terça-feira, 12 de março de 2013

São Sebastião: Geóloga compara morro de Juquehy à “bomba relógio prestes a explodir”

Helton Romano
Morro tem risco iminente de escorregamento de terra; ocupação não para de crescer
As fortes chuvas que castigaram a Costa Sul nas últimas semanas motivaram a visita de técnicos do Instituto Geológico (IG) – órgão ligado ao Governo do Estado – para avaliar os riscos de acidentes nas encostas de morros. A situação mais preocupante continua sendo no Morro do Esquimó, localizado às margens da Rodovia Rio-Santos, no bairro de Juquehy em São Sebastião.

Foi observado que a movimentação constante do solo já está causando danos nas escadarias de acesso, trincando casas e deslocando muros de arrimo. “É uma bomba relógio prestes a explodir. A qualquer momento pode ter um grande escorregamento”, alerta a geóloga Daniela Faria.

Conforme explica, atualmente o solo do Esquimó está em processo de rastejo (movimentação lenta). “Está piorando e, de uma hora para outra, o solo pode se romper de uma vez, ocasionando o escorregamento, que é muito mais rápido”, declara a geóloga.
Ela lembra que, em 2005, o IG realizou um mapeamento da área de risco e, desde então, vem recomendando a retirada das famílias. Mesmo assim, a ocupação no local não para de crescer. “Cada vez que vamos lá a gente vê que está aumentando o número de moradias”, repara Daniela.

O Morro do Esquimó é considerado prioridade para a Defesa Civil do município, que afirma monitorar a área diariamente. A reportagem não conseguiu contato com o secretário municipal de Segurança, Ewandro Góes.

Diversos deslizamentos de terra vêm sendo registrados nos últimos anos. Em setembro de 2009, cerca de 40 pessoas tiveram que deixar suas casas. No mês seguinte, as famílias ficaram sob ameaça de pedras de grande porte que corriam o risco de rolar. Em junho passado, um imóvel movimentou cerca de dez centímetros para os lados, causando diversas rachaduras na estrutura.
A Prefeitura não informou o total de pessoas que habitam o Morro do Esquimó, nem confirmou a atuação de fiscais para impedir novas construções.

 A reportagem apurou que, de acordo com levantamento realizado há cinco anos, havia 210 imóveis no local. Uma fonte ligada à Secretaria de Habitação disse, extraoficialmente, que o crescimento desordenado acontece em área de domínio do DER – Departamento de Estradas e Rodagens. Ainda segundo esta fonte, o assunto deve ser abordado em reunião agendada para a próxima semana com representantes do órgão estadual.
Fonte: Imprensa Livre
Caraguablog/JFPr

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