus, faisões.
Jacuí: jacu pequeno.
Jaguar: cão, lobo (guará).
Jaraguá: senhor do vale, planta de fibra têxtil.
Jeribá, Jerivá: nome de um coqueiro de pequenos frutos amarelos e de polpa doce.
Jetuba: espinho, ponta aguda, farpa; espinhos em abundância.
Juçara: palmeira fina e alta com um miolo branco, do qual se extrai o palmito.
Juqueriquerê – planta que dorme, dormideira (erva); espinheiro que dorme, dorminhoco, que dorme à toa.
Jurubatiba: lugar cheio de plantas espinhosas.
Jurubeba: planta espinhosa e fruta tida como medicinal.
Jururu: triste.
Kaapora: aquilo ou quem vive no mato.
Kamby: leite, líquido do seio.
Mandioca: aipim, macaxeira, raiz que é principal alimento dos índios brasileiros.
Maracá: chocalho usado em solenidades.
Maranduba: novidade, notícia, informação; local onde se reuniam diferentes tribos para seus tratados, troca de mercadorias.
Massaguaçu: mata grande, coisa grossa (talvez areia)
Membira: filho ou filha.
Mirim: pequeno, curto.
Mococa: plantação, fazer roça; casa de mocó, tapume que se faz no rio para pescar.
Motirõ: mutirão, reunião para fins de colheita ou construção.
Nhenhenhém: falação, falar muito, tagarelice.
Oca: cabana ou palhoça, casa de índio
Ocara: praça ou centro de taba, terreiro da aldeia
Ocaruçu: praça grande, aumentativo de ocara.
Pará (1): rio
Pará (2): prefixo utilizado no nome de diversas plantas
Paraíba (1): rio ruim, rio que não se presta à navegação.
Paraibuna: rio escuro e que não serve para navegar.
Paraná: mar.
Peba: branco, branca.
Pereba: pequena ferida.
Perequê-Mirim: pequena entrada de peixes.
Pindaíba: anzol ruim, quando não se pesca nada.
Pira: peixe.
Piraçununga: rondo pelo acúmulo de peixes; peixe roncando.
Poti: camarão.
Puçá: armadilha para peixes.
Ré: amigo (usado como sufixo: abaré, araré, avaré).
Rudá: deus do amor, para o qual as índias cantavam uma oração ao anoitecer.
Ru: folha (jurubeba).
Sununga: ronco.
Taba: aldeia.
Tabatinga: argila em barro branco; casa branca;
Tamanduá: caçador de formigas, ladrão de formigueiro.
Tamoio: o avô, o primeiro, o antepassado.
Taubaté: taba por excelência, aldeia importante, povoação considerável.
Tijuca: lama, charco, pântano, atoleiro.
Tinga: branco, branca, alvo, claro.
Tiririca: arrastando-se, alastrando-se, erva daninha que se alastra com rapidez.
Tocantins: bico de tucano.
Tupi (1): povo indígena que habita(va) o Norte e o Centro do Brasil, até o rio Amazonas e até o litoral.
Tupinambá: descendente dos tupis; parente, descendente.
Tupi (2): um dos principais troncos lingüísticos da América do Sul, pertencente à família tupi-guarani. É uma língua indígena extinta, originária do povo tupinambá, que teve sua gramática estudada pelos jesuítas, e que deu origem a dois dialetos, hoje considerados línguas independentes: a língua geral paulista, e o nheengatu, falada até hoje na Amazônia.
Tupi-guarani: um das quatro grandes famílias lingüísticas da América do Sul tropical e equatorial.
Uaçá: caranguejo.
Uaná: vagalume (urissanê).
Ubá: canoa (geralmente feita de uma só peça de madeira).
Ubatuba: canoas em abundância; canavial bravo, frexal.
Xará: (X-rer-á) “tirado do meu nome”.
Yami: noite.
Yara: deusa das águas, lenda da mulher que mora no fundo dos rios.
Yasaí: açaí, fruta que chora.
Yawara (tupi): jaguar, cão, cachorro, lobo, gato, onça.
ybá/iuá: fruta.
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