fonte: www.alugueldetemporadabrasil.com
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A Câmara Municipal realizou
audiência pública para discutir a proposta
A discussão partiu da
apresentação de projeto de Lei de
autoria do vereador Erick, juntamente com os pares Carlinhos e Roberto Lourdes
do Nascimento (Timbada), que autoriza o Executivo a instituir regulamentação
sobre turismo náutico na área de abrangência territorial no município. A
propositura objetiva dar segurança aos turistas e usuários dos transportes
náuticos, quer sejam em taxi-boats, lanchas, barcos de pescas e outras
embarcações de recreio que transportam passageiros no entorno do arquipélago.
Na audiência pública
convocada para discutir o assunto, que contou com a presença de cerca de 80
pessoas, ficou definida a formação de
grupos de trabalhos que apresentarão propostas para elaboração final do projeto
de Lei que regulamentará a questão. Uma nova audiência será realizada ainda
neste mês de junho.
A audiência contou com ampla
participação da população, em sua maioria do meio turístico, nos segmentos de
táxis, jipes, vans, agências de turismo e setor náutico, que explanaram suas
opiniões favoráveis e contrárias e ainda sugestões para uma melhor elaboração
do projeto, de forma ordenada que atenda o bem comum.
O autor do projeto em
discurso breve iniciou os trabalhos. Ressaltou a realidade vivida em Ilhabela
em relação ao trânsito, principalmente na época da temporada: “Nossa cidade
fica um caos. Transitar pela cidade é um transtorno e medidas para solucionar
essa problemática precisam ser tomadas”. O vereador relatou que o objetivo da audiência
é recolher dados e sugestões, tornando de alcance das pessoas a regulamentação
de forma ordenada de um novo meio de transporte, que poderá desafogar o
trânsito do município.
Passando a palavra ao público
presente, o primeiro a falar foi Marco Ferrara, representando o setor náutico,
que declarou ter como primeira preocupação a segurança do usuário. Marco também
relembrou que anos atrás houve uma experiência com embarcação do DERSA e que
não foi boa e acabou sendo interrompida pela falta de usuários. Mas, de acordo
com ele, hoje a demanda aumentou. No
entanto, Marco salientou que o termo táxi-boat é diferente do coletivo e ainda
relatou que na temporada, época dos navios, já acontece e funciona de forma
organizada, que poderia ser estendida, com uma demanda maior para atender a
população.
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Eduardo Sandt, representante
dos jipeiros, manifestou sua preocupação, principalmente, a denominação
táxi-boat, por ter uma experiência da cidade de Búzios, que de acordo com ele,
tem a maior concentração de táxi-boat. De acordo com Eduardo, a população não
usa o serviço mencionado por ser de alto custo. O jipeiro deu o exemplo de
serviço de utilização da população as balsas que fazer a travessia de
Rio-Niterói, transporte de massa, que também segundo ele, não se adéqua a
Ilhabela pelos fatores de atracação. Para Eduardo, a medida poderá virar
transporte turístico e prejudicar as empresas já existentes. Eduardo ressaltou
que hoje, os setores já existentes, ultrapassaram os limites, chegando ao caos
na época da temporada: “Minha maior preocupação é que vire mais um segmento
para a temporada, que não vai ser para a população daqui, e que entrará na
briga por um bolo tão pequeno que já é dividido por tantas pessoas”, enfatizou.
Representando as agências de
turismo, Matheus Bianco, concordou com a declaração do colega Eduardo e ainda
salientou que transporte aquaviário é uma coisa turismo náutico é outra.
Matheus relatou que hoje em Ilhabela já existe o turismo náutico, onde as
empresas já operam passeios pelo canal e ainda ressaltou a importância do
artigo do projeto que determina que somente poderá ser concedida a autorização
a esse tipo de transporte aos regularmente habilitados pela Capitania dos
Portos, com habilitação específica para a prática da atividade náutica e que a
embarcação esteja legalmente autorizada e com todos os equipamentos náuticos de
salvatagem periciados pelos órgãos competentes.
James Aboud se manifestou ao
dizer que o transporte marítimo já aconteceu, de longa data e ressaltou que
foram várias as tentativas, com lanchas do DERSA, no entanto, o presidente da
Loja Maçônica de Ilhabela e ex-diretor municipal de trânsito, enfatizou que
hoje a situação é diferente. James recordou de quando era diretor de trânsito e
na ocasião elaboraram regras de segurança para a regulamentação dos jipes: “Na
época a briga era entre os jipes e as vans, que achavam que um iria tirar o pão
do outro, mas ninguém tirou o trabalho de ninguém. E hoje estamos aqui, falando
de mais um componente, o hidroviário”, enfatizou. James mencionou os números
absurdos do trânsito da cidade de São Paulo e salientou que em Ilhabela não é
muito diferente, logicamente, que relativamente. De acordo com o ex-diretor,
hoje, Ilhabela possui cerca de 11 mil carros licenciados, mais os que não são
licenciados no município, chegando aproximadamente ao número de 15 mil
veículos. “Há mais ou menos sete anos atrás, disse que em 10 anos Ilhabela ia
parar. E não vai demorar muito não. Logo logo teremos 25 mil carros e ninguém
mais vai andar na cidade. E mais, daqui alguns anos, o problema não vai ser
saúde e nem educação e sim mobilidade”, exaltou. Ainda segundo James, o
transporte aquaviário é a melhor saída, mas basta saber como vai ser feito:
“Essa é a discussão”, finalizou.
Já o vereador Mazinho se
posicionou contrário a proposta do taxi-boat, uma vez que, de acordo com ele, o
transporte não atenderá a população e sim ao turista na alta temporada. “Temos
jipes, táxis e vans. Da forma que está sendo apresentado não concordo. A não
ser que atenda os munícipes”, ressaltou o par.
A vereadora professora Dita
declarou que o momento não é propicio para a implantação do táxi-boat. Para a
parlamentar o transporte não será para a população e ainda deixará com
dificuldades todos que trabalham com as vans, jipes e táxis, que trabalham o
ano inteiro. No entanto, depois de todas as explanações, Dita ressaltou que se
for de vontade da maioria e que a proposta seja implantada para melhor atender
a população, pensará no melhor para o município e nas necessidades dos
munícipes.
O presidente da Casa,
vereador Carlinhos, parabenizou a iniciativa do vereador Erick e ressaltou que
poderia ser mais fácil o fato de apresentar o projeto e colocar em votação, mas
elogiou a postura do par em chamar audiência pública para ouvir a opinião dos
munícipes, demonstrando a democracia. O chefe do Legislativo ainda salientou
que apesar da maioria presente se posicionar contrária ao projeto, está clara a
necessidade de alguma medida em relação a problemática do trânsito no
município. De acordo com Carlinhos, a proposta é uma alternativa, uma ideia
inicial imprescindível e necessária.
Outro representante de
agências, Rodrigo, manifestou-se deixando claro que a proposta do vereador
Erick é boa e tende a ajudar o município, apresentando soluções, mas ressaltou
para que isso aconteça é necessário que a elaboração tenha participação das
agências de turismo. No entanto, Rodrigo enfatizou que antes dessa implantação,
o turismo local já existente, deve ser melhor explorado e valorizado: “O nosso
turismo não é bem administrado pelo Município. Vivemos um momento ditatorial.
Não existem projetos que nos apoiem”, exclamou.
Ana Lucia Bocchi,
representando a AHBRI (Associação de Hotéis, Bares e Restaurantes de Ilhabela)
e também agências de turismo, explanou que é a favor do transporte aquaviário
para o morador. Mas no caso de turismo náutico, é preciso que seja uma situação
muito mais organizada. Ana sugeriu que fóruns de discussões fossem criados: “A
melhor solução é façamos grupos de trabalhos para discutirmos sugestões para a
elaboração de uma proposta com um bem comum. Seriam pelo menos três grupos e
depois apresentaremos os dados e conclusões”, ressaltou.
O vereador Erick expos que a
sugestão da Ana foi excelente e que realmente a melhor solução seria a formação
de grupos. E depois de muitas declarações, o par finalizou o debate, deixando
claro que os grupos seriam formados e que daqui um mês, outra audiência pública
será realizada, até mesmo para apresentação das propostas provenientes dos
fóruns de discussão.
Fonte consultada: Assessoria
de Imprensa / Câmara Municipal de Ilhabela
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